Economia

Logística

Novo porto começa a operar no rio Paraguai para exportar mais de 1 milhão de toneladas de minério

Investimento para construir terminal foi de R$ 40 milhões e ele está instalado entre Corumbá e Ladário

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A Vetorial Logística Ltda obteve autorização para começar a operar um novo porto no Pantanal, utilizando o rio Paraguai para exportar minério de ferro e ferro gusa a partir deste ano.

Esse terminal vai ter capacidade para movimentar 1,2 milhão de toneladas dos dois produtos. A medida que viabiliza o uso do porto foi publicada em Diário Oficial da União no dia 27 de fevereiro, conforme ato declaratório Executivo n. 3.

O Terminal Portuário Fluvial Porto Correa está localizado no município de Corumbá e fica na avenida Rio Branco, via que liga a Capital do Pantanal a Ladário.

O acesso é próximo, inclusive, da empresa Cimentos Itaú e de fácil acesso a partir da entrada de Corumbá. Nessa região, outras empresas já atuaram com transporte de cargas pela hidrovia do rio Paraguai.

A Receita Federal foi quem analisou o pedido de instalação desse terminal, que envolveu gastos de R$ 40 milhões para ser montado. As obras foram iniciadas ano passado e envolveu aterro, instalação de balanças, construção de vias na área para acesso ao rio. 

Conforme nota da Receita Federal divulgada nesta quarta-feira (1), a área de alfândega tem 181.212,61 m² e o uso foi liberado a partir de 15 de janeiro. A Alfândega da Receita Federal de Corumbá é o órgão responsável pela fiscalização e determinação de procedimentos.

“A autorização, em caráter precário e pelo prazo inicial de 180 dias, permite ao terminal de uso privativo misto a operar no município de Corumbá no modal fluvial, em zona primária”, informou. 

No recinto, poderão ser processadas as seguintes operações aduaneiras: entrada ou saída, atracação, estacionamento ou trânsito de veículo procedente do exterior, ou a ele destinado; carga, descarga, transbordo, baldeação, redestinação, armazenagem ou passagem de mercadorias ou bens procedentes do exterior, ou a ele destinados; despacho de mercadorias em regime de trânsito aduaneiro; conclusão de trânsitos de exportação e embarque para o exterior; e despacho de exportação.

Esse projeto do grupo Vetorial, que atua no município de Corumbá com a extração de minério de ferro e produção de ferro gusa, que corresponde à primeira etapa de siderurgia, é reduzir os custos logísticos e de armazenamento, aumentar a competitividade das exportações brasileiras e proporcionar agilidade nos trâmites de fiscalização aduaneira.

Essas justificativas foram apresentadas nos pedidos para implantação do terminal.

O grupo atua na região com a siderúrgica Vetorial e a mineradora Vetria. Em 2021, as empresas anunciaram projeto de crescimento na extração e produção. Uma das operações ocorre na mina Monjolinho, distante 55 km da cidade de Corumbá. São 2,7 mil hectares de área de exploração e a instalação de duas pequenas barragens, de 50 mil e 80 mil m³.

Outra mina é a Lais, distante 25 km da cidade, que foi arrendada da MMX, e está em área de 724 hectares. A barragem nesse local é a maior no Pantanal, com capacidade para 1 milhão de toneladas de rejeitos. As empresas, juntas, tem 350 funcionários.

Até 2021, a estimativa da empresa era que quase 300 caminhões faziam o transporte de commodities e ferro gusa para a exportação, em portos de São Paulo e do Paraná. A proposta é alterar essa dinâmica de envio, com maior utilização do meio fluvial.

O processo administrativo envolveu também trâmite com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O esse outro órgão federal já havia deferido a instalação do terminal em 7 de dezembro de 2022, a partir do acórdão n. 639-2022.

“Segundo informações da empresa, estima-se que o investimento no novo terminal alfandegado tenha sido na ordem de R$ 40 milhões, gerando 40 empregos diretos”, detalhou a Receita Federal.

Na região de Corumbá e Ladário, ao longo do rio Paraguai, existem outros dois terminais portuários. Um deles é o Granel Química, instalado em Ladário, que é utilizado pela Mineração Corumbaense Reunida (MCR), empresa do grupo J&F Investimentos, antiga Vale, e pela própria Vetorial. Também há o Porto Gregório.

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Meio Ambiente

MS tem nova empresa responsável por gerir patrimônio ambiental do Estado

A MS Mineral passa agora a ser chamada de MS Ativos Ambientais, uma sociedade regida pelo Estado, responsável por gerir o patrimônio ambiental de MS

15/12/2025 16h15

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS Divulgação/Bruno Rezende - Governo do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou na última quinta-feira (11) a transformação da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral) em uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado, passando a ser chamada de Companhia Gestora de Ativos Ambientais de Mato Grosso do Sul Sociedade Anônima (MS Ativos Ambientais). 

O projeto já estava em movimento desde o dia 25 de novembro na Assembleia e, agora que foi aprovado, vai para sanção do governador do Estado, Eduardo Riedel. 

De acordo com o político, a MS Ativos será a estrutura responsável por converter o patrimônio natural do Estado em oportunidades econômicas e ambientais para toda a sociedade sul-mato-grossense”, seguindo um modelo empresarial sólido e alinhado “às melhores práticas nacionais e internacionais”.

Além disso, a Companhia terá condições de desenvolver e comercializar ativos ambientais, além de estruturar parcerias com o setor privado e captar investimentos nacionais e internacionais voltados à conservação, restauração e uso sustentável dos recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, deve permitir uma ampliação da capacidade de inovação do Estado, bem como o monitoramento e gestão territorial, fortalecendo políticas para redução das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação climática que já vêm sendo implantadas. 

O que muda?

O diferencial da MS Ativos Ambientais sobre a MS Mineral é a abrangência da atuação. A antiga empresa estava focada em jazidas minerais e no aproveitamento econômico de minérios. 

Já a atual, além de gerir as jazidas minerais, tem competência de monitorar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos em qualidade e quantidade, gerir e fiscalizar os bens ambientais, incluindo crédito de carbono e de biodiversidade. 

Entre os objetivos da MS Ativos Ambientais, destacam-se a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, prospecção, além da preservação e aproveitamento econômico de ativos ambientais e dos recursos minerais do Estado. 

“Será através dela que o Estado vai poder receber recursos oriundos dos esforços de preservação que tem, valorizar e ser pago por ativos ambientais como o crédito de carbono, podendo desenvolver cada vez mais projetos para o fortalecimento da política ambiental do Estado”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

Do ponto de vista da pasta, a constituição da nova empresa coloca o Estado em um novo patamar do ponto de vista dos ativos ambientais, bem como da sua valoração. 

“Temos a meta de ser Estado Carbono Neutro até 2030, mas tínhamos ainda uma deficiência organizacional que era não ter uma empresa de ativos ambientais onde é possível fazer o registro e comercialização dos créditos de carbono que serão gerados pelo crédito jurisdicional. Trouxemos elementos da MS Mineral, mas agora transformando em ativos ambientais”, explicou o secretário da Semadesc Jaime Verruck. 


 

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

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