O Brasil registrou um recorde de empresas inadimplentes no mês de agosto deste ano. De acordo com o levantamento do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, 8,1 milhões de CNPJs estavam negativadas por conta de dívidas no País.
Destas, 111.215 são de Mato Grosso do Sul, o que representa 32,5% de todas as empresas ativas no Estado.
Esse número é maior que o registrado no mês de julho, quando foram 108,667 negócios negativados, considerado, até então, o maior número da série histórica do Estado, com um salto de 27% em relação a julho de 2024, quando eram 85.100 empresas inadimplentes.
De acordo com a última série histórica divulgada pelo Serasa Experian, os dados do Estado superaram a média nacional, acompanhando a tendência de alta observada desde 2016.
Em uma década, o número mais que dobrou em Mato Grosso do Sul, saindo do número inicial de 49.098 empresas negativadas para os atuais 111.215. Isto é, em 8 anos, 62.117 CNPJs entraram para a lista de negativados.
Segundo o levantamento, em Mato Grosso do Sul as empresas inadimplentes acumulam uma dívida média de R$ 25.962,53 por CNPJ, com cerca de oito contas em atraso. O ticket médio, ou seja, o valor médio por débito, subiu de R$ 2.853,98 em julho de 2024 para R$ 3.225,85 neste ano, um avanço de 13%.
Isso indica que, embora a quantidade de dívidas por empresa tenha se mantido estável, os valores de cada inadimplência ficaram mais altos, pressionando o caixa dos negócios.
Nacional
As mais de 8 milhões de empresas brasileiras negativadas são um número histórico desde o início da série histórica do Indicador.
Conforme o balanço, a dívida média das empresas totalizou R$24,631,20, um aumento de 13,6% em relação ao mês de agosto do ano passado.
Cada empresa inadimplente tem, em média, 7,4 contas atrasadas, com um ticket médio por compromisso financeiro vencido de R$3.339,10.
A economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, afirma que o crescimento das empresas negativadas reflete um cenário de crédito mais restritivo e crescentes pressões sobre o caixa das empresas.
“As altas taxas de juros deixam a negociação mais cara e mais difícil, assim como um ambiente mais restritivo por conta do volume recorde de inadimplentes, fechando assim um ciclo que complica a recuperação do crédito e a saída da inadimplência por essas empresas”, relata.
O maior número de negativações ficou concentrado no setor de Serviços (31,9%), seguido pelo setor financeiro, que inclui Bancos e Cartões e Financeiras (23,4%), conforme o gráfico abaixo.

A região sudeste foi responsável pelos maiores números de inadimplidos, com um total de mais de 4,3 milhões. Em seguida, a região Sul teve mais de 1,3 milhão, seguido pelo Nordeste, que ultrapassou a marca de 1,2 milhão de empresas negativadas.
Na região Centro-Oeste, foram 707 mil empresas e, no Norte do País, 481 mil.
Com relação aos estados, São Paulo continua como líder absoluta, com mais de 2,7 milhões de empresas com um ou mais compromissos vencidos e não pagos. Em seguida, vem Minas Gerais, com 749.867 mil, seguida pelo Rio de Janeiro, com 743.463 mil.
Mato Grosso do Sul ocupa a 17ª posição entre as 27 Unidades da Federação, mas com um dos maiores crescimentos proporcionais do País, já que o salto de 27% superam os 16% de expansão nacional.

Registro de empresas
Mesmo com os dados de inadimplência preocupantes, a Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems) vem registrando alta também na abertura de novas empresas.
Dados mais recentes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) indicaram que, em setembro, foram registradas 1.058 novas empresas, um recorde para o mês, vindo de uma sequência de nove meses onde a soma mensal dos registros fica acima de mil.
O setor de Serviços concentra a maioria dos negócios. Foram abertas 764 empresas com essa finalidade no Estado em setembro, seguido pelo setor de Comércio, que ganhou outras 266 empresas e a Indústria, com 28.
Somente em 2025, já foram abertas 10.248 novas empresas em Mato Grosso do Sul. São 7.708 novas empresas do setor de Serviços, 2.184 do Comércio e 356 da Indústria abertas em 2025 em Mato Grosso do Sul até setembro.
Na distribuição regional, Campo Grande concentrou a maior quantidade de novos negócios no mês passado: 454, o que representa 42,91% do total.
Em seguida vem Dourados, a segunda maior cidade do Estado, com 130; depois Três Lagoas (58), Ponta Porã (31), Naviraí (28), Nova Andradina (23), Maracaju (22), Corumbá (21), Chapadão do Sul (20) e Sidrolândia, fechando o ranking das 10 primeiras colocadas, com 16 novas empresas.


