Anunciado na última semana pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) beneficiará desta vez o setor agropecuário no país. Com cerca de R$ 1 bilhão em investimento para o setor, Mato Grosso do Sul tem as Embrapas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Campo Grande e Dourados na lista de revitalizações, porém, deixando a unidade Pantanal, localizada em Corumbá, sem aplicação de recursos.
De acordo com o Governo Federal, o aporte será destinado para 34 projetos ao todo, incluindo dois em andamento, localizados em Campinas e no Rio de Janeiro e quatro centros de pesquisa agropecuária.
Em Mato Grosso do Sul, a Embrapa Pantanal, em Corumbá, encontra-se em condição mais sensível, tendo dois prédios inteiros já desativados e laboratórios fechados, além de equipamentos, como lanchas, que não são mais utilizados por falta de manutenção, sucateados.
“As pesquisas científicas aplicadas no setor agropecuário, questões ambientais e de sustentabilidade estão de escanteio. O que acontece nas universidades federais está ocorrendo por aqui, com falta de investimento”, destaca o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) na seção Pantanal, Igor Alexandre Péres.
Vale destacar que a situação de desmantelamentos dos centros de pesquisas estão ocorrendo em larga escala por todo o Estado, sendo que a problemática passou a constar em boletins internos da Embrapa a partir de 2014 e como poucas ações efetivas foram tomadas ao longo desses oito anos, a desestruturação passou a se agravar.
“A estrutura de pesquisa está obsoleta, as condições de logística não favorecem para dar apoio. Desse jeito, há comprometimento na missão da empresa”, ressalta Péres, que atua na Embrapa Pantanal, unidade atualmente mais caótica.
Já nacionalmente, conforme disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista ao Broadcast Agro, serão 32 novas estruturas de pesquisa.
Confira a lista
- Pelotas (RS),
- Bento Gonçalves (RS),
- Bagé (RS),
- Passo Fundo (RS),
- Concórdia (SC),
- Colombo (PR),
- Londrina (PR),
- Brasília (DF),
- Sinop (MT),
- Aracaju (SE),
- Sobral (CE),
- Palmas (TO),
- Belém (PA),
- Teresina (PI),
- Macapá (AP)
- Manaus (AM),
- Boa Vista (RR)
- Petrolina (PE),
- São Carlos (SP),
- Jaguariúna (SP),
- Seropédica (RJ),
- Dourados (MS),
- Fortaleza (CE),
- Rio Branco (AC),
- Porto Velho (RO),
- Juiz de Fora (MG),
- Sete Lagoas (MG),
- Campo Grande (MS),
- Cruz das Almas (BA),
- Campina Grande (PB),
- Santo Antônio de Goiás (GO).
O investimento em pesquisa agropecuária compreende novos prédios, laboratórios, equipamentos para universidades e centros de pesquisa para a Embrapa, segundo o ministro. “No eixo pesquisa e inovação do PAC, a Embrapa volta a ter investimentos parrudos para cumprir seu papel e continuar o desenvolvimento de tecnologia de ponta para a agropecuária brasileira e mundial, garantindo segurança alimentar para o mundo”, observou Fávaro.
Em infraestrutura agropecuária, o PAC prevê investimento em cerca de 50 mil quilômetros em estradas vicinais - vias que são usadas como conexões entre as áreas rurais e os centros urbanos. "Será investido na melhoria das condições das vicinais brasileiras, estruturadas em regiões de grande produção e potenciais de produção", comentou o ministro.
O projeto das vicinais abrangerá todos os Estados brasileiros, especialmente as regiões de maior produção agrícola, que utilizam o modal para escoamento da produção, segundo o ministro Entre as regiões, o oeste da Bahia e o Estado de Mato Grosso receberão aportes com novas vicinais.
O setor produtivo deve ser contemplado também com aportes que estarão sob o guarda-chuva do Ministério dos Transportes, o que inclui investimento em ferrovias, como a Transnordestina e a Fiol, e ampliações em portos.


