Aumentar as tarifas aéreas em 10% para manter a saúde financeira das empresas. Essa foi a sugestão da vice-presidente da unidade de Negócios Domésticos da TAM, Cláudia Sender, durante a Feira de Turismo das Américas de 2012, promovido pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). A perda de rentabilidade apresentada no cálculo usado como base para a declaração pode ser um resultado de diversos fatores. Aumento de concorrência, preço do combustível e de equipamentos e taxas cambiais são alguns deles.
Durante a feira, um dos motivos apontados por Cláudia Sender para a necessidade de aumento nas tarifas foi a queda nos preços das passagens. O vice-presidente de Relações Internacionais da Abav, Leonel Rossi Junior, afirma que para manter a procura de um novo público que vem crescendo no Brasil, chamado de nova classe média, as empresas diminuíram os preços de suas tarifas. "Elas têm extrema dificuldade em aumentar pela concorrência das companhias. Quando aumenta um pequeno percentual, a procura cai porque tem um novo grupo de compradores que estão no limite das tarifas. Se elas aumentarem, eles não compram mais", observa Rossi.
A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) revelou que o valor das passagens aéreas vem registrando queda desde 2001. A partir de 2006 para cá, por exemplo, houve um descréscimo de 44% nos preços. Uma comparação feita pela Abear mostra que, neste ano, o valor médio era de R$ 497, enquanto em 2011 já havia chegado a R$ 276. Dados recentes publicados em novembro pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre o primeiro semestre de 2012 indicam ainda uma pequena queda com relação ao ano passado. A tarifa média doméstica nesse período foi de R$ 272,64.
Não é somente a baixa nos preços das passagens que está prejudicando as empresas aéreas. Associado a isso, há também o aumento no preço do querosene de aviação em cerca de 50% nos últimos anos. Esse item corresponde a cerca de 40% do custo total de uma companhia aérea, segundo a Abear. Rossi lembra ainda que o valor do combustível no Brasil é elevado devido aos impostos, o que não acontece em outros países. "Quando se abastece um avião no exterior, sai mais barato", afirma.
Devido a estes fatores, Rossi vê como essencial um aumento nas tarifas."Realmente as companhias estão perdendo dinheiro, é bem o momento tarifário", observa. Uma solução, que já vem sendo tomada por algumas companhias, além de elevar os preços das passagens, seria diminuir o número de voos.