Economia

Projeto de Lei

Presidente de entidade do setor elétrico ataca investimentos da Itaipu em Mato Grosso do Sul

"Vou ser obrigado a contratar um pacote de energia que não preciso porque Itaipu tem de fazer ponte ponte com o Paraguai e obras lá em Mato Grosso do Sul?", disse presidente da Abraceel, ao queixar-se de projeto que tramita no Congresso Nacional

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O presidente da Associação dos Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Rodrigo Ferreira, criticou os investimentos que a Itaipu Binacional vem fazendo em Mato Grosso do Sul. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Rodrigo Ferreira queixou-se do projeto de lei que tramita no Congresso que cria um marco regulatório para usinas eólicas em alto mar, mas que também obriga o mercado livre de energia a comprar cota da energia gerada por Itaipu, considerada mais cara que o de outras usinas e fontes energéticas disponíveis no mercado. 

“O mercado livre consume energia hidrelétrica para caramba, o que justifica, sob o critério de segurança energética, a gente ser obrigado a contratar energia de Itaipu?”, pergunta Ferreira.

“Vou ser obrigado a contratar um pacote de energia que não preciso porque Itaipu tem de fazer ponte ponte com o Paraguai e obras lá em Mato Grosso do Sul?”, ironizou.

A construção da ponte sobre o Rio Paraguai, a qual o presidente das empresas que compram e vendem energia no mercado livre é financiada pelo lado paraguaio da Itaipu Binacional, e não pelo brasileiro, informação que o executivo não acrescentou em seu comentário. O empreendimento, que deve viabilizar a Rota Bioceânica está orçado em aproximadamente R$ 400 milhões. 

Além disso, neste ano, a Itaipu Bicinacional anunciou o programa “Mais Energia”, que vai distribuir R$ 1 bilhão para municípios do Paraná e de Mato Grosso do Sul. Mais precisamente, 35 municípios de Mato Grosso do Sul terão acesso a uma verba de aproximadamente R$ 70 milhões. 

A proposta de marco regulatório para usinas eólicas na costa marítima brasileira, as chamadas eólicas offshore, veio com um número inesperado de emendas que afetam praticamente todos os segmentos de energia no país.

No jargão político, está tomada por jabutis, que gerariam um custo adicional de ao menos R$ 28 bilhões para os consumidores, segundo estimativa da Abrace Energia, entidade que reúne as maiores indústrias do país.

Foram apensados 179 PLs (projetos de lei) ao texto original, sob relatoria do deputado federal Zé Vitor (PL-MG). Procurada pela reportagem para esclarecer pontos e comentar críticas, a assessoria do parlamentar não enviou um posicionamento até a publicação deste texto.

Novas medidas

No novo relatório do PL 11.247, de 2018, há medidas para viabilizar térmicas a gás, um combustível fóssil, e dispositivos para ampliar subsídios para a GD (geração distribuída), em sua maioria solar.
O texto também prevê a realocação de pagamentos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), na qual se concentram subsídios, elevando em 77% os custos para empresas no Sudeste, e 58% para empresas no Nordeste. O PL repassa ainda inúmeros custos para o mercado livre de energia.

Serão afetados de consumidores residenciais a grandes empresas, como Gerdau, Votorantim, BRF, Vale e Ambev, para citar algumas.

A União pela Energia enviou carta ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao relator do PL alertando para o impacto negativo dos jabutis e pedindo um debate mais qualificado sobre custos e benefícios das propostas. A Frente Nacional do Consumidores de Energia, além de divulgar nota, já iniciou campanha nas redes sociais pedindo aos congressistas que não apoiem as medidas, e conta com apoio de outras entidades.

“Como estamos quase em dezembro, podemos dizer que providenciaram presentes de Natal para todos os segmentos do setor de energia, mas vão pagar a conta com o cartão de crédito do consumidor”, afirma Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.

O setor já está atento ao relatório do projeto desde a semana passada. Nos últimos dias, várias versões foram apresentadas. A mais recente saiu no domingo (26). “Curiosamente, o projeto traz boas medidas para as eólicas offshore, o problema são os jabutis”, afirma Pedrosa.

Pelas estimativas da área técnica da entidade, o maior custo virá da mudança no cálculo do preço teto para as térmicas a gás inseridas na tramitação da privatização da Eletrobras em 2022. Originalmente, foram previstos 8 GW (gigawatts), mas os leilões para esses projetos não foram bem-sucedidos.

Para viabilizá-los, o novo PL transforma 4,9 GW em PCHs (pequenas centrais hidrelétricas), ao custo de R$ 8,6 bilhões, pelas estimativas da Abrace. Outros 4,25 GW permanecem como térmicas, mas o texto prevê a separação dos custos.

Gás

O leilão para obras permanece com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), mas o gás e seu transporte passariam a ser contratados pelas distribuidoras estaduais. Na prática, isso melhora o preço teto. Pelas estimativas da Abrace, esses projetos vão custar R$ 16 bilhões.

O PL das offshore também obriga aportes em projetos regionais.

Prevê a contratação obrigatória de térmica a hidrogênio líquido à base de etanol especificamente no Nordeste e, a partir de 2030, a contratação obrigatória de 300 MW (megawatts) de eólicas na região Sul. Os custos ao ano seriam de, respectivamente, R$ 3 bilhões e R$ 500 milhões, pelas estimativas da Abrace.

Mercado livre de energia

Causou especial surpresa o impacto no mercado livre de energia, que concentra estabelecimentos comerciais e indústrias entre consumidores. Como próprio nome diz, nesse ambiente, consumidores e geradores negociam preços, prazos e fontes de energia.

O PL cria uma série de novos compromissos que tiram a autonomia do setor empresarial, afetando a estrutura de custos.

A conta da tarifa de Itaipu, por exemplo, que é elevada para os padrões das hidrelétricas brasileiras, hoje é paga na conta de luz de 31 distribuidoras do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A tarifa das usinas nucleares de Angra, bem acima da média nacional, também é paga pelos consumidores cativos.
O PL determina que elas passem a ser rateadas com o mercado livre, na proporção da carga (o volume de consumo).

“A gente não esperava que o PL que trata de eólica offshore fosse se propor a uma revolução no setor elétrico. Isso é absolutamente questionável e lamentável. O Brasil passaria a ter um mercado livre cativo, o que não existem em nenhum lugar do mundo”, afirma Rodrigo Ferreira, presidente da Abraceel (Associação dos Comercializadores de Energia Elétrica).
“O projeto, que saiu de forma equilibrado do Senado, tratando bem do tema a que se propôs, foi totalmente distorcido na Câmara. Atropelo geral”, reclamou Ferreira, antes de criticar os investimentos da Itaipu em Mato Grosso do Sul.

O PL deixa claro que projetos considerados prioritários pelo Executivo também teriam de ser pagos pelos consumidores livres, o que não ocorre hoje. Entre as justificativas para essa extensão do custo está o argumento de que mercado livre precisa contribuir com a segurança energética do país.

Migração

O PL também determina a suspensão da migração do mercado cativo para o livre, até a regulamentação das medidas. A orientação seguraria a nova etapa de migração, prevista para começar em janeiro de 2024, afetando mais de 11 mil consumidores que já notificaram a transferência para sua distribuidora e firmaram contratos para fazer essa mudança.

“Vai ter judicialização na certa”, afirma o presidente da Abraceel.

Detalhe. Muitas empresas migram para o mercado livre com o objetivo de comprar apenas energia renovável e cumprir metas de descarbonização. Se o governo vier a tornar obrigatória, a título de segurança do sistema, que o segmento compre energia de térmicas a gás, por exemplo, colocaria em xeque a transição energética de todo o setor empresarial brasileiro, alerta Ferreira.

O PL é o segundo baque para o setor em uma semana. Na terça-feira (21), as maiores entidades se mobilizaram para deter a publicação de uma MP (medida provisória) que iria estender por 36 meses o desconto de 50% pelo uso do fio de projetos de geração renovável -Tust e Tusd (sigla para tarifas de uso do sistema de transmissão e de distribuição). O custo seria de R$ 6 bilhões ao ano.

Foram enviadas cartas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice Geraldo Alckmin e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Especialistas do setor ligados ao PT também fizeram esclarecimentos à Casa Civil sobre o impacto da medida.

Como a extensão desse desconto é um pedido de governadores e congressistas do Nordeste, a expectativa agora é que o texto da MP seja incorporado ao PL na tramitação, isentando o governo do custo político da medida. (Com Folhapress)
 

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campo grande

Comércio tem horário de funcionamento diferenciado na semana do Natal; Confira

Horário será estendido na segunda e terça-feira, com horário diferenciado na véspera e dia de Natal

21/12/2025 17h31

Comércio tem horário diferenciado nesta semana

Comércio tem horário diferenciado nesta semana Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O comércio de Campo Grande está funcionando em horário estendido desde o dia 9 de dezembro,para atender a demanda de clientes, que tradicionalmente aumenta no período de fim de ano. Nesta semana de Natal, o comércio também ficará aberto mais tarde, dando chance para quem deixou para comprar os presentes em cima da hora.

A decisão do horário estendido foi tomada com o fechamento da convenção trabalhista entre o Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande (Sindivarejo CG) e o Sindicato dos Empregados do Trabalhadores do Comércio, estabelecendo, entre outros pontos, o horário especial de funcionamento do comércio.

Conforme a Fecomércio, nesta semana, segunda e terça-feira o comércio ficará aberto até às 22h, com horário diferenciado na véspera e no dia de Natal, dias 24 e 25, respectivamente. Na sexta-feira (26), o funcionamento volta ao normal.

A exceção será nos estabelecimentos comerciais localizados em hipercentes e nos shoppings, onde o horário será diferenciado.

Confira o horário do comércio na semana do Natal

  • Dias 22 e 23 de dezembro - até às 22h
  • Dia 24/12 - Até as 17h (das 9h às 19h em shoppings e hipercenters). 
  • Dia 25 de dezembro - comércio não abre

Reajuste salarial

A convenção só foi fechada após a definição de reajuste salarial de 7% para empregados que recebem acima do piso, além de atualizar os valores dos pisos da categoria, que passam a ser de R$ 1.960,00 para empregados em geral e para a função de caixa, R$ 2.151,00 para comissionados e R$ 1.767,00 para auxiliares do comércio, office boys e trabalhadores de serviços gerais.

O vale-alimentação também foi reajustado e passa a ser de R$ 25,00, com a garantia de que não poderá ser suprimido em caso de dispensa e recontratação pelo mesmo empregador ou grupo econômico, evitando alterações contratuais lesivas previstas na CLT.

Um dos pontos centrais da negociação foi quanto à aplicabilidade da CCT em casos de terceirização.

"Coibimos de nosso ordenamento a pejotização nas empresas. Algumas empresas estavam admitindo trabalhadores como pessoas jurídicas, o que é proibido e foge da normalidade do vínculo de emprego”, disse o gerente de Relações Sindicais da Fecomércio MS, Fernando Camilo.

 Além disso, foram aprovados novos benefícios para a categoria, como a inclusão do Benefício Social Familiar, obrigatório a todos os trabalhadores, com contribuição mensal entre R$ 10 e R$ 20 por colaborador, e a criação do convênio odontológico mediante adesão, com custo aproximado de R$ 23,20, dos quais R$ 6,00 serão custeados pelas empresas.

Movimentação financeira

O comércio de Mato Grosso do Sul deve encerrar o ano com expectativas retraídas para o Natal e Ano-Novo.

Pesquisa divulgadas pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio de Mato Grosso do Sul (IPF-MS), em parceria com o Sebrae-MS, indica queda de 38% na movimentação financeira do fim de ano, que deve alcançar R$ 824 milhões, ante R$ 1,27 bilhão no ano passado. 

O movimento econômico geral segue expressivo, mas a contração, considerada a mais responsável pela série recente, revela um consumidor mais seletivo, cauteloso e com crédito mais restrito. 

Do montante, estima-se que R$ 226 milhões serão destinados à compra de presentes, R$ 243 milhões às confraternizações de Natal e R$ 354 milhões às festas de Ano-Novo. 

Mesmo com menos dinheiro por compra, 69% dos entrevistados dizem que vão presentear no Natal, porém, com gasto médio menor, de R$ 217,36 por pessoa.

Os itens mais buscados seguem o apelo do afeto e do cotidiano, como brinquedos, roupas, eletrônicos e cosméticos. A maioria (78%) pretendem comemorar o Natal, quase sempre em encontros íntimos, com gasto médio de R$ 206,35 com alimentação feita em casa. 

Já na virada, 80% dizem que vão celebrar o Ano-Novo, com gasto médio de R$ 294,19, também centrado em comida, encontros familiares e viagens curtas, uma vez que 64% dos que vão viajar permanecerão no Estado.

A economista do IPF-MS e coordenadora da pesquisa, Regiane Dedé de Oliveira, avalia que o afeto se mantém, mas sem exageros.

“Percebemos um consumidor mais prudente, que busca equilibrar o orçamento sem abrir mão das tradições. O aumento do número de pessoas que pretendem presentear indica o sentimento de afeto, mas com escolhas mais calculadas e foco em gastos essenciais”.

O analista técnico do Sebrae-MS Paulo Maciel fala sobre os desafios dos negócios menores.

“A maioria dos clientes, 55%, prioriza a qualidade e busca o benefício para pagamento à vista para economizar. As empresas precisam preparar estoques e melhorar as condições de pagamento”.

Loterias

Resultado da Dia de Sorte de hoje, concurso 1155, SÁBADO (20/12)

A Dia de Sorte realiza três sorteios semanais, às terças, quintas e sábados, sempre às 19h; veja quais os números sorteados no último concurso

20/12/2025 20h28

Confira o resultado do Dia de Sorte

Confira o resultado do Dia de Sorte Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 1154 da Dia de Sorte na noite desta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, a partir das 21h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 2 milhões. 

Confira o resultado da Dia de Sorte de hoje!

Os números da Dia de Sorte 1155 são:

  • 19, 14, 13, 07, 08, 28 02, 
  • Mês da sorte: 10 - outubro

O sorteio da Dia de Sorte é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 1156

Como a Dia de Sorte tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sábado, 20 de dezembro, a partir das 21 horas, pelo concurso 1155. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Dia de Sorte é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 7 dente as 31 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 4, 5, 6 e 7 números.

Como apostar na Dia de Sorte

Os sorteios da Dia de Sorte são realizados às terças, quintas e sábados, sempre às 20h (horário de MS).

O apostador marca entre 7 e 15 números, dentre os 31 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 4, 5, 6 e 7 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 7 números, custa R$ 2,50.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

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