Economia

AGRICULTURA

Produção agrícola de MS pode ter novos prejuízos sob a influência do La Niña

Safra de grãos 2023/2024 já tem quebra estimada em 25%, conforme o levantamento da Conab

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Ainda lidando com prejuízos, causados principalmente pelo fenômeno El Niño, a atividade agropecuária em Mato Grosso do Sul pode enfrentar novos desafios climáticos nos próximos meses. Segundo previsão de agrometeorologistas da Embrapa, há grande probabilidade de ocorrência do La Niña no Estado. 

Este evento climático, conhecido por alterar padrões de temperatura e precipitação, deve afetar o próximo ciclo da safra de soja e ainda a pecuária a partir do segundo semestre do ano. Caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, um processo que já está em andamento de acordo com modelos meteorológicos. 

Segundo o Agrometeorologista e pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Flumignan, o El Niño se dissipou nos meados de maio e no momento há uma neutralidade dos fenômenos.

“Durante a transição entre eles [El Niño e La Niña], há uma fase de neutralidade, com 83% de probabilidade, caracterizada por temperaturas oceânicas dentro da normalidade”.

Para o próximo mês, agosto e setembro, o pesquisador indica que a probabilidade de ocorrência do La Niña seja superior a 49%. “Isso ainda pode impactar a cultura do milho em razão das adversidades climáticas, como chuvas abaixo da média histórica, granizo, geadas e baixas temperaturas”, detalha.

O pesquisador e agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Éder Comunello, nos últimos anos, o clima tem desafiado sobremaneira os produtores rurais brasileiros. 

“Entre junho de 2023 e abril de 2024, tivemos a ocorrência do fenômeno El Niño. Embora esse fenômeno seja geralmente associado ao aumento das chuvas no sul e em MS, desta vez foi marcado por bloqueios atmosféricos e ondas de calor, ocasionando vários episódios de escassez hídrica e impactando fortemente a atividade agrícola no Estado. Apesar de atualmente estarmos sob condição de neutralidade, as cheias vivenciadas no sul do Brasil em maio podem ser consideradas um efeito residual do El Niño”.

Comunello ainda destaca que o cenário de neutralidade não deve perdurar, pois diversas projeções apontam para o estabelecimento de La Niña já a partir do próximo mês.

“Isso implica que há grandes chances de que nossa próxima safra de verão seja cultivada sob essas condições. Durante La Niña, espera-se uma maior ocorrência de secas na região sul. Em Mato Grosso do Sul, costumamos enfrentar uma versão atenuada do que ocorre no sul do Brasil, o que ainda é desafiador, especialmente em um cenário onde temos registrado recordes de altas temperaturas por vários meses consecutivos. Os impactos de La Niña na agricultura podem ser severos”, conclui.

O economista do Sindicato Rural de Campo Grande (SRCG), Staney Barbosa Melo, explica que o plantio da soja começa em meados de setembro, “mas a extensão do período seco até novembro pode forçar muitos agricultores a adiar o plantio ou a enfrentar riscos de perdas de produtividade nas primeiras áreas semeadas”. 

Os efeitos climáticos do El Niño mal terminaram e já há a estimativa de grandes prejuízos. Segundo o boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a quebra na produção agrícola é projetada em 25%. Conforme o levantamento, a produção agrícola de Mato Grosso do Sul sai de 28 milhões de toneladas na safra 2022/2023 para 21 milhões de toneladas na safra 2023/2024.

MILHO

Dados da Conab apontam que a área destinada ao cultivo de milho no Estado para este ciclo está estimada em 2 milhões de hectares, marcando uma redução de 7,4% em comparação com o ciclo anterior, quando registrou 2,2 milhões. 

Esta diminuição reflete ajustes nas condições de plantio e nas projeções de produção, influenciadas por fatores climáticos e também econômicos.

Em termo de produtividade a diferença e acentua ainda mais, passando de 5,7 mil toneladas por hectare no ciclo anterior para a atual projeção de 4,2 mil toneladas, queda de 25,9% estimada para o milho segunda safra em Mato Grosso do Sul.

Já a produção passa de 13,1 milhões toneladas no ciclo anterior, para um montante estimado em 8,9 milhões de toneladas na safra 2023/2024. A quebra prevista na comparação com o ano anterior é de 31,4%. 
Os dados apresentados pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) para a safrinha ainda são mais otimistas, levando a estimativa de 11,4 milhões de toneladas.

O economista do SRCG destaca que comparando com levantamentos anteriores, verifica-se um ajuste nas estimativas de produção de milho para esta safra. “Apesar das dificuldades enfrentadas, a expectativa é de que a safra seja suficiente para atender à demanda local, embora com números ajustados em relação às projeções iniciais”, analisa.

SOJA

A principal cultura afetada pela escassez hídrica foi a soja, conforme o levantamento da Conab, com uma queda de produtividade de  23,4% em relação a safra anterior, uma vez que safra passada produziu 3,7 mil kg por hectare e este ano as lavouras produziram 2,8 mil kg/ha. É a segunda maior queda de produtividade entre os estados, perdendo apenas para as lavouras localizadas no estado de São Paulo, que tiveram queda de 26% na produtividade.

Com isso, conforme a última estimativa, a produção de soja de MS caiu de 14 milhões de toneladas na safra 2022/2023 para 11,4 milhões de toneladas nesta safra, queda de 18,8% na produção. Mesmo diante de um aumento considerável de área cultivada, que este ano chegou a 4 milhões de hectares, alta de 6,1% na comparação com a safra anterior.
 

MUNDO

Países pobres e vulneráveis são os mais afetados por tensões tarifárias globais

Alerta da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento faz menção às novas tarifas impostas pelos EUA

06/04/2025 12h04

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos Foto: Reprodução

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Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a UNCTAD, da sigla em inglês, alertou que as novas tarifas impostas por grandes economias ameaçam o crescimento global, inibem investimentos e comprometem o progresso de países vulneráveis, agravando desigualdades.

De acordo com a entidade, a elevação de tarifas em um contexto de baixo crescimento e endividamento elevado pode "reduzir ainda mais os fluxos de comércio e investimento", aprofundando a incerteza em uma economia já fragilizada.

"Isso prejudica os vulneráveis e os pobres", afirmou a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan. "O comércio não deve se tornar outra fonte de instabilidade. Ele deve servir ao desenvolvimento e ao crescimento global."

Apesar de contribuírem pouco para os desequilíbrios comerciais, os países em desenvolvimento estão entre os mais afetados, destaca a UNCTAD. Eles representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos. "Eles não resolverão o déficit comercial nem gerarão receita significativa", ressalta o relatório.

A organização defende que a correção dos desequilíbrios e a atualização das regras do comércio global devem ocorrer por meio de cooperação internacional.

"Este é um momento para diálogo, não para escalada", afirmou Grynspan. "As regras do comércio global devem evoluir para refletir os desafios atuais, mas com previsibilidade e desenvolvimento no centro, protegendo os mais vulneráveis."

A UNCTAD pede ainda que os líderes reconsiderem as tarifas sobre países frágeis, alertando que tais medidas podem "causar grande sofrimento a milhões de pessoas".

 

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ECONOMIA

Petrobras recupera liderança entre ações mais recomendadas para abril

Itaú, que no mês passado foi o mais indicado, caiu para a segunda posição e passou de 11 recomendações em março, para 9 neste mês

06/04/2025 10h00

 Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março.

Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março. Agência Brasil

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A Petrobras retomou a liderança entre as ações mais indicadas nas carteiras recomendadas para abril. Em levantamento realizado pelo Broadcast Investimentos com 13 das principais corretoras e bancos de investimentos, dez casas têm exposição ao papel da estatal.

O Itaú, que no mês passado foi o mais indicado, caiu para a segunda posição em abril, passando de 11 recomendações em março, para 9 em abril. Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março.

Geralmente, somente uma corretora mantém inalterada a recomendação. Para abril, quatro casas mantiveram exatamente os mesmos nomes. Dessas quatro, três apenas alteraram o peso de cada papel dentro do portfólio.

Entre as ações com maior peso dentro do Ibovespa, o destaque ficou com a Vale, que apresentou um salto de março para abril, saindo da sexta posição para a terceira.

Foram seis recomendações de compra para as ações da mineradora, mesma quantidade anotada para a Eletrobras.

Entre os fatores que apontam chance de valorização da ON da mineradora, o Santander destaca retomada mais forte da atividade industrial na China, a recuperação dos preços do minério de ferro em níveis mais elevados, a distribuição de dividendos e programas de recompra de ações e o destravamento de valor com venda minoritária da divisão de Metais Básicos.

Sobre a Eletrobras, a Ativa Investimentos, uma das seis casas que recomendou exposição no papel para abril, explica que decidiu aumentar o peso do papel na carteira após a finalização do acordo de arbitragem envolvendo a empresa e o governo que, finalmente, corroborou o seu status de empresa de capital disperso.

Apesar dos ruídos recentes como a nomeação de Guido Mantega no conselho fiscal da empresa, acreditamos que agora a companhia poderá repercutir com mais fidelidade os seus fundamentos.

Quatro papéis ocupam a quarta posição entre as mais recomendadas, com cinco indicações para cada, sendo:

  • Copel,
  • Cury,
  • Equatorial e
  • JBS.

No caso da JBS, em relação ao mês passado, a empresa caiu uma posição. A multinacional de carnes teve três recomendações a menos, enquanto Cury e Equatorial apareceram em dois portfólios a mais se comparado com março e Copel manteve as mesmas cinco indicações do mês passado.

Em sua carteira 10SIM para abril, o BTG Pactual afirma que está muito otimista com relação ao segmento de moradias de baixa renda.

Por conta disso, colocou o papel da Cury entre as indicações, destacando que a acessibilidade nunca foi tão boa no programa 'Minha Casa Minha Vida'.

"A Cury vem apresentando sólidos resultados operacionais e financeiros, com lançamentos e vendas crescendo cerca de 50% a/a [ano a ano] e o LPA [lucro por ação] aumentando 35% a/a em 2024", explicou.

Sobre a Equatorial, a Terra Investimentos diz que além de ter forte atuação na distribuição de energia, recentemente ingressou no setor de saneamento.

"Além disso, a Equatorial apresenta investimentos robustos em capex, visando revitalização e expansão de ativos, especialmente em Goiás. Apesar de um aumento do endividamento com efeito no alongamento da dívida, a empresa possui grande potencial de valorização", pontua a casa.

Por fim, com quatro recomendações para cada, aparecem as ações da Prio, Telefônica Brasil (dona da Vivo), Sabesp, Suzano e WEG. Prio sequer ficou entre as mais indicadas para março, aparecendo em apenas duas carteiras.

Telefônica recebeu um voto a mais se comparado com o mês passado, enquanto Sabesp e Suzano perderam uma indicação cada e WEG teve duas recomendações a menos em abril. Ao todo, 55 empresas constaram nas principais carteiras para abril, com um total de 131 indicações divididas entre os bancos e corretoras.

 

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