Famoso destino de compras de brasileiros, veja se compensa a compra com a cotação atual e quais produtos ainda podem ter preços competitivos
Nos últimos dias, o dólar tem tido recordes sucessivos, fechando nos maiores valores nominais desde a criação do Plano Real. A alta impacta na economia do Brasil, mas também pode influenciar nas compras do Paraguai, o famoso reduto de brasileiros devido aos preços competitivos.
A alta do dólar tem um impacto significativo no turismo de compras no Paraguai, especialmente em Pedro Juan Caballero e Ciudad del Este, que ficam em regiões de fronteira com o Brasil. Com o aumento da moeda americana, muitos brasileiros, que são a principal fonte de turistas de compras, enfrentam preços menos competitivos e isso resulta em uma diminuição do fluxo de visitantes e das vendas no comércio local.
No entanto, comprar no Paraguai, mesmo com a alta do dólar, ainda pode ser vantajoso, especialmente para eletrônicos, cosméticos e perfumes. Isto porque os produtos também acabam aumentando de preço no Brasil.
Conforme pesquisa realizada pelo Correio do Estado, produtos como smartphones e eletrônicos podem ser até 35% mais baratos em comparação ao Brasil. Já outros itens queridinhos dos brasileiros, como cosméticos importados e bebidas alcoólicas, a diferença pode chegar a 30%.
Para garantir a economia é necessário comparar os preços, para ver se compensa ou não.
O estudante de mestrado, Alison dos Santos, 25 anos, esteve em Pedro Juan Caballero no último fim de semana, e percebeu que há produtos que compensam, enquanto outros não.
"Estive no Shopping China no último final de semana e o dólar comercial estava custando R$ 6,20. Por esse motivo, acredito que para a maioria dos brasileiros, assim como eu, produtos eletrônicos como televisores, monitores de computador, videogames, são os únicos que ainda compensam comprar no Paraguai. Roupas, calçados, brinquedos, todos acima de 70, 80 dólares, fora de cogitação", disse.
Os melhores produtos para comprar no Paraguai, mesmo com o dólar alto, incluem:
- Eletrônicos: Smartphones, incluindo iPhone, e notebooks são significativamente mais baratos. Por exemplo, o iPhone 14, que já é uma versão mais antiga, custa cerca de R$ 4.477 no Paraguai, enquanto no Brasil é a partir de R$ 7,5 mil.
- Perfumes: Marcas renomadas como Chanel e Dior têm preços muito mais baixos, com diferença que podem chegar a R$ 500.
- Bebidas: Vinhos e destilados também apresentam preços competitivos em comparação ao Brasil.
Outro ponto a ser levado em questão na hora de avaliar se vale é a viagem, é o fato da valorização do dólar reduzir a atratividade das compras, muitos comerciantes oferecem promoções para atrair clientes, especialmente no fim de ano, quando costuma haver aumento de movimento.
Importante ressaltar que as principais lojas do Paraguai não entregam no Brasil e as compras devem ser feitas presencialmente.
Turismo de compras no Paraguai: vantagens e desvantagens em relação ao Brasil
O principal motivo que faz das cidades de fronteira um paraíso de compras para os brasileiros é a menor carga tributária, que permite que o Paraguai pratique preços mais competitivos, especialmente em relação a produtos importados.
Uma das principais vantagens da alta do dólar para os consumidores brasileiros é a desvalorização do real frente à moeda americana. Isso significa que, embora o preço de muitos produtos no Paraguai seja cotado em dólares, a variação da moeda brasileira favorece o câmbio.
Além disso, com a alta do dólar, muitos itens importados no Brasil ficam ainda mais caros, fazendo com que o turismo de compras no Paraguai se torne uma alternativa vantajosa.
As vantagens de comprar no país vizinho incluem também:
- Preços mais baixos: Muitos produtos, especialmente eletrônicos, costumam ter preços significativamente menores devido a impostos mais baixos e a uma maior concorrência entre as lojas.
- Variedade de produtos: O Paraguai possui uma grande variedade de marcas e modelos, principalmente eletrônicos e moda, o que pode ser uma vantagem para quem busca novidades.
- Menor carga tributária: A estrutura tributária do Paraguai permite preços mais competitivos, principalmente em produtos importados.
- Promoções e liquidações: Em alguns períodos há ofertas que atraem muitas ofertas e descontos, tornando as compras ainda mais atrativas.
- Compras em moeda local: Muitas lojas aceitam tanto a moeda paraguaia quanto o real, facilitando as transações.
As desvantagens incluem o fato de, mesmo com o menor preço em relação ao Brasil, o valor dos produtos aumenta quando o dólar está muito alto, sendo mais vantajoso aguardar outro momento em que a moeda americana esteja com menor cotação para fazer as compras.
Outro fator negativo é o aumento dos custos de viagem e logística. Com o valor do dólar mais alto, os preços de combustíveis, transporte e hospedagem em cidades próximas à fronteira também são impactados, tornando o turismo de compras mais caro do que em períodos de câmbio mais favorável.
Além disso, a alta do dólar pode afetar os custos adicionais relacionados a taxas de câmbio e encargos bancários nas transações financeiras realizadas durante a viagem.
Desta forma, mesmo com a alta do dólar, ainda pode haver itens mais baratos no Paraguai em comparação com o Brasil, principalmente quando se trata de produtos como eletrônicos, perfumes e cosméticos. Mas a diferença de preço pode ser menor do que em outros períodos. Vale a pena comparar.
Não se esqueça da tributação
Ao fazer compras no Paraguai, é importante estar atento as tributações ao entrar com os produtos no Brasil.
O limite de compras mensal no Paraguai para trazer ao Brasil, sem pagamento de impostos, é de 500 dólares americanos por via terrestre e 1 mil dólares americanos por via aérea ou marítima. Isso inclui todos os itens adquiridos e deve ser respeitado para evitar a cobrança de impostos adicionais na alfândega brasileira.
Esses valores são válidos por um período de 30 dias. Se um viajante retornar ao Brasil antes desse prazo e realizar novas compras, essas não estarão cobertas pela isenção da cota.
Além do valor, também existem limites quantitativos para determinados produtos, como bebidas alcoólicas, cigarros, perfumes e eletrônicos. Por exemplo:
- Bebidas alcoólicas: até 12 litros
- Cigarros: até 10 maços (ou 200 unidades)
- Perfumes: até 10 unidades
- Eletrônicos: geralmente limitados a um por categoria (por exemplo, um celular, um notebook, etc.)
Esses limites estão sujeitos a alterações, por isso é sempre bom verificar as regras atuais da Receita Federal antes de viajar.
Se as compras excederem esses limites, o viajante deve declarar os bens e pagar um imposto de 50% sobre o valor que ultrapassar a cota.