O decreto da cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos entrou em vigor nesta quarta-feira (12). A decisão tem como objetivo incentivar a produção interna e barrar produtos de outros países.
No entanto, a medida afetará diretamente o setor siderúrgico de Mato Grosso do Sul, visto que Corumbá é considerado pela exportação de mais de 120 milhões de dólares em ferro-gusa para os EUA.
Em evento que aconteceu pela manhã desta quarta-feira, o Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck explicou que o governo brasileiro tenta renegociar a questão tarifária, considerando a importância desse mercado para a economia nacional.
“Nós somos produtores de minério e de ferro gusa, então com essa taxação corre o risco de ter reduções nas atividades, o que pode gerar paralisação, desemprego e impacta a produção de minério, que é basicamente direcionada para a China”, informou.
Ainda de acordo com Verruck, o preço do ferro-gusa já apresenta queda no mercado internacional, o que agrava a situação. Com a elevação dos custos de exportação para os EUA, o Brasil perde competitividade e põe duas alternativas para o mercado: destinar o produto ao mercado interno, desde que haja demanda suficiente, ou aceitar uma desvalorização ainda maior do minério.
"Há também a possibilidade de buscar outros compradores internacionais, como a China e países asiáticos, que já importam minério de ferro. No entanto, a grande preocupação do momento está no setor siderúrgico brasileiro, que pode sofrer um impacto significativo caso as restrições sejam mantidas", ressaltou.
Além disso, há um questionamento sobre qual seria o real benefício da medida para os Estados Unidos. O aumento nos custos de importação pode encarecer produtos como automóveis, afetando diretamente os consumidores norte-americanos.
Em âmbito nacional, o Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, de acordo com os dados do Departamento de Comércio norte-americano. Apenas no ano passado, foram 4,1 milhões de toneladas em exportações para o país.
Os números ficam atrás apenas do Canadá, responsável por 6 milhões de toneladas ao mercado norte-americano. Em terceiro lugar, vem o México, com o envio de 3,2 milhões de toneladas.