O preço dos materiais de construção pode estar em alta, mas com a menor taxa básica de juros tornando os financiamentos imobiliários atrativos, uma modalidade que permite unir em um mesmo processo terreno mais a obra da casa própria tem chamado a atenção.
Embora a crise econômica tenha dificultado a aquisição de um apartamento ou casa para muitos, quem tem dinheiro disponível está aproveitando o momento para investir.
Para o correspondente imobiliário da Caixa Econômica Federal Eduardo Pelliccioni, grande vantagem é que o cliente adquire uma residência que se enquadre em todos os seus gostos, seja em tamanho, seja em disposição dos cômodos.
Os vários residenciais ou loteamentos estão surgindo em Campo Grande, nas regiões norte e sul, são um incentivo a mais.
“É possível até escolher o material empregado, como porcelanato, por exemplo. Podendo ainda utilizar do seu FGTS para entrada do mesmo, desde que não ultrapasse seu orçamento”, disse ao Correio do Estado.
Outro ponto positivo: os juros são menores em comparação com um financiamento habitacional simples.
E se o cliente é funcionário público, ele ainda tem um desconto no porcentual aplicado sobre o valor liberado, desde que migre o recebimento dos seus vencimentos para o banco estatal na forma de conta salário.
QUEM PODE?
Qualquer renda abrange a modalidade, seja na linha do Sistema Brasileiro de Poupança (SBPE), seja no recém aprovado Casa Verde e Amarela, que abrange famílias com rendas menores (embora tenha um limitador de até R$ 180.000,00 de orçamento para cidades acima de 50 mil habitantes, o que é o caso de Campo Grande.
No sistema pró-cotista, as taxas de juros variam entre 7,25% e 8%, enquanto no programa habitacional ela oscila entre 5,0 a 8,5% dependendo da renda do cliente, explica Pelliccioni.
COMO FAZER?
Tiago afirma que o primeiro passo é fazer a chamada análise de crédito, em que o banco analisará a renda do cliente e dirá qual valor máximo de financiamento pode ser aprovado.
É necessário ter algum valor de entrada, em torno de 20% a 25% do valor solicitado.
Se a pessoa já tem um terreno, o bem pode ser usado para esta finalidade.
A grande diferença entre comprar uma casa pronta e usar a modalidade, terreno e obra é que nesta segunda, o proprietário do terreno recebe o valor integral da Caixa.
A entrada serve para começar a construção.
O banco só começa a liberar a parte dele depois de um período estipulado em um cronograma.
Quem já tem um terreno, pode pedir à Caixa que antecipe um porcentual do valor financiado para fazer os alicerces e demais intervenções primárias.
Depois que o banco já aprovou o financiamento, é preciso contratar profissionais de engenharia e arquitetura para elaborar o projeto e as planilhas com prazos que serão utilizados nas medições.
“A liberação do dinheiro ocorre por etapas elaboradas pelo responsável técnico da execução da obra, tais etapas são realizadas por planilha de evolução de obra (PFUI) da Caixa, onde constam os detalhes construtivos do imóvel, e as etapas são verificadas após informação do seu término, onde o engenheiro da Caixa comparece no imóvel e confirma a sua realização, estando cumprida é liberada a cota do financiamento na conta do cliente”, pontua o correspondente imobiliário.
Durante a construção, o cliente paga juros sobre o valor da obra.
Somente quando ela é concluída e a prefeitura expede o habite-se que as parcelas do financiamento propriamente dito começam a ser pagas pelo proprietário.
É possível reservar um porcentual do valor total para ser entregue nessa etapa e bancar a documentação.
BENEFÍCIOS
Amarildo Miranda Melo, presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção Civil em Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS) acredita que a modalidade é extremamente positiva para o setor, um dos que mais geram empregos, segundo ele.
Os preços dos materiais de construção estão inflacionados, mas ele garante que em cerca de quatro meses eles voltem ao normal, pois o Governo Federal já estuda baixar os impostos para importação de produtos como cimento e ferro para fazer frente ao que Amarildo chama de “cartel” das fabricantes, que se valendo da pandemia, reduziram as linhas de produção e elevaram seus preços.


