Esportes

CAUSOS DA BOLA

Em Copa do Brasil de zebras, Comercial marcou história de MS há 25 anos

Em Copa do Brasil de zebras, Comercial marcou história de MS há 25 anos

RAFAEL RIBEIRO

08/02/2019 - 17h00
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E começou na última quarta-feira (6) a única competição na qual os clubes de Mato Grosso do Sul têm a chance de medir forças com os gigantes do futebol brasileiro: a Copa do Brasil.

Se o Corumbaense já se despediu após um empate sem gols com o Luverdense (MT), em casa, o Estado tem ainda a oportunidade de tentar fazer história com o Operário, que enfrenta o Botafogo-PB na próxima quarta-feira (13), no Morenão.

É mais um capítulo desde 1989, quando a Copa do Brasil foi criada. Com exceção da Copa João Havelange, em 2000, o maior mata-mata do futebol brasileiro é a única chance dos clubes sul-mato-grossenses de buscar uma glória diante dos grandes. 

E, apesar do retrospecto nada animador, nem só de lamentações vive a história de 30 anos de disputa de Mato Grosso do Sul na Copa do Brasil, como a coluna de esportes preferida do Estado mostrará no CAUSOS DA BOLA desta semana.

O Comercial de 1994: histórico não só na história colorada, mas também no futebol sul-mato-grossense

ÚLTIMO BRILHO

Não era nada fácil ser torcedor do Comercial naquele início dos anos 1990.

Sem conquistar o título estadual desde 1987, o Colorado, primeiro participante sul-mato-grossense (ainda com o Estado unificado) teve no fatídico 1986 sua última participação em um campetição nacional de primeiro nível.

E por que fatídico? Porque foi o último ano em que o Brasileirão teve de fato participantes de todos os estados brasileiros, antes da famigerada Copa União do ano seguinte (acreditamos que você já saiba dessa história leitor).

Aquela campanha prometia ser de festa para o Manda Brasa. Enquanto o rival Operário foi eliminado na primeira fase em seu grupo, o Comercial teve relativo sucesso. Na Chave D, ao lado de times como o Botafogo-RJ, Palmeiras e Portuguesa, fez bem a lição de casa e se classificou pela campanha regular.

Na segunda fase, no Grupo K, o Comercial sucumbiu enfrentando, entre outros, Cruzeiro e Bahia, ficando na lanterna, com duas vitórias e cinco empates em 16 jogos.

FUNDO DO POÇO

Eliminado da campanha que prometia ser histórica, o Colorado viu as gozações rivais voltarem, seja pela histórica campanha de 1977 do rival, seja pelo título do Módolo Azul da Copa União de 1987 (que não valia a disputa direta pelo título brasileiro daquele ano, até hoje para motivo de discórdia entre Sport de Recife e Flamengo). (A gente promete que contará os detalhes dessas campanhas em breve operarianos)

Se por um lado o título estadual daquela temporada amenizou o sentimenrto de ver o rival com uma campanha gigante em nível nazional, o Comercial viveria o pior momento de sua história nos anos seguintes.

Além da fila, o Manda Brasa viu o tricampeonato operariano em 1988, 1989 e 1991 e uma ascensão do interior, com título do Ubiratan, em 1990, e Nova Andradina, em 1992.

Nesse último ano (já tratamos dele aqui, perdeu, é só clicar e relembrar), o fundo do poço: com crise financeira e política, intrigas internas entre diretores, o Colorado sequer disputou o Estadual.

A redenção viria no ano seguinte.

Reestruturado, o Comercial voltou ao Estadual em 1993 para ser campeão justamente contra seu maior rival. E, mais importante que o fim do jejum de sete anos, selando a conquista da vaga para a Copa do Brasil do ano seguinte, seu retorno a um torneio de primeiro nível depois do pífio desempenho nos anos anteriores.

A HISTÓRIA

Com apenas 32 clubes na disputa (hoje são 91), a Copa do Brasil de 1994 terminou com o Grêmio campeão, mas ficou marcada pelo sucesso das zebras.A começar pelo próprio adversário dos gaúchos na decisão, o Ceará, que eliminou Palmeiras e Internacional antes de chegar na semifinal contra a surpresa maior da temporada: o Linhares, do Espírito Santo, que mostrou suas garras logo na primeira fase, eliminando o Fluminense.

É onde a história do Comercial terminaria, nas quartas-de-final. Com uma base que vinha do título estadual de 1993 (e que conquistaria o bi naquela temporada), o Colorado entrou para a história logo em sua primeira participação.

Até então, o futebol sul-mato-grossense havia passado de fase somente uma vez, em 1990, quando o Operário eliminou o Mixto (MT) e depois caiu para o Goiás levando uma goleada por 5 a 0.

Para 1994, a expectativa não era das melhores. O sorteio colocou o Comercial de frente com o Paysandu, gigante do Pará. Mas a zebra apareceu. Segurou o Papão bicolor nos dois jogos, que terminaram em 0 a 0, e nos pênaltis, no Morenão, passou após vencer por 6 a 5.

A maior lembrança colorada daqueles dois jogos vieram na partida de ida, no Morenão, com o goleiro Osmar defendendo dois pênaltis dos paraenses e evitando uma derrota que poderia abreviar a trajetória do Manda Brasa, que errou diversas cobranças na série, conforme estampou o Correio do Estado.

A segunda fase não reservou grandes preocupações à torcida colorada. Em ano de surpresas, o rival nas oitavas-de-final era o modesto Kaburé, de Tocantis, hoje já licenciado, e venceu por 2 a 0 as duas partidas.

A expectativa nas quartas-de-final era grande, diante de um Linhares que apesar de temido em seu estado, não transmitia preocupações, ainda mais pela decisão ser no Morenão.

Deu tudo errado. Na ida, em 5 de junho, em terras capixabas, o Linhares venceu por 1 a 0, gol do famoso atacante Vandick, na época em início de carreira e que depois rodaria em diversas equipes de menor expressão.

Sete dias depois, em um Morenão com mais de 15 mil pagantes, Gersinho, aos 42 do primeiro tempo, abreviou o sonho colorado, que chegou a empatar com Neilor, aos 15 da etapa final, mas não teve como buscar os outros dois tentos que lhe dariam a almejada vaga contra os cearenses.

 Tratado pelos colorados como o '1977 do lado vermelho de Campo Grande', até hoje a campanha de 1994 está imortalizada nos c orações da Capital como um dos grandes feitos daquele ano, ao lado do tetracampeonato Mundial da Seleção Brasileira.

Naquela Copa do Brasil, o surpreendente Linhares cairia para o Ceará na semifinal, mas para o Comercial pouco importava. Cravou seu nome na história e força o rival a, quem sabe, repetir o feito neste ano, em sua volta à competição após 13 anos.

PARTICIPAÇÕES DE MS NA COPA DO BRASIL

Operário: dez participações
(1989, 1990, 1992, 1993, 1996, 1997, 1998, 2001, 2006 e 2019*)
Melhor colocação: oitavas-de-final em 1990
*Estreia nesta temporada na próxima quarta-feira

Comercial: oito participações
(1994, 1999, 2000, 2001, 2003, 2011, 2016 e 2017)
Melhor colocação: quartas-de-final em 1994

Cene: oito participações
(2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2012, 2014 e 2015)
Melhor colocação: segunda fase em 2004 e 2006

Naviraiense: quatro participações
(2010, 2011, 2013 e 2014)
Melhor colocação: segunda fase em 2013

Corumbaense: duas participações
(2018 e 2019)
Melhor colocação: segunda fase em 2018

Águia Negra: três participações
(2008, 2013 e 2015)
Primeira fase em todos

Chapadão do Sul: três participações
(2004, 2005 e 2007)
Primeira fase em todos

Ivinhema: duas participações 
(2010 e 2016)
Primeira fase em todos

Coxim: uma participação
2007 - primeira fase

Aquidauaenense: uma participação
2012 - primeira fase

Sete de Dourados: uma participação
2017 - segunda fase

Pontaporense: uma participação
1995 - primeira fase


Novo: uma participação
2018 - primeira fase

*Amigos e amigas leitores do Correio do Estado, o Campeonato Estadual de futebol de Mato Grosso do Sul começou. E, para embalar a bola que vai rolar pelos gramados, temos o prazer de apresentar a vocês nossa nova coluna: 'Causos da Bola'.

Semanalmente, sempre aos sábados, convidamos você a viajar no tempo da história esportiva sul-mato-grossense através dos 65 anos acumulados nas páginas do jornal mais tradicional e querido do Estado.

Embarque com a gente nesta máquina do tempo e reviva junto conosco o que de melhor nosso arquivo tem a oferecer sobre os fatos esportivos. 

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Confira abaixo as capas e reportagens da cobertura do Correio da histórica caminhada colorada:

Futebol

Corinthians vence Vasco e conquista tetracampeonato da Copa do Brasil

Título garantiu ao Timão uma vaga na Copa Libertadores de 2026

21/12/2025 19h16

Corinthians venceu o Vasco por 2 a 0 e conquistou o título da Copa do Brasil

Corinthians venceu o Vasco por 2 a 0 e conquistou o título da Copa do Brasil Foto: Rodrigo Coca / Corinthians

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O Corinthians é campeão da Copa do Brasil 2025. Depois do empate sem gols no jogo de ida, na Neo Química Arena, o time alvinegro foi cirúrgico jogando Maracanã, aproveitando as poucas chances que teve — finalizou somente duas vezes em direção à meta — para vencer o Vasco por 2 a 1, neste domingo, e ficar com a taça. Yuri Alberto e Memphis Depay fizeram os gols do time paulista. Nuno Moreira marcou para a equipe cruz-maltina.

Trata-se do quarto título conquistado pelo Corinthians na Copa do Brasil. Os paulistas também venceram em 1995, 2002 e 2009. Dorival Júnior, por sua vez, igualou Luiz Felipe Scolari, também com quatro taças, e se tornou o técnico que mais venceu o torneio.

Pela conquista do título, o Corinthians vai receber uma premiação de R$ 77,1 milhões, encerrando a participação com um acumulado de R$ 109,1 milhões, e também garante uma vaga na Copa Libertadores 2026. Já o Vasco recebe R$ 33 milhões pelo vice-campeonato e fecha o torneio com um total de R$ 53,5 milhões.

Diferentemente do primeiro duelo, em Itaquera, o Corinthians foi para o jogo com o meio-campo modificado. O volante Maycon ganhou a vaga do Rodrigo Garro, que vive mau momento, e o jovem Breno Bidon, também volante, assumiu a função de jogar mais adiantado.

A ideia era reforçar o setor e impedir o Vasco de trabalhar a bola livremente, como aconteceu no jogo de ida.

Empurrado por um Maracanã abarrotado, com torcedores fazendo muito barulho, o Vasco tentou adotar uma postura de protagonismo no começo do jogo. O time de Fernando Diniz ficou mais com a bola e pressionou a defesa corintiana quando não tinha a posse.

Para sair de trás, a equipe de Dorival Júnior buscou jogadas pelos lados. Aos 18 minutos, Matheuzinho recebeu ótimo passe, de Raniele, nas costas da defesa e fez lançamento preciso para Yuri Alberto, que ficou cara a cara com o goleiro Léo jardim e balançou as redes.

A jogada do gol pareceu ter demonstrado o caminho para o Corinthians, que continuou apostando nas bolas esticadas. Yuri Alberto teve chance clara para ampliar aos 25, mas desta vez o camisa 9 finalizou mal quando ficou frente a frente com Léo Jardim e desperdiçou a oportunidade de deixar os visitantes mais confortáveis no placar.

Bem posicionado atrás, os paulistas deram pouco espaço para os cariocas realizarem tramas com qualidade. Porém, quando Raniele errou passe no meio-campo, o Vasco não perdoou.

Andrés Gómez recebeu livre na esquerda e fez cruzamento na medida para Nuno Moreira empatar, de cabeça, aos 40. A torcida cruz-maltina fez grande festa nas arquibancadas e o coro de “time da virada” foi entoado. A igualdade no placar fez justiça ao equilíbrio da partida na etapa inicial.

O Vascou voltou melhor após o intervalo. O time de Fernando Diniz empurrou o Corinthians para o campo de defesa e passou a rondar a área adversária, mas sem levar perigo imediato à meta defendida por Hugo Souza. A equipe de Dorival Júnior apelou para os chutões em direção a Yuri Alberto, que, encaixotado, não conseguiu fazer muita coisa.

Aos 17 minutos, os paulistas aproveitaram a primeira chance clara que tiveram em um contra-ataque para marcar. Bidon deu um lindo drible da vaca em Barros e a jogada terminou com Yuri tocando para Memphis só empurrar para as redes.

Logo após o gol corintiano, Diniz tirou o volante Barros para colocar o centroavante Pablo Vegetti, artilheiro do País em 2025, com 27 gols. A ideia era clara: aproveitar o faro apurado do argentino para converter a pressão em bola na rede.

Os cariocas começaram a cruzar bolas na área e a defesa corintiana precisou se desdobrar para evitar chances perigosas. Dorival, diferentemente de Diniz, teve opções melhores para oxigenar o time e colocou Carrillo e Garro no segundo tempo para tentar fazer o time sair de trás.

Conforme o jogo foi se aproximando dos minutos finais, Dorival fez substituições para “fechar a casinha”, ou seja, fortalecer o sistema defensivo para segurar o resultado até o fim — Yuri Alberto, com sangramento no nariz, foi tirado para a entrada do zagueiro João Pedro.

Diniz empilhou o Vasco com atacantes: Rayan, Vegetti, David e Gómez... O time corintiano sofreu no fim, mas conseguiu assegurar o a vitória para ficar com o título.

VASCO 1 X 2 CORINTHIANS

VASCO - Léo Jardim; Paulo Henrique, Carlos Cuesta (David), Robert Renan e Puma Rodríguez (Matheus França); Cauan Barros (Vegetti), Thiago Mendes e Philippe Coutinho (Tchê Tchê); Andres Gómez, Nuno Moreira (GB) e Rayan. Técnico: Fernando Diniz

CORINTHIANS - Hugo Souza; Matheuzinho, André Ramalho, Gustavo Henrique e Matheus Bidu (Angileri); Raniele (Carrillo), José Martínez, Maycon (Maycon) e Breno Bidon (Rodrigo Garro); Memphis Depay e Yuri Alberto (João Pedro Tchoca). Técnico: Dorival Júnior.

ÁRBITRO - Wilton Pereira Sampaio (Fifa/GO)

GOLS - Yuri Alberto, aos 18, e Nuno Moreira, aos 40 minutos do primeiro tempo; Memphis Depay, aos 17 do segundo tempo

CARTÕES AMARELOS - Carlos Cuesta, Thiago Mendes e Vegetti (Vasco); Yuri Alberto, Carrillo, Matheuzinho e João Pedro Tchoca (Corinthians)

PÚBLICO - 67.111

Declaração

Neymar promete fazer o 'impossível' para conquistar a Copa e manda recado: 'Alô, Ancelotti!'

pesar do discurso confiante, a presença de Neymar na próxima Copa do Mundo ainda é incerta

21/12/2025 09h45

Neymar Júnior

Neymar Júnior Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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Neymar voltou a falar sobre Copa do Mundo e deixou claro que mantém o objetivo de disputar o Mundial de 2026 com a seleção brasileira. Neste sábado, durante um show do cantor Thiaguinho, em São Paulo, o camisa 10 do Santos prometeu "fazer o impossível" para buscar o hexacampeonato e aproveitou o momento para mandar um recado ao técnico Carlo Ancelotti.

"Vamos fazer o impossível para trazer a Copa para o Brasil. O possível e o impossível. Em julho, vocês podem me cobrar. Alô, Ancelotti, ajuda nós!", disse o atacante, no palco do show. O camisa 10 do Santos esteve no evento "Tardezinha" acompanhado da esposa, Bruna Biancardi, do filho Davi Lucca, da irmã Rafaella e do cunhado Gabigol.

Apesar do discurso confiante, a presença de Neymar na próxima Copa do Mundo ainda é incerta. O jogador não foi convocado por Ancelotti desde a chegada do treinador à seleção brasileira, e o italiano já afirmou em mais de uma ocasião que só pretende chamá-lo quando estiver em plenas condições.

No Santos, o camisa 10 tem convivido com limitações físicas ao longo da temporada. Até aqui, disputou 28 partidas, com 11 gols e quatro assistências. O contrato com o clube termina em dez dias, e as partes negociam uma renovação por mais seis meses.

Antes de qualquer definição sobre o futuro, porém, Neymar será submetido a uma cirurgia no joelho esquerdo para corrigir um esgarçamento no menisco. O procedimento está previsto para ocorrer nesta semana, com prazo estimado de recuperação de cerca de um mês.

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