Ídolo, segundo o dicionário, é uma “pessoa ou coisa intensamente admirada, que é objeto de veneração”. Algo que sempre soou como distante, inalcançável. Esta é a visão que Felipe Fragatinha de Rubens Barrichello quando assistia do sofá de casa o veterano vencer corridas na Fórmula 1. Agora imagine crescer e correr junto com seu ídolo da infância. Melhor ainda, imagine disputar um título com ele e ser campeão. Foi o que fez o jovem de 21 anos neste domingo, no Autódromo de Interlagos. O piloto do Tocantins cruzou a linha de chegada em décimo, resultado suficiente para se tornar o mais jovem campeão da história da principal categoria do automobilismo nacional, e igualar o próprio Rubinho, dono do troféu de 2014, em número de títulos. Barrichello, que precisava vencer e torcer para Fraga não ficar entre os 12 primeiros, terminou em segundo. O vencedor foi Daniel Serra, em sua corrida de despedida da RBR. Ricardo Maurício (RC) completou o pódio. A CRT, de Felipe Fraga e Marcos Gomes, foi bicampeã em equipes.
- Fiquei muito emocionado. A gente batalhou muito para conseguir uma equipe boa aqui na Stock Car. Eu e minha família sofremos bastante para estar em uma equipe boa. E eu estou vivendo um sonho só de estar aqui correndo com esses caras que sempre fui fã, como o Thiago Camilo, Cacá Bueno e o próprio Barrichello. E agora estar aqui ganhando deles pouco tempo depois é o que vale mais - disse o mais novo campeão.
Apesar da boa vantagem no campeonato, o título de Fraga (carro #88 da CRT) veio com contornos de tensão. Precisando de apenas um 12º lugar em caso de vitória de Rubinho (carro #111 da Full Time), o jovem prodígio largou na pole e liderava a corrida com tranquilidade, enquanto Barrichello, havia rodado nas primeiras voltas e tinha despencado para a 18ª colocação.
A taça parecia garantida. Até começar a chover. Foi quando a equipe chamou Felipe para os boxes em uma tática que se mostrou equivocada. Experiente, Rubinho se manteve na pista e pulou para as primeiras colocações. Habilidoso na pista molhada, o veterano foi fazendo ultrapassagens e aparecia em segundo. Um erro ou um problema no carro de Fraga e o título caía no colo do ex-Fórmula 1. Mas o jovem piloto levou na ponta dos dedos e conseguiu o 10º lugar, posição que lhe garantiu a taça. Na classificação final, Fraga ficou com 309 pontos, contra 295 de Rubinho. Com 229 pontos, Serra tomou o 3º lugar de Valdeno Brito no critério de desempate.
- No fim, foi do jeito que a gente sempre foi. Do jeito que pensei, com muita luta. A gente não deve nada hoje. Valeu essa gritaria toda, essa luta. Eu vou falar para você. Eu entrei naquela chicane molhada na última volta com tudo para tentar ser campeão. Foi por pouco. Mas valeu! - disse Rubinho.


