A araponga-da-Amazônia, que habita regiões de maior altitude na floresta, chegou a bater o recorde de volume já gravado no canto de uma ave, atingindo 125 decibéis. A título de compreensão, o som emitido por essa espécie é capaz de ser ouvido a mais de 1,5 km. Porém, o prestígio de seu ruído está ameaçado de extinção devido às ações humanas.
Inconfundível por sua beleza e canto, a ave entrou para a lista de ameaça de extinção da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). De acordo com as pesquisas, atualmente a situação da araponga é de vulnerabilidade, exigindo novas metodologias para evitar que a espécie deixe de existir.

Suas peculiaridades só podem ser encontradas em ambientes amazônicos acima de 1.000 metros de altitude, que são raros. O problema é que muitas dessas regiões estão sendo apropriadas por humanos em função da pecuária e agricultura. Além disso, o tipo de ambiente em que elas vivem, florestas equatoriais frias de altitude, tende a encolher com a mudança do clima.
Com a ocupação humana, algumas arapongas-da-Amazônia saíram de suas dependências em direção a locais propícios para procriação. Contudo, a falta de outras espécies e o ambiente oferecido têm colaborado ainda para que sejam caçadas. O detalhe importante é que são aves migratórias, habitando mata primária, floresta preservada, capoeiras com fruteiras, matas litorâneas e Mata Atlântica.
Um pouco mais sobre a ave ameaçada de extinção
Apesar de seu canto ser uma das qualidades mais marcantes, a façanha somente é possível entre os machos. De acordo com pesquisadores, o artefato é utilizado para atrair fêmeas nas proximidades, mas é notado também em meio a briga com outros machos. O detalhe curioso é que a tonalidade varia de acordo com o objetivo almejado pela araponga.
“Ele usa esse som super alto de 125 decibéis para cortejar a fêmea de perto, no ouvido. Ela pousa ao lado dele e ele emite esse som no ouvido da fêmea. Isso é surpreendente, porque os animais geralmente diminuem o volume para esse tipo de comunicação próxima. Mas esse pássaro faz diferente”, destacou o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e ornitólogo Mario Cohn-Haft.





