Devido ao tarifaço aplicado por Donald Trump diante de produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, o Brasil encontrou uma sobrevida diante do mercado. Isso porque países vizinhos, como o Paraguai, têm comprado carne bovina para abastecer seus comércios internos. Dessa forma, as exportações para o território estadunidense foram ampliadas, na prática conhecida como arbitragem ou “triangulação”.
Segundo dados do Agrifatto, a carne bovina do Brasil passou a figurar no mercado paraguaio com um aumento significativo de 55% em comparação ao mesmo período de 2024. Como se não bastasse a animosidade entre ambas as nações, entre julho e agosto, o volume exportado escalou para 178%, beneficiando ainda mais a economia brasileira.

“Na prática, o Paraguai pode comprar carne brasileira para consumo doméstico e exportar a sua própria carne para os Estados Unidos, aproveitando os bons preços do Brasil para não reduzir o estoque interno”, explicou a diretoria do Agrifatto, Lygia Pimentel, afirmando que essa movimentação não fere acordos comerciais, mas ajuda a manter o fluxo global de exportações.
A nível de ciência, o movimento de arbitragem tem feito o Brasil aumentar ainda mais o volume mensal de exportações de carne bovina, o que novamente deve ser notado em outubro. Em suma, até meados de setembro, foram embarcadas 294,7 mil toneladas da proteína, um recorde da série histórica. As informações foram repassadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Se, por um lado, esse aumento da disponibilidade de carne poderia pressionar os preços pagos ao produtor, por outro, a demanda global tem funcionado como válvula de escape. “Não fosse a demanda externa aquecida e os baixos preços brasileiros, seria mais difícil escoar esse excedente. A arbitragem tem sido uma oportunidade importante para equilibrar o mercado durante esse período de oferta abundante”, crava Lygia.
Brasil e Estados Unidos marcam reunião para discutir o futuro
Nesta segunda-feira (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou ter iniciado uma videoconferência com Luiz Inácio Lula da Silva, chefe de Estado brasileiro. Na ocasião, os políticos combinaram de se encontrar pessoalmente para debater interesses coletivos, com a possibilidade de o tarifaço ser extinto.
“O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Nós concordamos em nos encontrar pessoalmente em breve. Sugeri a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterei o convite a Trump para participar da COP30, em Belém; e também me dispus a viajar aos Estados Unidos”, escreveu o petista.





