Um evento raro está ocorrendo no céu: o cometa Lemmon, cuja última passagem foi registrada há cerca de 1.350 anos, voltou a ser visível a partir da Terra. Ele tem origem no chamado disco disperso, uma região distante do Sistema Solar, formada por corpos gelados que orbitam lentamente o Sol.
Identificado no início de 2025 pelo Observatório Mount Lemmon, nos Estados Unidos, o cometa recebeu o nome em homenagem ao local de sua descoberta. Sua trajetória impressiona pela distância percorrida e pelo longo intervalo desde a última aproximação com o planeta.
Entre 20 de outubro e 5 de novembro, o cometa será visível em latitudes elevadas, especialmente na Finlândia. Surgirá no noroeste e mover-se-á para o norte, visível durante toda a noite. As melhores observações ocorrem sob céu limpo, principalmente perto do Círculo Polar Ártico, com pouca luz artificial.

O que torna o cometa Lemmon um fenômeno tão singular
Os cometas são compostos por gelo e poeira, e quando se aproximam do Sol, o calor faz com que parte desse gelo sublime, liberando gases e partículas. Esse processo cria uma atmosfera ao redor do núcleo, conhecida como coma, e uma cauda luminosa que pode se estender por milhões de quilômetros.
No caso do Lemmon, sua atividade gasosa pode gerar duas caudas distintas: uma esbranquiçada, formada por poeira, e outra azulada, composta por gases ionizados empurrados pelo vento solar.
Além do espetáculo visual, o comportamento do Lemmon é de grande interesse científico. A interação com o Sol pode alterar sua rota, fragmentar partes do núcleo ou modificar sua luminosidade de forma imprevisível.





