O entrave político entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump segue evidenciando preocupações financeiras de forma desproporcional. Diante da tarifa de 50% aplicada sobre o aço exportado do Brasil para os Estados Unidos, 37,6 mil empregos nas siderúrgicas brasileiras podem ser perdidos.
De acordo com projeções do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as indústrias do setor no país, o aumento das importações da liga metálica tende a reduzir a produção nacional no mercado interno, o que diretamente implicaria na elevação da taxa de demissões.

Nesta quarta-feira (27), o presidente do Conselho Diretor da entidade, André Gerdau Johannpeter, concedeu entrevista coletiva para externar suas preocupações. Segundo ele, somente no primeiro semestre de 2025, o volume de importações de aço subiu 40%, variando de 457 mil toneladas a 3,6 milhões de toneladas. Isso correspondendo a 30% do consumo interno.
“Entendemos que a importação faz parte, mas dentro de um número razoável, que é o histórico de 10% a 12% (do consumo interno). E há ainda 6,1 milhões de toneladas em produtos que contêm aço, como máquinas e veículos, que poderiam estar sendo fabricados no Brasil”, afirmou o executivo, que também é presidente do Conselho de Administração da siderúrgica Gerdau.
Preocupações diante do tarifaço de Trump
A princípio, estimava-se uma operação de 80% na produção da liga metálica, mas o índice nacional chegou à capacidade de apenas 66%. A nível de compreensão, a indústria do aço enfrenta taxas específicas em meio às tensões entre os Estados Unidos e o Brasil. Em resumo, em março deste ano, a tarifa de exportação era de 25%, mas foi dobrada em junho.
“A situação não está sustentável. Nosso maior desafio é com a importação, com risco de desemprego e investimentos, que podem ser postergados ou até cancelados, a depender da empresa”, ressaltou Johannpeter.





