Em 2020, a Nike tomou uma decisão que chamou atenção no cenário corporativo da América Latina: a empresa norte-americana anunciou a venda de suas operações na Argentina, país historicamente parceiro comercial do Brasil, além do Chile e Uruguai.
A medida representou uma reestruturação do modelo de negócios da companhia na região e resultou na paralisação direta de suas atividades nesses mercados, que passaram a ser administrados por terceiros.
O controle das operações foi transferido ao Grupo Axo, conglomerado mexicano especializado na distribuição de marcas internacionais de moda e artigos esportivos. O Grupo já mantinha uma parceria com a Nike, operando lojas da marca no México, o que facilitou a ampliação do acordo para outros países sul-americanos.

Estratégia global e impactos regionais
A decisão fez parte de um movimento mais amplo da Nike, que também havia vendido suas operações no Brasil ao Grupo SBF no mesmo período. Segundo a empresa, a meta era adotar um modelo de distribuição indireta, no qual parceiros locais ficam responsáveis pela gestão das lojas, enquanto a matriz mantém o controle estratégico da marca, do marketing e das plataformas digitais.
A companhia destacou que essa estratégia, já utilizada em outras regiões, visava maior eficiência operacional e geração de valor. A venda das operações na Argentina, Chile e Uruguai também implicou ajustes financeiros significativos.
No terceiro trimestre do ano fiscal de 2020, a Nike registrou uma despesa extraordinária de cerca de US$ 425 milhões relacionada ao câmbio e à reestruturação. Apesar disso, a empresa reafirmou seu compromisso em continuar presente no mercado latino-americano por meio de seus parceiros de distribuição, preservando a experiência de consumo e o padrão global da marca.





