A assinatura do decreto presidencial que regulamenta a TV 3.0 marca o início de uma transformação estrutural na radiodifusão brasileira. O sistema combina transmissão tradicional (broadcast) com serviços de internet (broadband), permitindo interatividade em tempo real, compras via controle remoto e acesso a conteúdos sob demanda diretamente na tela.
Baseado no padrão ATSC 3.0, o modelo utiliza aplicativos integrados para reposicionar os canais abertos na interface principal das SmartTVs. Essa estratégia contorna a atual marginalização da TV tradicional, onde plataformas de streaming dominam a navegação. A tecnologia permite:
- Troca instantânea entre emissoras através de ícones dedicados;
- transmissões em resolução 4K com áudio imersivo;
- serviços governamentais digitais e alertas de emergência geolocalizados;
- personalização de conteúdo publicitário conforme perfil do telespectador.
O cronograma de implementação prevê testes durante a Copa do Mundo de 2026, com prioridade para grandes centros urbanos. Estima-se que 58% dos domicílios com TVs conectadas à internet poderão acessar a nova tecnologia sem hardware adicional.

Desafios e impacto no ecossistema
A migração exigirá investimentos de R$ 2,8 bilhões em infraestrutura de transmissão até 2030, segundo projeções do Fórum SBTVD. Para usuários, a aquisição de conversores (estimados em R$ 150-300) e a necessidade de internet estável (mínimo 15 Mbps) criam barreiras, considerando que 78% da população não possui conectividade significativa.
Na esfera pública, a Plataforma Comum de Comunicação integrará emissoras educativas e serviços estatais, utilizando tanto sinal broadcast quanto conexão IP.
Dados da TIC Domicílios 2024 revelam que 43% das residências rurais ainda dependem exclusivamente de TV por antena, grupo que demandará políticas específicas para evitar exclusão digital durante a transição tecnológica.





