A cidade de Torres é conhecida por abrigar as melhores praias do litoral gaúcho. Guarita, com suas águas claras é um ótimo exemplo. No entanto, em meio as paisagens que atraem visitantes de todo o Brasil, a Praia Paraíso agora ocupa um lugar indesejado: o topo do ranking nacional de toxicidade de microplásticos.
O dado foi revelado pelo projeto MicroMar, que avaliou mais de mil praias brasileiras e identificou a presença de microplásticos em quase 70% delas. Apesar de a quantidade de fragmentos em Torres ser relativamente baixa, o nível de toxicidade dos materiais encontrados é o mais alto do país, segundo o estudo publicado na revista Environmental Research.
Os microplásticos, partículas menores que cinco milímetros, estão se tornando um dos principais poluentes dos oceanos. Invisíveis a olho nu, eles resultam da degradação de produtos plásticos e acabam se acumulando na areia e no mar. Além do impacto direto sobre o ecossistema, essas partículas funcionam como esponjas, absorvendo substâncias químicas e metais pesados, o que aumenta significativamente o risco ambiental.
Toxicidade elevada e risco ecológico para o litoral norte gaúcho
O levantamento do MicroMar, conduzido pelo Instituto Federal Goiano (IF Goiano), analisou mais de quatro mil amostras de areia coletadas entre 2022 e 2023. A pesquisa introduziu o Índice de Perigo do Polímero (PHI), que mede a toxicidade dos microplásticos, e o Índice de Risco Ecológico Potencial (PERI), que combina toxicidade e densidade de partículas.
No caso da Praia Paraíso, ambos os índices colocaram o local no patamar máximo de risco. Entre os fragmentos encontrados, destacam-se polímeros como o PVC, reconhecido por liberar substâncias altamente tóxicas.
Segundo o pesquisador Thiarlen Marinho da Luz, o foco do estudo vai além da contagem de fragmentos, trata-se de entender onde estão os plásticos mais perigosos e como eles podem afetar o equilíbrio ambiental.





