Nos últimos meses, o custo do frete marítimo tem apresentado uma escalada alarmante, impactando o comércio internacional de forma significativa. Após uma retração no início do ano, os preços dispararam, especialmente na rota Ásia-Brasil.
Em abril, o valor do frete por contêiner importado era de aproximadamente US$ 950, mas em maio esse número saltou para mais de US$ 5 mil. Essa alta representa um aumento de quase seis vezes, refletindo as tensões comerciais globais e a instabilidade do mercado.
Impactos da Guerra Tarifária
A guerra tarifária iniciada pelo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, teve um papel crucial nesse aumento. As tarifas de importação impostas, especialmente contra a China, geraram um clima de incerteza que afetou diretamente o frete marítimo. Inicialmente, os preços do frete caíram devido à hesitação das empresas em negociar, mas a recente trégua nas negociações entre os EUA e a China fez com que a demanda reprimida emergisse, resultando em um aumento acentuado nos preços.
Além disso, a oscilação dos preços do frete é influenciada pela oferta e demanda. Com a retomada das negociações, muitas empresas começaram a liberar a demanda acumulada, aproveitando a janela de fretes mais baixos antes que os preços subissem ainda mais. Os meses de pico, como julho e agosto, também contribuem para a expectativa de que os valores continuem a subir.
Desafios para o Comércio Brasileiro
O aumento do frete marítimo traz desafios significativos para o comércio brasileiro, especialmente para pequenas e médias empresas. Com mais de 80% do comércio internacional sendo realizado por via marítima, a escalada dos custos logísticos afeta diretamente o planejamento de importadores e exportadores. O Brasil, ao se tornar uma alternativa de mercado, viu a demanda aumentar, o que, por sua vez, elevou os preços do frete.
Diante desse cenário, as empresas precisam se preparar para enfrentar os desafios impostos pelo aumento dos custos logísticos. Estratégias como negociar prazos e volumes com fornecedores, diversificar rotas e modais de transporte, e garantir que todos os custos sejam considerados na precificação dos produtos são essenciais para manter a competitividade no mercado.





