O quilo da picanha mais cara do mundo pode custar até R$ 2.300 no Brasil, e o protagonista desse valor é o Wagyu, raça bovina originária do Japão. O termo significa “boi japonês” e sua carne é reconhecida mundialmente pelo marmoreio elevado, ou seja, a gordura entremeada nas fibras, responsável pela maciez e pelo sabor amanteigado.
O Wagyu surgiu há mais de dois mil anos no Japão, onde bovinos trazidos da península Coreana eram usados para tração no cultivo de arroz. Isolados em pequenas populações, desenvolveram características próprias e, a partir do século XX, ganharam destaque pela carne de alto valor, tornando-se uma das mais caras do mundo.
No Japão, a raça é dividida em quatro subtipos: Kuroge (preto japonês), Akage (vermelho japonês), Mukaku (sem chifre) e Nihon Tankaku (com chifre curto). O Kuroge é o mais valorizado, justamente por oferecer maior potencial de marmoreio, característica que faz da carne um produto único no mercado.

Manejo cuidadoso e expansão mundial
A qualidade da carne Wagyu está diretamente ligada ao manejo diferenciado. O período de engorda pode variar de oito meses a um ano, podendo chegar a 600 dias em confinamento. Durante esse tempo, os animais recebem uma dieta balanceada, rica em grãos como milho e cevada, e são criados em ambientes controlados que reduzem ao máximo o estresse.
Embora sua origem esteja no Japão, a criação de Wagyu se espalhou por países como Austrália, Estados Unidos e Brasil. No território brasileiro, uma prática comum é o cruzamento da raça com o Nelore, resultando em animais que mantêm a rusticidade necessária para o clima tropical sem perder a qualidade da carne.





