Refrigerantes “diet” e “zero”, amplamente consumidos no Brasil por prometerem zero calorias, estão sendo associados a um aumento significativo no risco de gordura no fígado. Um estudo apresentado durante o congresso europeu de gastroenterologia UEG Week 2025 analisou os efeitos dos adoçantes artificiais sobre a saúde hepática e revelou que essas bebidas podem causar danos ainda maiores do que as versões tradicionais com açúcar.
Um estudo com 123 mil pessoas ao longo de dez anos mostrou que consumir diariamente uma lata de refrigerante diet aumenta em 60% o risco de doença hepática gordurosa metabólica (MAFLD), que pode evoluir para cirrose e câncer. As versões açucaradas elevam o risco em cerca de 50%.
No estudo, 1.178 participantes desenvolveram MAFLD e 108 morreram por causas hepáticas. Pesquisadores indicam que açúcar e adoçantes acumulam gordura no fígado, mas os artificiais têm efeito mais agressivo, alterando metabolismo e microbiota. Substituir bebidas adoçadas por água reduziu o risco em até 15%. Trocar refrigerante comum pelo diet não trouxe benefícios significativos.

Risco crescente entre os brasileiros
No Brasil, o consumo de refrigerantes continua elevado, com as versões diet ocupando cerca de 30% do mercado, impulsionadas por dietas e pelo controle de doenças como diabetes. A pesquisa acende um alerta sobre hábitos alimentares que, embora pareçam mais saudáveis, podem contribuir silenciosamente para o aumento de doenças hepáticas.
Especialistas recomendam reduzir o consumo de bebidas adoçadas e priorizar água, chás naturais e infusões sem aditivos. Também orientam observar rótulos e evitar adoçantes como aspartame e sucralose, que estão entre os mais associados a danos hepáticos.





