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Após 12 dias de guerra, Israel e Irã anunciam trégua

Em retaliação a ataque dos EUA, o Irã bombardeou uma base militar dos EUA no Catar, mas avisou com antecedência

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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 23, nas suas redes sociais que Israel e o Irã haviam concordado com um cessar-fogo, após mais de uma semana de ataques - e um bombardeio americano às instalações nucleares iranianas no sábado. Os governos de Israel ou do Irã não confirmaram a trégua.

"Foi plenamente acordado entre Israel e Irã que haverá um cessar-fogo completo e total, a partir de agora, quando Israel e Irã tiverem se acalmado e concluído suas missões finais em andamento", escreveu Trump. "Após esse período, a guerra será considerada encerrada. Deus abençoe Israel, Deus abençoe o Irã, Deus abençoe o Oriente Médio, Deus abençoe os EUA e Deus abençoe o mundo."

A mensagem de Trump foi publicada horas depois que o Irã lançou 14 mísseis contra a base aérea de Al-Udeid, no Catar, a maior instalação militar americana no Oriente Médio, retaliando os ataques dos EUA contra três de suas instalações nucleares.

Aviso prévio

A resposta iraniana foi completamente coreografada, já que o regime avisou com antecedência os governos de Catar e EUA, parecendo indicar um desejo de encerrar o conflito. Trump agradeceu o aviso, que permitiu que os militares americanos esvaziassem a base.

"Quero agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém ficasse ferido", afirmou o presidente americano. "Parabéns, mundo. É hora de paz."

Mesmo antes do ataque do Irã à base americana no Catar já havia sinais de que Teerã estava procurando uma saída do confronto com os EUA. Israel também pareceu dar indícios de que não pretendia mais continuar a guerra. Segundo o jornal Times of Israel, o governo do premiê Binyamin Netanyahu procurou mediadores no Oriente Médio para passar a informação para os iranianos.

No fim de semana, Netanyahu havia declarado que Israel estava muito próximo de atingir seus objetivos na guerra contra o Irã, mas prometeu que não entraria em uma "guerra de atrito" com os iranianos. O conflito acabou impulsionando a popularidade do premiê, segundo pesquisas recentes.

Acordo

A base aérea de Al-Udeid é a sede regional do Comando Central dos EUA. Cerca de 10 mil soldados estão estacionados no local. O ataque iraniano inicialmente alimentou o temor de que o conflito pudesse se intensificar, atraindo ainda mais os EUA para a guerra e se expandindo por toda a região.

O Catar condenou o ataque em seu território e disse que se reservava "o direito de responder diretamente". Ao discutir ontem o lançamento de mísseis, autoridades iranianas disseram ao New York Times que precisavam ser vistos dando uma resposta aos EUA, mas com cautela.

Uma abordagem semelhante foi usada em 2020, quando o Irã avisou antes de disparar mísseis balísticos contra uma base americana no Iraque, em represália ao assassinato do general Qasem Suleimani.

Antes do ataque do Irã e do anúncio de Trump, Israel lançou diversas operações contra Teerã e prometeu mais bombardeios "nos próximos dias", prosseguindo com sua campanha militar. Ontem, os israelenses atingiram locais considerados símbolos da teocracia iraniana, como o quartel-general da Guarda Revolucionária, estradas de acesso à central nuclear de Fordow - alvo dos americanos no fim de semana - e a prisão de Evin, onde são mantidos milhares de dissidentes e prisioneiros políticos.

O centro de detenção há muito é considerado um símbolo de repressão e grupos de direitos humanos e sobreviventes dizem que torturas e execuções são rotineiras no local. Imagens de vídeo mostram uma explosão na entrada principal do complexo prisional. Não ficou claro por que Israel atacou a prisão. Não houve relatos imediatos de feridos e o Irã disse que ainda tinha controle da instalação.

Rússia

O ataque do Irã contra a base americana veio após o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, encontrar-se com um aliado chave, o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Enquanto o líder russo chamou os ataques dos EUA de "agressão absolutamente não provocada", ele se absteve de oferecer apoio concreto ao Irã.

Ontem, o vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, teve de se retratar e negou qualquer intenção de Moscou de fornecer armas nucleares a Teerã. Horas antes, no entanto, ele havia cogitado a possibilidade. "Vários países estão prontos para fornecer armas nucleares ao Irã", disse.

Pelas redes sociais, Trump ironizou Medvedev. "Ele realmente disse isso ou foi só fruto de minha imaginação?", escreveu o americano. "Essas declarações não deveriam ser dadas de forma leviana. Acho que é por isso que Putin é quem manda." 

NARCOTERRORISMO OU PETRÓLEO?

Trump diz que os EUA vão 'começar a agir em terra em breve' na Venezuela

Após apreensão do navio petroleiro, o Governo Maduro afirmou que "sempre se tratou do nosso petróleo, da nossa energia"

12/12/2025 07h37

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo americano intensificará os ataques contra narcotraficantes na Venezuela, revelando que ações terrestres no país ocorrerão "muito em breve", durante um evento no Salão Oval na noite desta quinta-feira, 11.

Ao ser questionado por repórteres na Casa Branca sobre a apreensão de um navio petroleiro perto da costa da Venezuela, Trump justificou a operação e acusou Caracas de ter enviado criminosos intencionalmente aos EUA como imigrantes.

"[A ação contra a Venezuela] é sobre muitas coisas, eles nos trataram de forma ruim, e agora nós não estamos tratando eles tão bem", disse Trump, que afirmou ter diminuído 92% a entrada de drogas pelo mar nos EUA desde que o país começou a abater embarcações no Caribe e no Pacífico. "E nós vamos começar [a agir] por terra também. Vai começar por terra muito em breve", acrescentou o presidente americano.

Na quarta-feira, 10, os Estados Unidos apreenderam um grande navio petroleiro na costa da Venezuela, em meio ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. "Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande - o maior já apreendido, na verdade", disse Trump a jornalistas.

"E outras coisas estão acontecendo, vocês verão mais adiante", ele acrescentou, no início de uma mesa-redonda com empresários e altos funcionários. Trump não deu detalhes adicionais sobre a operação, mas dois oficiais americanos disseram, sob condição de anonimato, que a apreensão ocorreu após um "planejamento deliberado" e que não houve resistência da tripulação ou vítimas durante a operação.

O governo da Venezuela respondeu em um comunicado que a apreensão "constitui um roubo flagrante e um ato de pirataria internacional". "Nestas circunstâncias, as verdadeiras razões para a agressão prolongada contra a Venezuela foram finalmente reveladas. Sempre se tratou dos nossos recursos naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano", afirmou o comunicado.

Washington enviou em agosto uma flotilha de navios e aviões de combate ao Caribe com o argumento de lutar contra o narcotráfico em Caracas, no entanto, considera que essa mobilização busca, na realidade, derrubar o ditador Nicolás Maduro e se apropriar das reservas de petróleo do país. Trump conversou recentemente por telefone com Maduro, sobre um possível encontro.

O governo americano desenvolveu uma série de opções de ação militar no país, que vão desde atacar Maduro até assumir o controle dos campos de petróleo do país. Trump expressou repetidamente reservas sobre uma operação para derrubar Maduro, segundo assessores, em parte por medo de que ela possa fracassar

Contudo, desde setembro, os Estados Unidos têm atacado embarcações na região que, segundo o governo Trump, traficam drogas. As forças armadas lançaram 22 ataques conhecidos, matando mais de 80 pessoas.

Trump também ordenou um aumento das forças americanas na região, com mais de 15.000 soldados e uma dúzia de navios no Caribe. O presidente americano autorizou ações secretas contra a Venezuela e já havia alertado que os Estados Unidos poderiam "muito em breve" expandir seus ataques de barcos na costa venezuelana para alvos dentro do país. Mas até então, o destacamento militar americano não havia afetado a atividade de navios petroleiros.

O navio tomado na quarta-feira tinha sido utilizado durante anos pela Venezuela e pelo Irã para transportar petróleo apesar das sanções internacionais contra ambos, disse, após a apreensão, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi. Ela também publicou um vídeo nas redes sociais que mostra o momento em que integrantes da Guarda Costeira do país apreenderam o navio petroleiro na costa da Venezuela.

A operação de quarta-feira ocorreu no mesmo dia em que o Prêmio Nobel da Paz foi formalmente concedido à dissidente venezuelana María Corina Machado. Sua filha recebeu o prêmio em seu nome em Oslo. (Com informações da Associated Press)

narcotráfico ou petróleo?

Petros diz que corpos no mar podem ser de vítimas de bombardeio dos EUA

Dois corpos foram localizados no mar do lado colombiano e vários outros do lado da venezuela na semana passada

08/12/2025 07h10

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo, 7, a abertura de uma investigação sobre o achado de dois corpos na beira do mar em um povoado na fronteira com a Venezuela e sugeriu que as mortes podem ter sido causadas por um bombardeio americano no Caribe.

Na quinta-feira, 4, a rede pública de televisão RTVC informou sobre a descoberta de dois corpos nesse povoado e de vários outros no lado venezuelano, sem precisar o número.

"Peço ao Instituto de Medicina Legal que estabeleça as identidades (...). Podem ser mortos por bombardeio no mar", escreveu Petro na rede social X. Um porta-voz da polícia confirmou à AFP que os corpos foram encontrados em uma praia de pescadores no departamento de La Guajira (norte).

Em outubro, Petro já havia acusado Washington de violar a soberania colombiana e de matar um pescador durante operações militares americanas contra o narcotráfico no Mar do Caribe.

Segundo ele, o colombiano Alejandro Carranza morreu em um dos ataques realizados por forças dos Estados Unidos que, desde agosto, têm concentrado ações na Venezuela e em áreas próximas às águas territoriais da Colômbia.

À época, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Colômbia não receberá mais subsídios americanos. Em publicação na rede social Truth Social ele justificou a medida dizendo que o presidente colombiano, Gustavo Petro, é um líder do tráfico de entorpecentes, "que incentiva fortemente a produção maciça de drogas". O chefe da Casa Branca, porém, não apresentou provas sobre suas acusações.

Na ocasião, o presidente colombiano negou qualquer vínculo com o narcotráfico e disse não compreender "a ganância" que, segundo ele, define o capitalismo.
 

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