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 O que é DeepSeek e por que ela acirrou a corrida entre China e EUA por inteligência artificial

Advento do sistema chinês derruba demanda por equipamentos da Nvidia, fazendo as ações da empresa desabarem em quase US$ 600 bilhões

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A plataforma de inteligência artificial chinesa DeepSeek iniciou um novo capítulo da disputa entre Estados Unidos e China pela liderança tecnológica, ao apresentar resultados que chocaram investidores mundo afora.

A startup chinesa tinha uma fração do investimento mobilizado por big techs, além de restrições impostas pelo governo americano no acesso a chips de ponta da Nvidia, e, mesmo assim, desenvolveu um modelo de IA generativa tão eficiente quanto o ChatGPT, da OpenAI. Trata-se da DeepSeek-R1.

Existe pouca informação sobre a empresa que está por trás da DeepSeek, mas um artigo publicado em janeiro cita uso de placas H800 da Nvidia, fabricadas desde 2023, por um custo de menos de US$ 6 milhões (R$ 35,6 milhões).

O megaprojeto de data centers encampado por Sam Altman para desenvolver IA, por exemplo, prevê US$ 100 bilhões (R$ 589 bilhões) de investimentos iniciais.

Mas as pessoas interessadas no desempenho da DeepSeek se frustram, desde domingo (26), com dificuldades para se cadastrar.

A empresa atribui a instabilidade a ataques hackers provenientes do exterior.

A reportagem mostra abaixo o que há de novo na DeepSeek e por que isso mudou todo o páreo envolvendo a corrida pela liderança no desenvolvimento de inteligência artificial.

O QUE É A DEEPSEEK?
 

DeepSeek é uma plataforma de IA generativa chinesa, criada em 2023 com investimento do fundo High-Flyer. O fundador, Liang Wenfeng, fez fortuna usando inteligência artificial para tomar decisões de investimento no mercado financeiro.

Desde aquele ano, a DeepSeek investe pesado para atrair os maiores talentos da China com o objetivo de desenvolver seu próprio modelo de IA. Em 2024, a empresa chinesa levou ao ar a primeira versão de sua plataforma, equipada com a DeepSeek-V2, atualizada depois para V2.5 e V3.

Foi o anúncio mais recente da startup, no último dia 20, o modelo DeepSeek-R1, que surpreendeu o mercado. Os criadores compararam o desempenho da sua criatura ao do o1, o modelo mais recente da OpenAI, capaz de fechar a prova de matemática do ITA e passar na prova de residência em medicina da USP.

A DeepSeek está disponível na nuvem e também pode ser baixada para execução na própria máquina.

QUÃO BOA É A DEEPSEEK?

Em rankings de modelos de inteligência artificial, a DeepSeek disputa as primeiras fileiras com os GPTs da OpenAI e as variações do Gemini, do Google.

O modelo se destaca, sobretudo, nos testes de matemática e programação. Também fica à frente na escrita em chinês, embora seja capaz de se comunicar em inglês e português com fluência.

A imprensa internacional e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, ressalvaram que a IA não responde a perguntas sobre fragilidades do regime de Xi Jinping.

Programadores, por outro lado, que executam o modelo na própria máquina, mostram que a DeepSeek está livre de censura quando roda fora da nuvem.

QUAIS ERAM OS RECURSOS ÀS MÃOS DA STARTUP CHINESA?

A DeepSeek tinha uma fração do investimento mobilizado por big techs, além de restrições impostas pelo governo americano no acesso a chips de ponta da Nvidia, durante o processo de desenvolvimento do R1.

Um artigo publicado pela equipe da DeepSeek em janeiro menciona uso de placas H800 da Nvidia, fabricadas desde 2023, por um custo de menos de US$ 6 milhões (R$ 35,6 milhões).

O megaprojeto de datacenters encampado por Sam Altman para desenvolver IA, por exemplo, prevê US$ 100 bilhões (R$ 589 bilhões) de investimentos iniciais.

Toda a mão de obra da DeepSeek é chinesa e foi formada na China, de acordo com o fundador, Liang. "Temos que desenvolver os melhores talentos nós mesmo", afirmou em uma rara entrevista.

COMO OS CHINESES CONSEGUIRAM TANTO COM MENOS?

A equipe da DeepSeek-R1 desenvolveu a plataforma com uma estratégia inédita, segundo artigo publicado pela empresa na ocasião do lançamento.

Os pesquisadores chineses, primeiro, melhoraram o DeepSeek-V3 (da geração anterior) usando apenas a técnica de aprendizado de reforço, na qual a IA recebe uma recompensa quando entrega uma resposta adequada. O padrão da indústria é fazer um novo treinamento do modelo, com base em dados mais específicos.

Essa primeira IA recebeu o nome de R1-Zero. Essa abordagem levou a um comportamento inesperado: o modelo começou a alocar mais tempo de processamento para problemas mais complexos, demonstrando uma capacidade de priorizar tarefas com base em sua dificuldade.

Embora a R1-Zero pensasse de maneira independente, ela misturava idiomas e, às vezes, fugia do tema abordado na pergunta.
Para corrigir o problema, a equipe da DeepSeek usou uma base de dados de referência, que chamou de "dados de inicialização a frio", antes de fazer o aprendizado por reforço.

O QUE É UM MODELO DE CÓDIGO ABERTO?

Diferentemente dos principais concorrentes, a DeepSeek adota um formato de código aberto.

Isso significa que a empresa disponibiliza diferentes versões do seu modelo de inteligência artificial para o público, que podem ser editadas e ativadas na própria máquina do usuário. A startup chinesa também publica artigos sobre seus avanços técnicos.
Essa transparência pode atrair o setor de tecnologia de diversas empresas pelo mundo, por permitir maior personalização da ferramenta, além de facilitar a manutenção e controle.

Outras empresas de IA começaram sob a premissa do conhecimento aberto, mas voltaram atrás e passaram a visar lucro. São exemplos disso a OpenAI e a francesa Mistral, ambas subsidiadas pela Microsoft.

POR QUE ISSO IMPACTOU A BOLSA?

A DeepSeek, além de apresentar um modelo vantajoso para os clientes corporativos, mostrou custos muito inferiores à concorrência. Os investimentos chineses, aparentemente na casa dos milhões de dólares, ficam muito abaixo das dezenas de bilhões de dólares mencionadas por big techs em seus balanços ao longo do ano passado.

As principais empresas de tecnologia americana treinam seus chatbots com supercomputadores que utilizam mais de 10 mil placas da Nvidia. Os engenheiros da DeepSeek disseram que precisaram de cerca de 2.000 dessas peças.

Com isso, os investidores avaliaram que superestimaram a demanda por equipamentos da Nvidia, fazendo as ações da empresa desabarem em quase US$ 600 bilhões.

OS CHIPS AINDA IMPORTAM?

Embora os resultados da DeepSeek impressionem, os chips ainda são importantes na corrida pela liderança da IA generativa. O paradigma que levou a criação do ChatGPT e seus similares foi o artigo "Atenção é tudo o que você precisa", cuja premissa é a de que quanto mais dados houver no treinamento do modelo, melhor será o resultado.

(Informações da Folhapress)

NARCOTERRORISMO OU PETRÓLEO?

Trump diz que os EUA vão 'começar a agir em terra em breve' na Venezuela

Após apreensão do navio petroleiro, o Governo Maduro afirmou que "sempre se tratou do nosso petróleo, da nossa energia"

12/12/2025 07h37

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo americano intensificará os ataques contra narcotraficantes na Venezuela, revelando que ações terrestres no país ocorrerão "muito em breve", durante um evento no Salão Oval na noite desta quinta-feira, 11.

Ao ser questionado por repórteres na Casa Branca sobre a apreensão de um navio petroleiro perto da costa da Venezuela, Trump justificou a operação e acusou Caracas de ter enviado criminosos intencionalmente aos EUA como imigrantes.

"[A ação contra a Venezuela] é sobre muitas coisas, eles nos trataram de forma ruim, e agora nós não estamos tratando eles tão bem", disse Trump, que afirmou ter diminuído 92% a entrada de drogas pelo mar nos EUA desde que o país começou a abater embarcações no Caribe e no Pacífico. "E nós vamos começar [a agir] por terra também. Vai começar por terra muito em breve", acrescentou o presidente americano.

Na quarta-feira, 10, os Estados Unidos apreenderam um grande navio petroleiro na costa da Venezuela, em meio ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. "Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande - o maior já apreendido, na verdade", disse Trump a jornalistas.

"E outras coisas estão acontecendo, vocês verão mais adiante", ele acrescentou, no início de uma mesa-redonda com empresários e altos funcionários. Trump não deu detalhes adicionais sobre a operação, mas dois oficiais americanos disseram, sob condição de anonimato, que a apreensão ocorreu após um "planejamento deliberado" e que não houve resistência da tripulação ou vítimas durante a operação.

O governo da Venezuela respondeu em um comunicado que a apreensão "constitui um roubo flagrante e um ato de pirataria internacional". "Nestas circunstâncias, as verdadeiras razões para a agressão prolongada contra a Venezuela foram finalmente reveladas. Sempre se tratou dos nossos recursos naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano", afirmou o comunicado.

Washington enviou em agosto uma flotilha de navios e aviões de combate ao Caribe com o argumento de lutar contra o narcotráfico em Caracas, no entanto, considera que essa mobilização busca, na realidade, derrubar o ditador Nicolás Maduro e se apropriar das reservas de petróleo do país. Trump conversou recentemente por telefone com Maduro, sobre um possível encontro.

O governo americano desenvolveu uma série de opções de ação militar no país, que vão desde atacar Maduro até assumir o controle dos campos de petróleo do país. Trump expressou repetidamente reservas sobre uma operação para derrubar Maduro, segundo assessores, em parte por medo de que ela possa fracassar

Contudo, desde setembro, os Estados Unidos têm atacado embarcações na região que, segundo o governo Trump, traficam drogas. As forças armadas lançaram 22 ataques conhecidos, matando mais de 80 pessoas.

Trump também ordenou um aumento das forças americanas na região, com mais de 15.000 soldados e uma dúzia de navios no Caribe. O presidente americano autorizou ações secretas contra a Venezuela e já havia alertado que os Estados Unidos poderiam "muito em breve" expandir seus ataques de barcos na costa venezuelana para alvos dentro do país. Mas até então, o destacamento militar americano não havia afetado a atividade de navios petroleiros.

O navio tomado na quarta-feira tinha sido utilizado durante anos pela Venezuela e pelo Irã para transportar petróleo apesar das sanções internacionais contra ambos, disse, após a apreensão, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi. Ela também publicou um vídeo nas redes sociais que mostra o momento em que integrantes da Guarda Costeira do país apreenderam o navio petroleiro na costa da Venezuela.

A operação de quarta-feira ocorreu no mesmo dia em que o Prêmio Nobel da Paz foi formalmente concedido à dissidente venezuelana María Corina Machado. Sua filha recebeu o prêmio em seu nome em Oslo. (Com informações da Associated Press)

narcotráfico ou petróleo?

Petros diz que corpos no mar podem ser de vítimas de bombardeio dos EUA

Dois corpos foram localizados no mar do lado colombiano e vários outros do lado da venezuela na semana passada

08/12/2025 07h10

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo, 7, a abertura de uma investigação sobre o achado de dois corpos na beira do mar em um povoado na fronteira com a Venezuela e sugeriu que as mortes podem ter sido causadas por um bombardeio americano no Caribe.

Na quinta-feira, 4, a rede pública de televisão RTVC informou sobre a descoberta de dois corpos nesse povoado e de vários outros no lado venezuelano, sem precisar o número.

"Peço ao Instituto de Medicina Legal que estabeleça as identidades (...). Podem ser mortos por bombardeio no mar", escreveu Petro na rede social X. Um porta-voz da polícia confirmou à AFP que os corpos foram encontrados em uma praia de pescadores no departamento de La Guajira (norte).

Em outubro, Petro já havia acusado Washington de violar a soberania colombiana e de matar um pescador durante operações militares americanas contra o narcotráfico no Mar do Caribe.

Segundo ele, o colombiano Alejandro Carranza morreu em um dos ataques realizados por forças dos Estados Unidos que, desde agosto, têm concentrado ações na Venezuela e em áreas próximas às águas territoriais da Colômbia.

À época, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Colômbia não receberá mais subsídios americanos. Em publicação na rede social Truth Social ele justificou a medida dizendo que o presidente colombiano, Gustavo Petro, é um líder do tráfico de entorpecentes, "que incentiva fortemente a produção maciça de drogas". O chefe da Casa Branca, porém, não apresentou provas sobre suas acusações.

Na ocasião, o presidente colombiano negou qualquer vínculo com o narcotráfico e disse não compreender "a ganância" que, segundo ele, define o capitalismo.
 

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