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DEMOCRACIA

Presidente da Coreia do Sul sofre impeachment após tentativa de autogolpe

Dos 300 deputados, 204 votaram pela queda do presidente coreano. Eram necessários pelo menos 200 votos para cassar seu mandato

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Depois de uma tentativa fracassada no último dia 7, o Parlamento da Coreia do Sul obteve apoio necessário e votou neste sábado (14) pela destituição do presidente Yoon Suk Yeol, 11 dias depois da tentativa de autogolpe promovida por ele com a decretação de lei marcial. 

O impeachment foi aprovado por 204 votos a favor e 85 contra -- era necessário o aval de dois terços da Assembleia Nacional, ou 200 dos 300 assentos. Três congressistas se abstiveram e outros oito votaram nulo.

Logo após o anúncio, Yoon veio a público afirmar que "não vai desistir" após a votação. "Estou frustrado que todos os esforços até agora serão em vão", disse ele em declarações feitas à TV coreana.

No último dia 7, a votação de impeachment tinha falhado depois de um boicote do PPP. Neste sábado, como já havia indicado o presidente da sigla à imprensa, o partido não inviabilizou o movimento da oposição.

Com o impeachment, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume as funções presidenciais, conforme determina a Constituição sul-coreana. Caso a Corte Constitucional chancele a decisão do Legislativo, o que é provável, novas eleições para o cargo de chefe do Executivo precisam ser realizadas em até 60 dias.

Investigado pela polícia por insurreição e alvo de protestos por sua renúncia, a permanência de Yoon no cargo se tornou praticamente insustentável na quarta-feira (11), quando fez um discurso televisionado no qual subiu o tom contra a oposição.

Na ocasião, disse que a declaração de lei marcial classificada como autogolpe pela oposição foi necessária e questionou a lisura das eleições legislativas de abril deste ano, nas quais perdeu a maioria na Assembleia Nacional. Yoon reafirmou também que não renunciaria. A posição do presidente causou surpresa e indignação até entre aliados, pois no sábado anterior (7), horas antes da primeira votação de impeachment, ele pediu desculpas à nação e afirmou que havia sido movido pelo desespero ao recorrer à lei marcial, que restringe direitos políticos.

No segundo pronunciamento, em uma tentativa de justificar a declaração da lei, o presidente afirmou que "grupos criminosos" que paralisam o trabalho do Estado e desafiam o Estado de Direito devem ser combatidos e impedidos de chegar ao poder "a qualquer preço".

A investigação contra ele levou a polícia sul-coreana a tentar fazer uma operação de busca no gabinete presidencial na quarta (11), mas os agentes foram impedidos pela equipe de segurança de Yoon. Além disso, o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun está preso desde o dia 8 --na última terça (10), ele tentou cometer suicídio na prisão.

Nos dias que se seguiram ao autogolpe frustrado, o líder da bancada governista no Legislativo, o deputado Choo Kyung-ho, havia dito que se esforçaria para tentar barrar um impeachment, mas que isso não significava concordância com a "lei marcial inconstitucional". Choo também teria pedido que Yoon deixasse o partido.

A declaração de lei marcial, na noite de 3 de dezembro, foi a primeira desde o fim da ditadura no país, em 1987. O texto suspendia atividades políticas e liberdades civis e levou militares às ruas de Seul, que chegaram a invadir o Parlamento, mas recuaram.

A medida foi rejeitada no Parlamento por unanimidade na madrugada de quarta (4), tarde de terça no Brasil, em uma votação sem participação de parlamentares governistas, que ademais também se manifestaram contra o expediente.

Ex-promotor de Justiça que se tornou estrela no país, Yoon Suk Yeol foi eleito em 2022 com uma plataforma conservadora no pleito mais apertado da história coreana. A vantagem em relação ao segundo colocado foi de apenas 0,73 ponto percentual.
 

Yoon liderava a equipe de investigação dos crimes que levaram ao afastamento da primeira mulher presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, presa e condenada em 2018 a 24 anos de prisão por uma série de violações envolvendo corrupção e abuso de poder. Libertada após um indulto presidencial em 31 de dezembro de 2021, tornou-se aliada de seu antigo algoz.
 

(Informações da Folhapress)

NARCOTERRORISMO OU PETRÓLEO?

Trump diz que os EUA vão 'começar a agir em terra em breve' na Venezuela

Após apreensão do navio petroleiro, o Governo Maduro afirmou que "sempre se tratou do nosso petróleo, da nossa energia"

12/12/2025 07h37

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo americano intensificará os ataques contra narcotraficantes na Venezuela, revelando que ações terrestres no país ocorrerão "muito em breve", durante um evento no Salão Oval na noite desta quinta-feira, 11.

Ao ser questionado por repórteres na Casa Branca sobre a apreensão de um navio petroleiro perto da costa da Venezuela, Trump justificou a operação e acusou Caracas de ter enviado criminosos intencionalmente aos EUA como imigrantes.

"[A ação contra a Venezuela] é sobre muitas coisas, eles nos trataram de forma ruim, e agora nós não estamos tratando eles tão bem", disse Trump, que afirmou ter diminuído 92% a entrada de drogas pelo mar nos EUA desde que o país começou a abater embarcações no Caribe e no Pacífico. "E nós vamos começar [a agir] por terra também. Vai começar por terra muito em breve", acrescentou o presidente americano.

Na quarta-feira, 10, os Estados Unidos apreenderam um grande navio petroleiro na costa da Venezuela, em meio ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. "Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande - o maior já apreendido, na verdade", disse Trump a jornalistas.

"E outras coisas estão acontecendo, vocês verão mais adiante", ele acrescentou, no início de uma mesa-redonda com empresários e altos funcionários. Trump não deu detalhes adicionais sobre a operação, mas dois oficiais americanos disseram, sob condição de anonimato, que a apreensão ocorreu após um "planejamento deliberado" e que não houve resistência da tripulação ou vítimas durante a operação.

O governo da Venezuela respondeu em um comunicado que a apreensão "constitui um roubo flagrante e um ato de pirataria internacional". "Nestas circunstâncias, as verdadeiras razões para a agressão prolongada contra a Venezuela foram finalmente reveladas. Sempre se tratou dos nossos recursos naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano", afirmou o comunicado.

Washington enviou em agosto uma flotilha de navios e aviões de combate ao Caribe com o argumento de lutar contra o narcotráfico em Caracas, no entanto, considera que essa mobilização busca, na realidade, derrubar o ditador Nicolás Maduro e se apropriar das reservas de petróleo do país. Trump conversou recentemente por telefone com Maduro, sobre um possível encontro.

O governo americano desenvolveu uma série de opções de ação militar no país, que vão desde atacar Maduro até assumir o controle dos campos de petróleo do país. Trump expressou repetidamente reservas sobre uma operação para derrubar Maduro, segundo assessores, em parte por medo de que ela possa fracassar

Contudo, desde setembro, os Estados Unidos têm atacado embarcações na região que, segundo o governo Trump, traficam drogas. As forças armadas lançaram 22 ataques conhecidos, matando mais de 80 pessoas.

Trump também ordenou um aumento das forças americanas na região, com mais de 15.000 soldados e uma dúzia de navios no Caribe. O presidente americano autorizou ações secretas contra a Venezuela e já havia alertado que os Estados Unidos poderiam "muito em breve" expandir seus ataques de barcos na costa venezuelana para alvos dentro do país. Mas até então, o destacamento militar americano não havia afetado a atividade de navios petroleiros.

O navio tomado na quarta-feira tinha sido utilizado durante anos pela Venezuela e pelo Irã para transportar petróleo apesar das sanções internacionais contra ambos, disse, após a apreensão, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi. Ela também publicou um vídeo nas redes sociais que mostra o momento em que integrantes da Guarda Costeira do país apreenderam o navio petroleiro na costa da Venezuela.

A operação de quarta-feira ocorreu no mesmo dia em que o Prêmio Nobel da Paz foi formalmente concedido à dissidente venezuelana María Corina Machado. Sua filha recebeu o prêmio em seu nome em Oslo. (Com informações da Associated Press)

narcotráfico ou petróleo?

Petros diz que corpos no mar podem ser de vítimas de bombardeio dos EUA

Dois corpos foram localizados no mar do lado colombiano e vários outros do lado da venezuela na semana passada

08/12/2025 07h10

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo, 7, a abertura de uma investigação sobre o achado de dois corpos na beira do mar em um povoado na fronteira com a Venezuela e sugeriu que as mortes podem ter sido causadas por um bombardeio americano no Caribe.

Na quinta-feira, 4, a rede pública de televisão RTVC informou sobre a descoberta de dois corpos nesse povoado e de vários outros no lado venezuelano, sem precisar o número.

"Peço ao Instituto de Medicina Legal que estabeleça as identidades (...). Podem ser mortos por bombardeio no mar", escreveu Petro na rede social X. Um porta-voz da polícia confirmou à AFP que os corpos foram encontrados em uma praia de pescadores no departamento de La Guajira (norte).

Em outubro, Petro já havia acusado Washington de violar a soberania colombiana e de matar um pescador durante operações militares americanas contra o narcotráfico no Mar do Caribe.

Segundo ele, o colombiano Alejandro Carranza morreu em um dos ataques realizados por forças dos Estados Unidos que, desde agosto, têm concentrado ações na Venezuela e em áreas próximas às águas territoriais da Colômbia.

À época, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Colômbia não receberá mais subsídios americanos. Em publicação na rede social Truth Social ele justificou a medida dizendo que o presidente colombiano, Gustavo Petro, é um líder do tráfico de entorpecentes, "que incentiva fortemente a produção maciça de drogas". O chefe da Casa Branca, porém, não apresentou provas sobre suas acusações.

Na ocasião, o presidente colombiano negou qualquer vínculo com o narcotráfico e disse não compreender "a ganância" que, segundo ele, define o capitalismo.
 

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