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Trump rejeita reconciliação com Musk e guerra preocupa republicanos

Depois de receber seu apoio na campanha e no começo do Governo, agora Trump diz que Musk tem problema com drogas

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O presidente americano, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira, 6, o bilionário e ex-aliado Elon Musk de "perder a cabeça", enquanto o rompimento dramático entre o homem mais poderoso e o mais rico do mundo se transformou em uma disputa generalizada, com possíveis consequências políticas e econômicas

Os republicanos aguardavam ansiosos por uma distensão, alertando que a briga pode desviar a atenção da agenda do presidente e inviabilizar o seu "grande e belo projeto de lei" no Congresso. "Só espero que isso se resolva rapidamente, pelo bem do país", disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, em entrevista à CNBC ontem.

Mas a paz parecia distante. Em uma série de ligações para canais da mídia americana, Trump rebateu os ataques do magnata da tecnologia nas redes sociais. A saraivada de insultos terminou com Musk dizendo que o presidente é citado nos chamados "arquivos Epstein" - em referência ao financista condenado por prostituição de menores, que se matou na prisão, em 2019.

Nas entrevistas, Trump buscou mudar o foco para seu projeto de lei de impostos e imigração, pendente no Senado. Mesmo assim, ele não parou de criticar Musk, se referindo a ele como "o homem que perdeu o juízo". "Nem estou pensando no Elon. Ele tem um problema. O coitado tem um problema", disse Trump à CNN, culpando o comportamento de Musk pelo uso de drogas e acrescentando que não falaria com ele por um tempo.

Recusa

Autoridades do governo disseram que Trump demonstrou pouco interesse em falar com Musk, mesmo depois de o bilionário sinalizar que estaria aberto a acalmar a discussão.

Um funcionário da Casa Branca, que falou sob condição de anonimato, disse que o presidente planejava vender o Tesla vermelho que comprou em março. Trump adquiriu o carro originalmente para demonstrar seu apoio a Musk em meio à reação negativa ao seu papel no governo.

Na noite de quinta-feira, 5, Musk recuou da ameaça de desativar a nave espacial Dragon, da SpaceX, que transporta astronautas e suprimentos da Nasa para a Estação Espacial Internacional. Pouco tempo depois, quando Bill Ackman, o bilionário dos fundos de hedge, postou nas redes sociais que os dois homens "deveriam fazer as pazes" em benefício do país, Musk respondeu: "Você não está errado".

Para Musk, uma disputa prolongada com Trump pode custar muito caro. Suas empresas, incluindo a SpaceX, se beneficiaram de bilhões de dólares em contratos governamentais e estavam posicionadas para receber outros bilhões. Trump ameaçou rescindir esses contratos.

A disputa também é arriscada para Trump. Musk gastou cerca de US$ 275 milhões para ajudar a eleger Trump em 2024 e prometeu doar US$ 100 milhões a grupos controlados pela equipe do presidente antes das eleições de meio de mandato de 2026. Esses fundos ainda não foram entregues e estão em xeque. Trump também precisa enfrentar a ira de um aliado que virou inimigo e parece determinado a minar sua posição na direita.

Autoridades do governo alertaram que o presidente poderia mudar de ideia a qualquer momento e decidir falar com Musk. Ainda assim, alguns dos assessores de Trump estão se preparando para uma possível guerra prolongada contra Musk, na qual aliados tanto da tecnologia quanto da política serão forçados a escolher um lado, de acordo com uma pessoa próxima do presidente que falou ao New York Times sob condição de anonimato.

PIADA

Enquanto isso, na Rússia, o ex-presidente Dimitri Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança do Kremlin, fez uma piada ontem no X sobre a Rússia mediar a questão. "Estamos prontos para facilitar a conclusão de um acordo de paz entre D e E por uma taxa razoável e aceitar ações da Starlink como pagamento", escreveu ele, referindo-se à empresa de internet via satélite de Musk.

NARCOTERRORISMO OU PETRÓLEO?

Trump diz que os EUA vão 'começar a agir em terra em breve' na Venezuela

Após apreensão do navio petroleiro, o Governo Maduro afirmou que "sempre se tratou do nosso petróleo, da nossa energia"

12/12/2025 07h37

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

Donald Trump não deu detalhes sobre uma possível operação terrestre no território venezuelano

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o governo americano intensificará os ataques contra narcotraficantes na Venezuela, revelando que ações terrestres no país ocorrerão "muito em breve", durante um evento no Salão Oval na noite desta quinta-feira, 11.

Ao ser questionado por repórteres na Casa Branca sobre a apreensão de um navio petroleiro perto da costa da Venezuela, Trump justificou a operação e acusou Caracas de ter enviado criminosos intencionalmente aos EUA como imigrantes.

"[A ação contra a Venezuela] é sobre muitas coisas, eles nos trataram de forma ruim, e agora nós não estamos tratando eles tão bem", disse Trump, que afirmou ter diminuído 92% a entrada de drogas pelo mar nos EUA desde que o país começou a abater embarcações no Caribe e no Pacífico. "E nós vamos começar [a agir] por terra também. Vai começar por terra muito em breve", acrescentou o presidente americano.

Na quarta-feira, 10, os Estados Unidos apreenderam um grande navio petroleiro na costa da Venezuela, em meio ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. "Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande - o maior já apreendido, na verdade", disse Trump a jornalistas.

"E outras coisas estão acontecendo, vocês verão mais adiante", ele acrescentou, no início de uma mesa-redonda com empresários e altos funcionários. Trump não deu detalhes adicionais sobre a operação, mas dois oficiais americanos disseram, sob condição de anonimato, que a apreensão ocorreu após um "planejamento deliberado" e que não houve resistência da tripulação ou vítimas durante a operação.

O governo da Venezuela respondeu em um comunicado que a apreensão "constitui um roubo flagrante e um ato de pirataria internacional". "Nestas circunstâncias, as verdadeiras razões para a agressão prolongada contra a Venezuela foram finalmente reveladas. Sempre se tratou dos nossos recursos naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano", afirmou o comunicado.

Washington enviou em agosto uma flotilha de navios e aviões de combate ao Caribe com o argumento de lutar contra o narcotráfico em Caracas, no entanto, considera que essa mobilização busca, na realidade, derrubar o ditador Nicolás Maduro e se apropriar das reservas de petróleo do país. Trump conversou recentemente por telefone com Maduro, sobre um possível encontro.

O governo americano desenvolveu uma série de opções de ação militar no país, que vão desde atacar Maduro até assumir o controle dos campos de petróleo do país. Trump expressou repetidamente reservas sobre uma operação para derrubar Maduro, segundo assessores, em parte por medo de que ela possa fracassar

Contudo, desde setembro, os Estados Unidos têm atacado embarcações na região que, segundo o governo Trump, traficam drogas. As forças armadas lançaram 22 ataques conhecidos, matando mais de 80 pessoas.

Trump também ordenou um aumento das forças americanas na região, com mais de 15.000 soldados e uma dúzia de navios no Caribe. O presidente americano autorizou ações secretas contra a Venezuela e já havia alertado que os Estados Unidos poderiam "muito em breve" expandir seus ataques de barcos na costa venezuelana para alvos dentro do país. Mas até então, o destacamento militar americano não havia afetado a atividade de navios petroleiros.

O navio tomado na quarta-feira tinha sido utilizado durante anos pela Venezuela e pelo Irã para transportar petróleo apesar das sanções internacionais contra ambos, disse, após a apreensão, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi. Ela também publicou um vídeo nas redes sociais que mostra o momento em que integrantes da Guarda Costeira do país apreenderam o navio petroleiro na costa da Venezuela.

A operação de quarta-feira ocorreu no mesmo dia em que o Prêmio Nobel da Paz foi formalmente concedido à dissidente venezuelana María Corina Machado. Sua filha recebeu o prêmio em seu nome em Oslo. (Com informações da Associated Press)

narcotráfico ou petróleo?

Petros diz que corpos no mar podem ser de vítimas de bombardeio dos EUA

Dois corpos foram localizados no mar do lado colombiano e vários outros do lado da venezuela na semana passada

08/12/2025 07h10

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo, 7, a abertura de uma investigação sobre o achado de dois corpos na beira do mar em um povoado na fronteira com a Venezuela e sugeriu que as mortes podem ter sido causadas por um bombardeio americano no Caribe.

Na quinta-feira, 4, a rede pública de televisão RTVC informou sobre a descoberta de dois corpos nesse povoado e de vários outros no lado venezuelano, sem precisar o número.

"Peço ao Instituto de Medicina Legal que estabeleça as identidades (...). Podem ser mortos por bombardeio no mar", escreveu Petro na rede social X. Um porta-voz da polícia confirmou à AFP que os corpos foram encontrados em uma praia de pescadores no departamento de La Guajira (norte).

Em outubro, Petro já havia acusado Washington de violar a soberania colombiana e de matar um pescador durante operações militares americanas contra o narcotráfico no Mar do Caribe.

Segundo ele, o colombiano Alejandro Carranza morreu em um dos ataques realizados por forças dos Estados Unidos que, desde agosto, têm concentrado ações na Venezuela e em áreas próximas às águas territoriais da Colômbia.

À época, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Colômbia não receberá mais subsídios americanos. Em publicação na rede social Truth Social ele justificou a medida dizendo que o presidente colombiano, Gustavo Petro, é um líder do tráfico de entorpecentes, "que incentiva fortemente a produção maciça de drogas". O chefe da Casa Branca, porém, não apresentou provas sobre suas acusações.

Na ocasião, o presidente colombiano negou qualquer vínculo com o narcotráfico e disse não compreender "a ganância" que, segundo ele, define o capitalismo.
 

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