Desde o fim de 2019, o mundo convive com o novo coronavírus, que levou à uma pandemia de Covid-19, nome pelo qual ficou conhecida a doença causada pelo vírus.
O primeiro caso no Brasil foi confirmado no fim de fevereiro, e os primeiros de Mato Grosso do Sul foram registrados em março.
Descoberto na China, o novo coronavírus ganhou essa diferenciação porque se tornou a sétima variante desse vírus. O SARS-CoV causou o surto de SARS (do inglês, Síndrome Respiratória Aguda Grave) na Ásia em 2003.
O SARS-CoV-2 é a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o novo coronavírus, que causa a Covid-19 (do inglês, doença do coronavírus de 2019). Os primeiros casos foram notificados na China, em dezembro de 2019.
Desde março, a OMS considera que a doença está em estágio de pandemia, quando inúmeros países têm casos confirmados.
Sem tratamento específico, a recomendação das autoridades de saúde vão desde o uso de máscara até o isolamento social, para quem pode aderir.
Como a doença está evoluindo no Brasil e em Mato Grosso do Sul? Acompanhe a seguir.
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PANDEMIA EM MATO GROSSO DO SUL
Os primeiros casos de Covid-19 em Mato Grosso do Sul foram confirmados no dia 12 de março. Dessa data até o dia 10 de julho, o Estado registrou mais de 12 mil casos.
A evolução da curva de casos passou a aumentar com mais velocidade em abril, quando a Secretaria de Estado de Saúde (SES) identificou os primeiros casos por transmissão comunitária, ou seja, quando não é possível identificar o local e a data exata da contaminação.
Para ultrapassar a marca de mil casos, o Estado levou 74 dias. No dia 25 de maio, Mato Grosso do Sul confirmou 1.023 casos. Já para passar dos 2 mil casos, foram necessários apenas 12 dias.
E para ultrapassar os 3 mil casos, o espaço de tempo foi ainda menor: seis dias. Por ser a capital, Campo Grande passou várias semanas com a maioria das confirmações, mas a situação mudou em junho.
Dourados teve um crescimento expressivo, impulsionado pelas poucas ações do Poder Público contra a pandemia. Em abril, o Ministério Público do Estado (MPMS) chegou a recomendar a anulação do decreto de flexibilização das atividades econômicas.
A Capital também adotou o processo de flexibilização, o que levou Campo Grande a voltar a ser o município com o maior número de casos no Estado, em 4 de julho.
Em 10 de abril, apenas 11 cidades tinham casos confirmados. No dia 10 de maio, eram 30 municípios com confirmações. Em 10 de junho, esse número aumentou para 54. E no dia 10 de julho, eram 73 cidades. O Estado tem 79 municípios.
ISOLAMENTO SOCIAL
Uma das principais medidas para diminuir a velocidade de contágio do novo coronavírus, o isolamento social teve boa adesão da população de Mato Grosso do Sul nos primeiras semanas.
Porém, os índices passaram a cair já em abril, chegando a níveis do período de Carnaval, ou seja, antes das primeiras confirmações no Estado.
No dia 2 de abril, o governo anunciou que passou a usar um sistema de monitoramento do isolamento social.
É importante ressaltar que o uso dessa tecnologia de geolocalização não infringe a Lei Geral de Proteção de Dados, respeitando a privacidade do cidadão.
Em 1º de abril, o índice de isolamento social no Estado foi de 47,2%. O recomendado pelas autoridades de saúde é o mínimo de 60%. Nesse dia, apenas três municípios chegaram a esse índice: Ladário (60,2%), Bela Vista (73,7%) e Jateí (74,5%).
Um mês depois, essa taxa caiu para 45,8%. No primeiro dia de junho, apenas 37,42% dos moradores do Estado permaneceram em casa. O índice ficou no mesmo patamar no início de julho: 37,2%.
Na terça-feira de Carnaval, 25 de fevereiro, 43% da população não saiu de casa. No dia 5 de junho, o Estado registrou a pior marca da série histórica: apenas 33,1% dos sul-mato-grossenses aderiram ao isolamento social.
PRIMEIROS CASOS
Em 26 de fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Tratava-se de um idoso de 61 anos, que esteve na Itália.
No dia 14 de março, a SES anunciou a confirmação dos primeiros casos de Mato Grosso do Sul.
Thayany Silva, de 23 anos, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon, em Campo Grande, no dia 12, após entrar em contato com um paciente do Rio de Janeiro. A estudante foi considerada recuperada em 26 de março.
O outro caso foi de um homem de 31 anos que procurou a UPA Coronel Antonino também em 12 de março. Ele esteve em Londres (Reino Unido) e se encontrou com um paciente de São Paulo.
SINTOMAS
Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da Covid-19 são tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar.
“Não tem como diferenciar de outras doenças respiratórias”, frisa a médica infectologista Mariana Croda, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
TRANSMISSÃO
A transmissão da doença ocorre por meio de contato pessoal, como aperto de mão, abraço ou com gotículas de saliva.
Outra forma é contato com superfícies e objetos, como mesas, maçanetas, telefones celulares, computadores e até mesmo dinheiro.
Para evitar o contágio, só existem duas formas: o uso da máscara e a higienização frequente das mãos.
No vídeo abaixo, o médico Drauzio Varella ensina a forma correta de lavar as mãos. Antes dessa ação, é importante retirar acessórios como relógios e anéis.
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Essa técnica também vale para passar o álcool 70% nas mãos, em gel ou líquido.
Desde março, o Ministério da Saúde recomenda que a população use máscaras artesanais, evitando adquirir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para direcioná-los aos profissionais de saúde.
A infectologista Mariana Croda orienta que a máscara exige cuidados.
“Não é recomendado usar a mesma máscara por mais de 4 horas, por isso é importante lavar”, disse a especialista.
A máscara usada deve ser guardada em um saco plástico, e ao chegar em casa, deve ser lavada.
É importante ressaltar que desde 3 de julho, o uso de máscara é obrigatório em todo o Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, a exigência vale até mesmo para estabelecimentos de uso coletivo, como comércio e áreas de uso comum de condomínios e prédios comerciais.
Já o isolamento social funciona da seguinte forma: a pessoa se mantém em casa, saindo apenas para situações realmente necessárias, como ir ao trabalho ou ao supermercado, por exemplo.
Nesses casos, é importante evitar aglomerações, mantendo a distância mínima de 1,5 metro em filas e das demais pessoas.
Ao entrar em contato com superfícies, como corrimões, higienize as mãos, dando preferência, se possível, à lavagem.
Voltando para casa, higienize seus objetos pessoais e compras. Tire os sapatos para entrar na residência. E tome um banho antes de entrar em contato com os demais moradores.
O Ministério da Saúde também recomenda a higienização frequente do telefone celular e outros objetos pessoais, além de manter sempre os ambientes coletivos arejados, ou seja, de janelas abertas.
O QUE FAZER SE TIVER SINTOMAS?
E se você testar positivo para o novo coronavírus? A recomendação é restringir completamente sua movimentação.
“Deve-se limitar sua circulação a apenas um cômodo da casa. No quarto, que só a pessoa limpa. É preciso separar todos os objetos de uso pessoal do restante dos moradores”, explica Mariana.
Assim, a recomendação é permanecer no quarto durante todo o tempo, e se precisar sair para ir ao banheiro, por exemplo, use máscara. Limpe o banheiro após o uso.
Evite circular por áreas de uso comum, como a sala e a cozinha. Separe o lixo para o descarte correto. A casa deve ser limpa frequentemente, com álcool 70% e água sanitária.
A recuperação leva de uma a duas semanas, nas formas mais leves.
PREVENÇÃO
Não há outras medidas de prevenção além do uso de máscara, higienização das mãos e isolamento social, alerta Mariana.
“Até agora, sem vacina, não existem outras medidas. Não é recomendado tomar qualquer medicação. A ivermectina tem até dosagem segura, mas não tem estudos que indiquem que tenha ação antiviral”, explica.
A infectologista prossegue apontando que, por mais existam protocolos com medicamentos, a eficácia deles é bastante variável, agindo de forma diferente dependendo de cada pessoa.
Dessa forma; “Nenhum medicamento é completamente seguro e eficaz. A pessoa precisa entender os riscos inerentes ao tomar qualquer um”, finaliza Mariana.
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