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Protesto do comércio Comerciantes de atividades não-essenciais protestam contra lockdown forçado Em Campo Grande, profissionais de setores parecidos temem ser os próximos 4 AGO 2020 • POR Rodrigo Almeida • 19h30

Uma das três cidades que estão na bandeira preta do programa Prosseguir do Governo do estado, Aquidauana decidiu fechar as atividades não-essenciais até sexta-feira, 7.

A decisão divulgada no Diário Oficial da cidade, no último dia 30, irritou um grupo de comerciantes que decidiram protestar em frente à prefeitura nesta terça-feira, 4.

Com gritos de “queremos trabalhar”, o grupo se sente injustiçado com as normativas e se reuniu com o prefeito Odilon Ribeiro (PSDB).

Conforme já divulgado no Correio do Estado, a prefeitura de Aquidauana decretou o lockdown no mesmo dia que o relatório do Prosseguir foi atualizado. 

Com isso, suspendeu atividades não essenciais, incluindo templos, igrejas e academia, e o toque de recolher na cidade é válido das 18h às 05h. 

Pressão na Capital

Em Campo Grande, a pressão por adoção de medidas parecidas parecem crescer em cima do prefeito Marcos Trad (PSD). Isso porque, junto a Miranda, a Capital fecha a lista das três cidades em estado crítico. 

Por aqui a medida chamou até a atenção da Defensoria Pública, que pediu para a Justiça determinar a se o momento da pandemia na cidade requer uma imposição de Lockdown. 

O barbeiro Rodrigo Bravo disse que, caso a medida passe, “ele vai fechar as portas”. Proprietário de um estabelecimento há quase um ano, ele diz ser um dos poucos barbeiros donos do próprio negócio. 

“Vários amigos já fecharam as portas, porque quem é pequeno não tem caixa. No primeiro lockdown, eu fiz dívidas, tive sorte que o cara acima de mim me ajudou”, relata. 

Rodrigo se refere ao senhorio. Segundo ele, na primeira parada ele foi capaz de renegociar o pagamento do aluguel. “O de cima foi maleável comigo, mas eu tive amigos que não tiveram a mesma sorte e tomaram tinta”, afirma. 

Apoio à prefeitura

A situação o barbeiro é uma das que levou a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) elogiou as medidas tomadas pelo prefeito a despeito da recomendação de restrição, disse em nota ser contra o fechamento. 

Segundo dados da Junta Comercial, desde que foi decretado estado de emergência em março, Campo Grande já perdeu 1978 empresas. 

Ainda de acordo com a nota, a ACICG “considera essencial que as medidas protetivas e os protocolos de biossegurança, como o uso de máscara, álcool gel, distanciamento social, sejam intensificados por toda a sociedade”. 

Para a associação, medidas de isolamento tomadas em Nova York, Cuiabá e São Paulo, foram “ineficazes” e “continuaram com grande aumento do contágio e da demanda por leitos de UTI”. 

A ACICG ainda intitula essas medidas como arbitrárias, imediatistas e que ignoram o pensamento sistêmico. Isso porque em outra parte ressalta como “essencial que as medidas protetivas e os protocolos de biossegurança, como o uso de máscara, álcool gel, distanciamento social, sejam intensificados por toda a sociedade.”