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SAÚDE

Método Wolbachia é iniciado em Campo Grande em combate ao mosquito da dengue

Iniciativa promete ser eficaz; com método implantado, Austrália não registra casos autóctones de dengue há quatro anos

23 NOV 2020 • POR Naiara Camargo • 10h31

Com o objetivo de combater as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, inicia-se a partir de hoje (23), a produção do mosquito Wolbachia em uma Biofábrica instalada na matriz do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS). 

Ao conter a bactéria Wolbachia, o mosquito Aedes Aegypti tem sua capacidade de desenvolver a Dengue, Zika e Chikungunya reduzida, o que ajuda no declínio dessas doenças. 

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A iniciativa é do governo do Estado em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e faz parte da Campanha “Aproveite a Quarentena e Limpe o seu Quintal”. O recurso foi criado pelo World Mosquito Program (WMP), é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e financiado pelo Ministério da Saúde. 

Campo Grande foi a cidade do Centro-Oeste escolhida, pois tem muitos problemas de dengue. A capital também tem o apoio da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU).

Luciano Moreira, líder do Método Wolbachia no Brasil, explica como ele irá atuar na capital de Mato Grosso do Sul. “É feito um trabalho de engajamento para explicar sobre o projeto e tirar todas as dúvidas, e assim ter o apoio da população.”

“Depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia. Com isso, esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população”, acrescenta.

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, revela que este novo método pode ser um alívio para a população sul-mato-grossense que lida com o problema há tanto tempo.

“Apenas os investimentos na ciência e na pesquisa, como o Governo de MS tem feito, poderemos encontrar soluções para combater eventuais epidemias. Mas nós queremos expandir este projeto do Método Wolbachia para outras cidades sul-mato-grossenses como Corumbá, Dourados e Ponta Porã”, declara.