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CORONAVÍRUS Com 108% de ocupação de UTI, pacientes aguardam mortes de outros para liberação de leitos Secretário de Saúde disse que Estado chegou ao limite da capacidade de ampliação de leitos 16 DEZ 2020 • POR Glaucea Vaccari • 14h46

 O aumento de casos de Covid-19 em Mato Grosso do Sul já causa o colapso no sistema de saúde, com ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chegando a 108% na macrorregião de Campo Grande.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, a situação é tão critica que pacientes infectados com o coronavírus precisam aguardar a morte de outros doentes para a liberação de leitos.

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"Tem pessoas nas alas vermelhas de hospitais aguardando o leito ser aberto ou ultimar a remoção de alguém que foi a óbito, é esse o quadro, estamos prestes ao colapso, tem gente em leito clinico, entubado, para aguardar leito de UTI", disse o secretário.

Conforme boletim divulgado nesta quarta-feira (16), há 647 pessoas internadas por Covid-19 no Estado.

A maior preocupação, segundo o secretário, é pelo fato do Estado ter chegado ao limite da capacidade de abertura de novos leitos.

"Já chegamos ao nosso limite, não há recursos humanos, não há médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais que precisam estar dentro das UTIs para fazer o manejo adequado dos pacientes que precisam desses leitos para dar suporte a suas vidas", explicou.

Nas últimas 24 horas, foram confirmados 1.981 novos casos de Covid-19 no Estado, com média móvel de 1.151 confirmações por dia.

Segundo Resende, se pelo menos 5% dos doentes precisarem de leitos, como apontam especialistas, não há vagas, tanto de UTIs quanto de leitos clínicos. "Chegamos na nossa capacidade máxima, já fizemos tudo o que foi possível", reafirmou.

Campo Grande é a cidade que mais preocupa, devido a ser o epicentro da doença, com maior número de confirmações, mortes e internações.

Dos 1.981 novos casos, 765 foram em Campo Grande, além de cinco mortes de um total de 11 confirmadas em um dia.

Resende criticou algumas medidas tomadas pela administração municipal no enfrentamento ao coronavírus, como decreto que permite a realização de eventos com até 80 pessoas em meio ao pico da pandemia. 

"É equivocado, nenhum especialista sério e que defenda a vida vai indicar isso", disse, acrescentando que reuniões devem ser apenas entre pessoas do mesmo núcleo familiar.

Secretário pediu que a população colabore com as medidas restritivas e de prevenção até a chegada de uma vacina. 

"O número de casos nos remete a pedir a colaboração, se não a tivemos no passado, agora é hora, falta muito pouco para a vacina chegar. Muitas mortes poderiam ter sido evitadas se tivéssemos a colaboração da população com medidas tantas vezes cobradas por nós, que são uso de máscara, isolamento social e também medidas de higiene", afirmou.

O Estado contabiliza, desde o início da pandemia, 116.612 casos confirmados e 1.978 mortes por Covid-19, sendo mais 11 nas últimas 24 horas.