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ESTIAGEM Governo federal reconhece emergência devido à seca em 33 cidades de MS Volume baixo de chuvas deixou cidades em situação preocupante, especialmente o setor produtivo 10 FEV 2022 • POR Glaucea Vaccari • 11h17

O governo federal reconheceu situação de emergência em 33 municípios de Mato Grosso do Sul devido à estiagem.

Portaria foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (10).

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), já havia declarado situação de emergência em todo o Estado no dia 3 de janeiro deste ano, com validade por 180 dias.

A União reconheceu a emergência nos municípios de:

Em janeiro, o governador declarou situação de emergência em Mato Grosso do Sul devido à seca que atinge o Estado e prejudica o setor produtivo.

Com a decretação, o governo auxilia a direcionar recursos para reduzir as perdas, além dos produtores poderem acionar seguros, conseguir ampliação para o pagamento de dívidas junto a instituições financeiras e oportunidade de renegociações.

O decreto está em vigência desde o dia 4 de janeiro.

No mês de dezembro, o clima foi afetado pelo fenômeno La Niña, que provocou estiagem no Estado, com volume de chuvas abaixo do esperado para o período.

A seca tem causado prejuízos ao agronegócio, principalmente em relação à safra de soja, mas também atinge demais áreas da cadeia produtiva.

No entanto, a maior preocupação é a soja, que teve o plantio concluído em 31 de dezembro em Mato Grosso do Sul.

Com a estiagem, a estimativa é de perdas na colheita da oleaginosa.

A área mais afetada é a região do Conesul, com relatos de produtores contratando caminhões pipas para reduzirem prejuízos.

Para os próximos meses, a expectativa ainda é de chuvas abaixo da média.

Além da situação de seca no mês, a escolha em estender o estado de emergência para todo o Estado, e não apenas a área produtiva, tem relação também com as secas da região do Pantanal.

Números

A seca ainda não cessou seus efeitos e as lavouras estão em período de colheita, o que deve alterar esses números no próximo levantamento, no fim de fevereiro.  

Entre as culturas mais afetadas, a soja tem quase 37 mil acionamentos (32% das apólices sinistradas) e 22,2% da área contratada com seguro afetada, o que equivale a 1,7 milhão de hectares que serão vistoriados pelas seguradoras.  

Levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra a dimensão dos comunicados de perdas e avisos de sinistros pelos produtores afetados pela seca.  

Em Mato Grosso do Sul, 9.460 apólices de seguro contratadas no Estado, sendo 3.160 já acionadas. 

No total, está em análise nas seguradoras um valor segurado da ordem de R$ 483,240 milhões em indenizações.

No Proagro, são 917 segurados em MS, dos quais 220 já fizeram comunicados de perdas. O valor em análise de indenizações chega a R$ 23,685 milhões.

Os destaques do levantamento são os prejuízos nas lavouras de milho e soja, em função da estiagem que afeta parte de algumas regiões dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo.  

Outras atividades agropecuárias também têm sido afetadas pelo deficit hídrico e pelos efeitos dos dias secos com altas temperaturas, como feijão, arroz, cana, frutas, verduras, pecuária (leite), apicultura, entre outras.