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COMPULSORIAMENTE Delegado alvo de operação contra corrupção é afastado das funções Ele era titular da Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, onde policiais mantinham esquema criminoso 26 ABR 2022 • POR Glaucea Vaccari • 12h15

O delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, Patrick Linares da Costa, alvo de operação contra corrupção policial, foi afastado compulsoriamente das funções.

O afastamento, assinado pelo corregedor-geral de Policia Civil de Mato Grosso do Sul, Márcio Rogério Faria Custódio, foi publicado na edição desta terça-feira (26) do DIário Oficial do Estado.

Conforme a portaria, decisão judicial da 2ª Vara Criminal de Campo Grande determinou a imposição de medidas cautelares alternativas à prisão preventiva ao delegado.

Desta forma, dentre as medidas cautelares impostas estão o afastamento do exercício da função de delegado, pelo prazo em que perdurar a medida imposta pela justiça.

Segundo o corregedor, ele fica afastado tanto da atividade fim quanto em qualquer outra atividade administrativa.

Também foi determinado o recolhimento de armas, carteira funcional e demaiss pertences do patrimônio público destinados ao delegado, além da suspensão de suas senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial, suspensão de férias e avaliação para fins de promoção, caso tais medidas ainda não tenham sido adotadas.

Além disso, foi determinado ao delegado o impedimento de acessar prédios de qualquer uma das delegacias de Polícia Civil no município de Ponta Porã e proibição de portar arma de fogo, seja funcional ou particular.

Ainda segundo a portaria, o resultado das investigações em curso será objeto de ação disciplinar na Corregedoria-Geral de Polícia Civil.

Corrupção policial

O delegado da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã foi um dos alvos da Operação “Codicia”, deflagrada ontem (25) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso que funcionava dentro da delegacia.

O esquema criminoso envolvia policiais e o delegado em crimes de concussão, peculato, até tráfico de drogas, além de outros crimes.

Titular no local, ele é um dos aprovados no último concurso público do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para o cargo de juiz substituto, com posse marcada para essa esta. 

Procurado pelo Correio do Estado, o TJMS, através da assessoria de imprensa, disse que não irá se manifestar sobre o caso.

Na operação, nove pessoas foram presas, sendo oito em prisão preventiva e uma temporária.

De acordo com o Gaeco, as investigações começaram em maio do ano passado, quando houve a notícia de que os policias da 2ª Delegacia de Polícia Civil utilizaram do cargo para obter vantagem indevida na restituição de um veículo apreendido.

Para reaver um caminhão apreendido, eles cobraram das vítimas um valor, sendo parte do pagamento realizado em pix.

Com a comprovação deste crime de concussão, os policiais passaram a ser investigados, em trabalho que durou cerca de 10 meses.

Durante a investigação, foi identificada uma associação criminosa formada por policiais civis, tanto da ativa quanto aposentados, que se utilizavam dos cargos e da estrutura das delegacias para a prática de diversos crimes.

Eles obtinham vantagens patrimoniais indevidas, especialmente relacionadas à gestão de veículos apreendidos e sob a responsabilidade daquelas unidades policiais.

Também foi constatada a existência de uma organização voltada ao tráfico de drogas

Os entorpecentes eram retirados do depósito da delegacia de polícia por um escrivão, repassada para outros policiais comparsas, e comercializada.