Logo Correio do Estado

CENÁRIO INDECISO Greve da Guarda Municipal é adiada em 3 dias a pedido da Prefeitura Decisão judicial proíbe greve de profissionais, considerados essenciais no policiamento da cidade 7 JUL 2022 • POR Leo Ribeiro, Naiara Camargo • 11h30

Após assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (7), pelo sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande (SINDGM/CG), cerca de 120 profissionais da categoria decidiram aceitar o pedido de adiamento em três dias de uma possível greve. 

Segundo o presidente do Sindicato, Hudson Pereira Bonfim, ressaltou o movimento de caráter grevista reivindicando uma análise nos valores pagos aos profissionais, entre outras.  

"O valor dos plantões ta errado; o concurso da GCM foi adiado várias vezes; algumas pessoas que são de fora pediram demissão do trabalho (parece que tem gente que prestou o concurso, passou, pediu demissão do trabalho que tinha para entrar no curso de formação, e daí o concurso foi adiado mais uma vez)", explica o presidente.  

Conforme apontou o Correio do Estado, com mais de 1.030 guardas, entre os pedidos, os servidores cobram aumento salarial, retificação de decreto que trata do pagamento de horas extras por insalubridade, convocação de novo efetivo, e progressão de carreira.

Importante frisar que a greve foi suspendida por decisão judicial de primeiro grau, sendo que ainda segue pendente um recurso. 

Diante do impedimento, uma ação no Tribunal de Justiça foi movida para tentar derrubar a decisão do juiz - da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos -, Ariovaldo Nantes Corrêa, que acatou um pedido da Prefeitura e proibiu o início da paralisação,sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

Prejudicados

Desempregado, Lee Alexander Lino Veloso é o exemplo claro desse caso. Morador de Brasília, ele deixou a Capital Federal para prestar o curso da GCM que foi adiado.  

"Eu era vendedor em Brasília. O curso de formação estava previsto para começar em junho de 2022. Teve gente que veio de Sergipe, Mato Grosso e nada do curso de formação", comenta.  

Ele explica que chegou na Capital com 25 dias de antecedência, da data de início do curso de formação. Entretanto, cerca de 10 dias depois, descobriu que haveria um adiamento.  

"Depois de 10 dias saiu o comunicado oficial de que o concurso seria adiado. Aí eu já tive que ficar, como tinha vindo, alugado casa. O curso de formação tem que ter dedicação exclusiva e Hoje estou sobrevivendo de bico", disse o brasiliense.  

Em Campo Grande desde maio deste ano, já passou pela prova escrita; Teste de Aptidão Física (TAF); exame psicológico e médico; aferição racial; investigação social, restanto agora apenas o curso de formação à concluir.  

"Não tem previsão de quando será [o curso de formação]. Eu acredito que não é só eu, tem muita gente de fora que está tendo muita dificuldade", revela.

Com duração de cinco meses, o curso de formação disponibiliza bolsa de R$ 940. Inicialmente, um GCM formado começa recebendo R$ 1.860.  

"É carreira, o salário pode chegar até 10 mil reais quando se aposentar. A aposentaria nossa é integral, igual de militar, ou seja, a gente para de trabalhar ganhando 10 mil e e aposenta ganhando 10 mil o resto da vida. O carga horária é de 180 horas por mês", completa Lee.  (Colaborou Ana Clara Santos)

Assine o Correio do Estado