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Professores vão às ruas no primeiro dia de greve na Capital

Cerca de 3 mil professores percorreram algumas ruas do centro até o Paço Municipal

2 DEZ 2022 • POR BIANKA MACÁRIO E CAUÊ REIS • 12h10
Profissionais em caminhada no Centro de Campo Grande, na manhã desta sexta (2)   Marcelo Victor

Nesta sexta-feira (2) professores da Rede Municipal de Ensino (REME) foram às ruas reinvidicar o rejauste salarial no primeiro dia de greve. 

Aos gritos de, "Prefeita cadê você, eu vim aqui para receber", cerca de 3 mil servidores municipais da educação percorreram algumas ruas do centro de Campo Grande até o Paço Municipal, onde ficaram concentrados até o fim da manhã.

De acordo o professor, Gilvano Bronzoni, que assume a presidência do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) no próximo dia 15, espera-se que haja uma solução.

"A categoria já entendeu a negociação em março e deixou boa parte do aumento para novembro e dezembro, então nós esperamos que a prefeita possa achar uma solução. Se chegar o dia 9 sem nada, nós também podemos reavaliar o movimento e continuar. Espera-se que haja um diálogo, que possa avançar e não que a prefeita simplesmente vá contra a categoria ainda mais impondo uma multa de 100 mil reais por dia, isso totalizaria quase 1 milhão de reais na nossa greve", comenta.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, a greve pode ser interrompida pelo Tribunal Superior de Justiça (TJMS), devido ao pedido feito pela Prefeitura alegando que a educação é um serviço básico. O Sindicato foi notificado nesta sexta-feira (2) e será levado para a assessoria jurídica.

O atual presidente do Sindicato, Lucilio Nobre, enfatizou que não estão fora da lei e querem que seja cumprido o acordo.

"A prefeita usou o pior instrumento que foi a judicialização e nós não estamos fechado com diálogo, nós estamos cobrando é a justa aplicação dos 10,39%, então ela precisa apresentar uma proposta concreta. Suspender a greve não é inteligente do ponto de vista da negociação, da política, porque ela usou o extremo do recurso que é o judiciário, não precisa disso, tem uma lei, tem que ser cumprida. Portanto, a greve é legítima, continuamos com muita responsabilidade, principalmente em relação as reposições", disse.

Enquanto não houver uma resposta da Prefeita Adriane Lopes, a mobilização acontece com uma agenda pré-definida. 

"Mandamos um ofício pedindo que ela receba e possa apresentar uma solução. O início da mobilização foi hoje, então, segunda estaremos novamente aqui [na Prefeitura], terça-feira na Câmara Municipal. E depois tem outras agendas que a gente vai pensanod de acordo com as com as ações, com as demandas. Agora, se a Prefeita apresentar uma proposta decente tenho certeza que a categoria vai apreciar e a greve pode ser encerrada a qualquer momento', comentou Lucilio.

A mobilização aconteceu após dias de negociações sem acordo com a Prefeitura Municipal, para o reajuste do piso salarial de 10,39% que deveria ser pago em novembro, conforme acordo feito em março. 

Entenda

Em 2021, não foi aplicado o reajuste previsto no piso nacional do magistério, com isso em 2022 o índice de reajuste foi de 33,24%. Em março deste ano, a categoria negociou com a Prefeitura Municipal e conquistou a Lei Municipal nº 6.796/2022, que restabeleceu a política salarial do Piso 20h. Os profissionais aceitaram fracionar o reajuste devido até 2024. Nesse caso, em novembro deveriam ter 10,39% e em dezembro mais 4,78%, porém a Prefeitura não cumpriu o acordo.