Logo Correio do Estado

EM GREVE

Ignorados pela prefeita, professores buscam ajuda da Câmara para conversar com Adriane Lopes

Magistrados da educação estão paralisados desde a última sexta-feira (02), após a chefe do Executivo Municipal não cumprir com acordo firmado ainda em março

6 DEZ 2022 • POR LEO RIBEIRO E CAUÊ REIS • 10h17
Professores buscam a Câmara dos Vereadores para conversar com Adriane Lopes, após serem ignorados pela prefeita   Cauê Reis/ Correio do Estado

Professores, que seguem em greve após não serem recebidos pela prefeita Adriane Lopes, depois das manifestações ontem (05) na Prefeitura, buscam agora ajuda da Câmara Mnicipal, para ao menos serem ouvidos. 

"A prefeita não recebeu a gente na sexta (02), nem ontem (5). Hoje viemos na Casa como programação da greve, pedir apoio dessa casa para destravar e marcar uma reunião com ela [Adriane], para atender a ACP", afirma Lucílio Nobre. 

Presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Professores da Educação Pública, ele sinaliza que a ACP realiza amanhã, às 08h, uma assembleia para avaliar o movimento grevista, e propor novas ações. 

Presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto, o então vereador, professor Juari (PSDB), classifca as ações da ACP como legítimas. 

"É um movimento da categoria que não, que não foi atendida. Foi feita uma lei. Então simplesmente, eles estão legitimamente aqui e tem o todo o apoio", comenta. 

Outro parlamentar que figura na Casa de Leis com o nome de profissão é profº Riverton que, em suas palavras, considera o movimento justo, dizendo que espera que Adriane Lopes cumpra o que foi acordado com a categoria ainda em março. 

"É uma pena que eles tenham que fazer esse movimento para estar recebendo o que é de direito. Que é o piso dos professores", frisa Riverton. 

Judicializada

Sobre a ação da Prefeitura diante da greve, que entrou no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, com pedido para que a greve seja considerada ilegal, na visão do vereador Marcos Tabosa, a Justiça teve uma postura "sábia". 

"Porque pediu para ouvir os professores, deu cinco dias. Se todo o judiciário primeiro perguntasse por quê da greve, garantiria para o senhor que as greves seriam todas legais", comenta ele. 

Sindicalista, ainda sobre a legitimidade da ação, ele garante que nenhum sindicato leva sua categoria para uma greve ilegal. 

Conforme o vereador, "alguém está mentindo nessa história", com as alegações de Adriane Lopes contrapondo um balanço do ex-secretário de finanças municipal, Pedro Pedrossian Neto. 

"Pedro Pedrossian Neto gravou um vídeo, dizendo que deixou mais de R$ 890 milhões em caixa, e chamou a Prefeita de incompetente e que não tem capacidade de diálogo. A equipe da prefeita diz que a Prefeitura não tem condições para nada, porque não tem dinheiro". 

Para o vereador, só os professores não estão mentindo e, por isso, não podem pagar o preço.

Riverton, integrante da comissão presidida por Juari, ressalta que o trabalho desse grupo com foco em Educação é estendido para professor, administrativo, e qualquer discussão junto ao executivo que precise de intermédio. 

"Não adianta a gente se alisar, não adianta não receber. Nós vamos sentar na mesa e achar a melhor maneira de atender os profissionais da educação, tem que pagar", afirma o parlamentar. 

Ainda, Juari pontua que o acordo foi feito entre a ACP e o Executivo, enquanto parlamentares "o que a gente pode fazer é cobrar"

"Quem tinha que entrar na justiça eram eles contra a prefeita, porque quem não cumpriu foi a prefeitura, não foram eles", complementa o presidente da comissão. 

Assine o Correio do Estado