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LUTO MUNICIPAL Cassilândia para após morte de bebê de três anos por engasgamento Criança engasgou após comer bolo em creche municipal; prefeitura anunciou luto oficial de três dias, além de ponto facultativo nesta terça-feira (04) 4 JUN 2024 • POR Felipe Machado • 11h00
Creche municipal "Juracy Lucas", em Cassilândia, onde um bebê de três anos morreu nesta segunda-feira (03)   Foto: Reprodução

Um bebê de três anos morreu nesta segunda-feira (03), em Cassilândia, após se engasgar com um pedaço de bolo na creche municipal “Juracy Lucas”, localizada na Vila Pernambuco. 

Identificado como João Lucas Faquini Ferraz, o garoto participava de uma ação da escola que servia bolo e iogurte para os alunos. Porém, alguns minutos depois, se engasgou com um pedaço de bolo e precisou ser socorrido. 

Um profissional da saúde presente na creche utilizou algumas manobras de primeiros socorros, mas não houve sucesso. A escola acionou o 192 (número de emergência), mas não deu mais tempo de salvar o bebê. A criança morreu ainda no local.

Após a confirmação da morte do aluno, a prefeitura de Cassilândia decretou luto oficial de três dias (04, 05 e 06 de junho) na cidade e ponto facultativo nesta terça-feira (04). 

A Câmara Municipal ainda suspendeu uma sessão ordinária que estava marcada para acontecer ontem, segunda-feira, e uma Audiência Pública que iria acontecer na manhã de hoje. A Secretaria de Educação suspendeu todas as aulas na rede municipal de ensino desta terça-feira (04).

As investigações já foram iniciadas pela Polícia Civil, a fim de identificar se houve negligência no cuidado da criança, confirmar qual a causa da morte e responsabilizar os devidos culpados pela tragédia. O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Paranaíba, para realização da autópsia. 

ALERTA

Segundo dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) em abril do ano passado ao Correio do Estado, 216 ocorrências foram registradas durante o ano de 2022 no Estado. Dos 216 incidentes, 58 são de engasgo por corpo estranho, 83 por corpo estranho líquido e 75 por corpo estranho sólido.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 94% dos casos de asfixia por engasgo ocorrem em crianças menores de sete anos. O incidente ocorre principalmente em crianças do sexo masculino, entre um e três anos de idade. Mais de 50% dos casos ocorrem em crianças menores de quatro anos e mais de 94% em crianças até sete anos.

CONSEQUÊNCIAS

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul afirmou que as consequências do engasgo para o corpo humano variam de leves à graves. Veja:

COMO AJUDAR?

Confira agora um vídeo, feito pelo professor Emerson Marques, enfermeiro e especialista em Educação com mais de 26 anos de experiência na área da saúde, com instruções do que fazer quando uma criança está engasgada:

OBRIGAÇÃO

Importante salientar que desde outubro de 2018, segundo lei sancionada, as escolas, privadas ou públicas, e espaços para recreação infantil são obrigadas a ceder atendimento de primeiros socorros. O não cumprimento da determinação é passível de advertências, multas ou até cassação de alvará de funcionamento.

Esta lei foi chamada de “Lei Lucas”, com o objetivo de homenagear o aluno, de 10 anos, que morreu em setembro de 2017, em Campinas (SP), após engasgar com um pedaço de cachorro-quente no passeio da escola.

A família reforçou que o menino não teve atendimento de primeiros socorros. Desde o acontecido, a mãe de Lucas mobiliza e participa de campanhas em prol da causa para evitar tragédias como essas.

*Colaborou Naiara Camargo

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