Francisco Cezário, chefão do futebol sul-mato-grossense há mais de 30 anos e afastado da presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) por desvio de dinheiro, passará por cirurgia na manhã desta quinta-feira (06), após ser internado às pressas na noite de ontem (05).
Com suspeita de infarto, Cezário terá que passar por cateterismo, uma cirurgia realizada “para diagnosticar ou tratar doenças cardíacas, por meio da introdução de um cateter, que é um tubo flexível extremamente fino e longo, na artéria do braço ou da perna do indivíduo, que será conduzido até o coração”, segundo o Ministério da Saúde.
Ele precisou ser levado do Presídio Militar após sua irmã, Maria Rosa Cezário, falecer nesta quarta-feira, decorrente de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ela tinha 81 anos e estava acamada, com um quadro de pneumonia.
Importante ressaltar que, como sua irmã, Francisco também tem uma idade avançada. Com 77 anos, o comandante do futebol de Mato Grosso do Sul deve ter vantagens jurídicas, já que além da alta idade, ele também tem problemas de saúde, reforçadas pela necessidade desta cirurgia na manhã desta quinta-feira (06).
Preso há 15 dias
O ex-prefeito de Rio Negro e presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, foi um dos presos na manhã do dia 21 de maio durante a Operação Cartão Vermelho, que aponta o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação, somente entre 2018 e o ano passado. Na casa dele foram apreendidos mais de 800 mil reais.
A justiça emitiu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão e até o fim da manhã pelo menos cinco pessoas haviam sido presas e levadas à Cepol, delegacia do bairro Tiradentes. Francisco Cezário é advogado e por isso a detenção foi acompanhada por representantes da OAB.
Policiais e promotores passaram a manhã inteira na sede da Federação de Futebol recolhendo documentos que podem dar mais embasamento às investigações feitas até agora, que se estenderam por um período de 20 meses, segundo nota do Gaeco.
Ele está à frente da Federação faz cerca de três décadas e seu sétimo mandato está previsto para acabar em 2027. Em nota divulgada na manhã desta terça-feira pela assessoria do Ministério Público, ele e outros integrantes da Federação são acusados de fazer mais de 1.2 mil saques, sempre de até R$ 5 mil, para tentar driblar uma possível investigação nas contas da Federação.
Na segunda-feira (04), Cezário teve seu pedido de liberdade negado pela segunda vez. O último pedido de revogação foi indeferido na última quarta-feira (29) quando o juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, da 2ª Vara Criminal, negou o Habeas Corpus e manteve chefão do futebol de MS preso.
*Colaborou joão Gabriel Vilalba, Neri Kaspary e Naiara Camargo.