Cidades

fim da linha?

Cezário está entre os presos da Operação Cartão Vermelho

Na residência dele foram aprendidos mais de R$ 800 mil durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão. Em 2009 ele já havia sido condenado por desvio de dinheiro da Federação

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O ex-prefeito de Rio Negro e presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, é um dos pelo menos cinco presos na manhã desta terça-feira (21) durante a Operação Cartão Vermelho, que aponta o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação, somente entre 2018 e o ano passado. Na casa dele foram apreendidos mais de 800 mil reais. 

A justiça emitiu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão e até o fim da manhã pelo menos cinco pessoas haviam sido presas e levadas à Cepol, delegacia do bairro Tiradentes. Francisco Cezário é advogado e por isso a detenção foi acompanhada por representantes da OAB. 

Policiais e promotores passaram a manhã inteira na sede da Federação de Futebol recolhendo documentos que podem dar mais embasamento às investigações feitas até agora, que se estenderam por um período de 20 meses, segundo nota do Gaeco. 

Ele está à frente da Federação faz cerca de três décadas e seu sétimo mandato está previsto para acabar em 2027. Em nota divulgada na manhã desta terça-feira pela assessoria do Ministério Público, ele e outros integrantes da Federação são acusados fazer mais de 1.2 mil saques, sempre de até R$ 5 mil, para tentar driblar uma possível investigação nas contas da Federação. 

Parte do dinheiro desviado, segundo acreditam os investigadores, era repassado pelo governo estadual, que somente no ano passado liberou R$ 1,35 milhão para os campeonatos estaduais da Séria A, Série B e para o futebol feminino. Em 2023, somente para o estadual da Série A, foram R$ 1,2 milhão. 

Além disso, a Federação também recebia repasses da CBF, cujos valores não aparecem na prestação anual de contas. Esta prestação de contas, por sua vez, mostrou que no ano passado a entidade fechou com prejuízo superior a R$ 218 mil. No ano anterior, em 2022, o rombo foi de R$ 492 mil. 

HISTÓRICO

Oficialmente, Cezário comandou a entidade futebolística pela primeira vez em 1987, 37 anos atrás. 

Neste período, ele ficou, em tese, fora do do comando da associação por quatro anos, entre 2001 a 2004, quando assumiu a prefeitura de Rio Negro, cidade distante 150 quilômetros de Campo Grande. Mesmo assim, controlava a Federação.

Cezário tentou reeleger-se prefeito, mas não conseguiu. Ele voltou para a FFMS e não saiu mais. Normalmente, ele concorre sozinho, sem adversários.

Votam nas eleições da FFMS dirigentes de associações (clubes profissionais), associações (clubes praticantes do futebol amador da capital e do interior) e ligas municipais amadoras. Em torno de 35 pessoas participam do pleito.

SEGUNDA VEZ

A operação Cartão Vermelho não chega a ser uma novidade no histórico de Francisco Cesário. Ele já havia sido condenado, em 2009 em primeira instáncia e em 2010 a 2ª Turma Criminal do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ratificou a decisão para que cumprisse pena de quatro anos e cinco meses, em regime semiaberto, por desviar algo em torno de R$ 56 mil Federação de Futebol.

De acordo com a assessoria de imprensa do TJ, Cezario foi denunciado pelo Ministério Público por ter supostamente transferido recursos da FFMS para a conta particular.

Dizia ainda a denúncia que parte do dinheiro o presidente investiu em campanha política, quando era candidato a prefeito da cidade de Rio Negro, no fim da década de 90.

Na época, a denúncia foi baseada em provas levantadas pela PF em meio a uma CPI que investigou as relações entre a CBF e a Nike.

censo 2022

Campo Grande tem apenas a 15ª proporção de habitante por ciclovia de MS

Nacionalmente, Mato Grosso do Sul é o 19º estado com maior porcentual de vias sinalizadas para bicicletas, diz pesquisa

18/04/2025 09h30

Pesquisa mostrou que ciclovias da Capital estão em locais que atendem poucos moradores

Pesquisa mostrou que ciclovias da Capital estão em locais que atendem poucos moradores GERSON OLIVEIRA

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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em Campo Grande apenas 1,27% da população mora próxima à ciclovias, o que representa 4.364 moradores residentes, parâmetro que coloca a Capital na 15ª posição entre as cidades de Mato Grosso do Sul.

O levantamento é referente ao Censo Demográfico de 2022 e demonstra que, entre os municípios do Estado, destacam-se os municípios de Ivinhema, com 6,8%, e Japorã, com 6,03% de moradores que residem no entorno de domicílios com vias sinalizadas para o trânsito de bicicletas, como ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas.

Dos 79 municípios do Estado, de acordo com o IBGE, em 32 não foi constatado nenhum porcentual nos quesitos pesquisados. Ou seja, os domicílios não estavam localizados em vias com alguma sinalização para o trânsito de bicicletas.

Municípios como Dourados (8º), Três Lagoas (7º) e Corumbá (4º) detém um posicionamento no contexto estadual com porcentuais maiores de sinalização cicloviária que Campo Grande.

Com apenas 110 km de ciclovia, Campo Grande ocupa a 15ª colocação entre os municípios do Estado, com porcentual de 1,27% da população residente próximo a vias com esse corredor.

A mais recente obra para ampliar as ciclovias na Capital foi a conclusão de 1,2 km de malha cicloviária na Avenida Gury Marques, mudança que ocorreu em fevereiro do ano passado. A obra foi lançada pela Prefeitura de Campo Grande em agosto de 2023, em comemoração aos 124 anos do município.

As ciclofaixas e ciclovias estão localizadas nas seguintes avenidas da Capital: Afonso Pena, Duque de Caxias, Lúdio Martins Coelho, Nasri Siufi, Fábio Zahran, Costa e Silva, Cônsul Assaf Trad, Orla Morena (Avenida Noroeste), Nelly Martins (Via Park), Rua Petrópolis, Cafezais, José Barbosa Rodrigues, Dom Antônio Barbosa, Gury Marques, do Poeta (Parque dos Poderes), Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, BR 262 – sentido Indubrasil, Amaro Castro Lima, Rádio Maia, Rita Vieira e Ernesto Geisel (em frente ao Shopping Norte Sul Plaza), além da Rua da Divisão, Rua Graça Aranha e Rua Vitor Meireles.

Conforme analisa o IBGE, “de forma geral, os porcentuais de moradores residindo em vias com sinalização para bicicletas foram significativamente baixos, revelando que a infraestrutura das vias em Mato Grosso do Sul ainda é muito direcionada para veículos automotores”, descreve.

No contexto estadual, MS está na 19ª colocação no que se refere ao acesso a ciclovias pela população, com apenas 1,1% de vias sinalizadas, se comparado com as outras unidades da federação. 

NACIONAL

No contexto nacional, o levantamento do Censo 2022 mostra que a existência de via sinalizada para bicicletas no País está presente em vias onde residem 3,3 milhões de pessoas (1,9%).

Entre as unidades da federação, o índice mais elevado alcançou 5,2%, em Santa Catarina, seguido dos seguintes estados: Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%), Amapá (3,1%) e Rio de Janeiro (2,5%). O menor porcentual levantado de moradores em ciclovias pertence ao Maranhão e ao Amazonas, ambos com 0,5%.
Em recorte por região, MS está à frente apenas do estado de Goiás (0,9%), enquanto o vizinho Mato Grosso detém um porcentual um pouco melhor, com 1,4%.

Já Balneário Camboriú (SC) detém o maior porcentual entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 14,0% dos moradores próximos a ciclovias, seguido por Florianópolis e Joinville, também de Santa Catarina, com 12,1% e 11,8%, respectivamente.

ACESSIBILIDADE

A pesquisa também traz informações sobre acessibilidade, e MS lidera entre os estados com vias com rampa para cadeirantes. Conforme informa o IBGE, no Estado, 41,05% dos moradores estão em vias urbanas cujas quadras têm rampas para cadeirantes. 

O número é o maior entre os estados, mas ainda mostra que três em cada cinco moradores não têm acesso a esse meio de acessibilidade. 

Atrás de MS vem o Paraná, com 37,33%, e o Distrito Federal, com 30,42%. Os menores valores foram vistos no Amazonas, com 5,61%, e em Pernambuco, com 6,19%.

Entre os municípios do Estado, Alcinópolis é o mais acessível em via urbana, com 69,39%, seguido por Paraíso das Águas (62,59%) e Nova Andradina (58,98%). Os registros negativos nesse quesito vêm de Miranda (5,66%), Jateí (5,79%) e Bela Vista (6,91%).

Saúde

Cirurgias seguem sem data para voltarem na Santa Casa

O hospital confirmou que recebeu repasse do governo de MS, mas que negocia com funcionários que tinham salários atrasados para retomar o funcionamento

18/04/2025 09h00

Na Santa Casa, as cirurgias eletivas foram paralisadas em fevereiro e seguem assim até o momento

Na Santa Casa, as cirurgias eletivas foram paralisadas em fevereiro e seguem assim até o momento GERSON OLIVEIRA

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A Santa Casa de Campo Grande ainda não tem previsão de quando deverá retomar as cirurgias eletivas no hospital, que estão paralisadas desde fevereiro. O centro médico confirmou que recebeu o repasse feito pelo governo do Estado, entretanto, a unidade espera resolver problemas internos antes de voltar plenamente em atividade.

Nesta segunda-feira, o governo de MS fez o pagamento da primeira parcela dos R$ 25 milhões prometidos ao hospital, provenientes de emendas parlamentares. Segundo o Estado, no depósito feito, foram repassados R$ 8.333.333,00 para o Fundo Municipal de Saúde.
A Prefeitura de Campo Grande, por sua vez, nesta terça-feira, publicou um extrato de aditivo no contrato com a Santa Casa para o envio pontual dos R$ 8,3 milhões do Estado, além de R$ 2 milhões do Executivo municipal.

De acordo com a publicação, esse valor seria referente a “efeitos retroativos à competência de fevereiro e abril”. 

Ainda, no mês que vem, serão destinados mais R$ 2 milhões, valor referente a março e maio, além de outra parcela de R$ 8,3 milhões do governo de MS.

O hospital confirmou o recebimento desse valor, o qual resolveria o problema da falta de recursos e medicamentos na unidade, o que fez com que a Santa Casa suspendesse as cirurgias eletivas e restringisse o atendimento no pronto-socorro.

Entretanto, ainda não há uma previsão para que tudo seja retomado ao normal, pois, segundo o hospital, há uma série de negociações em curso com as categorias que tiveram seus salários atrasados durante o período de crise.

“A equipe da Santa Casa reconhece as dificuldades enfrentadas pelos pacientes e também pela instituição. 
A suspensão de atendimentos eletivos e ambulatoriais continua em função dos atrasos salariais das equipes médicas, entre elas a de urologia, transplante de rins, ortopedia e cirurgia cardíaca”, diz trecho de nota enviada ao Correio do Estado.

“A diretoria técnica reconhece que houve um depósito de valores no Fundo Municipal [de Saúde] destinados à Santa Casa e que as equipes médicas já foram comunicadas. Compete à diretoria financeira o alinhamento para a distribuição dos valores aos médicos, mas isso já está sendo executado”, complementou o hospital.
Ainda de acordo com a Santa Casa, apenas após a “resolução do atraso com os prestadores” é que as equipes retornarão completamente.

CRISE

Na primeira quinzena de fevereiro, a Santa Casa de Campo Grande suspendeu a realização de cirurgias eletivas porque, segundo ela, havia um desabastecimento de insumos hospitalares, com diversos equipamentos e medicamentos usados no dia a dia para o atendimento aos pacientes e no trabalho dos servidores do hospital em falta.

No mês seguinte, em 24/3, o hospital enviou um ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informando que estava com o seu pronto-socorro superlotado e que não teria mais condições de receber mais pacientes que não fossem de emergência.

No fim daquela tarde, havia 87 pacientes em um espaço onde deveria receber apenas 13 pessoas. No dia seguinte, essa quantia caiu para 76, mas as restrições continuam até hoje.

Ao Correio do Estado, no início deste mês, a Santa Casa afirmou que aguardava o recurso para o dia 20, porém, ele foi pago com antecedência.

REPASSES

De acordo com o governo de MS, somando o montante de R$ 25 milhões que está sendo repassado aos R$ 15 milhões que a administração estadual autorizou em outubro de 2024, a partir de um convênio com 
o pagamento em três parcelas, e aos R$ 9 milhões destinados ao pagamento do 13º salário dos profissionais, o apoio ofertado à Santa Casa já chega a quase R$ 50 milhões.

“Essa mobilização reflete o compromisso do governador Eduardo Riedel com a saúde pública, priorizando ações que garantam o atendimento digno e contínuo à população”, declarou o titular da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Maurício Simões Corrêa.

SAIBA

O repasse de R$ 25 milhões contou com o esforço de parlamentares da bancada federal. O maior valor foi repassado pelo senador Nelsinho Trad, que destinou R$ 12.571.000, seguido pela senadora Tereza Cristina 
(R$ 6.609.000), pelo deputado federal Geraldo Resende (R$ 2.820.000), pela senadora Soraya Thronicke (R$ 1,8 milhão) e pelo deputado Luiz Ovando (R$ 1,2 milhão).

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