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Celulose Suzano atrasa ativação de fábrica da R$ 22 bilhões em Ribas Em Fato Relevante, divulgado nesta terça-feira, a empresa informou que o início das operações foi adiado para julho 26 JUN 2024 • POR Alanis Netto • 11h30
  Foto: Divulgação/Suzano

A Suzano comunicou, em Fato Relevante, que foi adiado em um mês o início das operações da nova fábrica de produção de celulose de Ribas do Rio Pardo, conhecida como "Projeto Cerrado".

Antes prevista para o mês de junho, a fábrica agora só será ativada em julho. O dia exato não foi informado.

"O Projeto Cerrado está na sua fase final de comissionamento e a Companhia tem por objetivo em seu planejamento garantir a adequada execução do start-up da nova fábrica e o bom desempenho de sua curva de aprendizado. As demais informações e estimativas divulgadas acerca do Projeto Cerrado mantêm-se válidas e inalteradas", diz comunicado da Suzano.

Ao entrar em operação, a fábrica de Ribas do Rio Pardo será a maior planta de celulose do mundo. Foram investidos R$ 22,2 bilhões, e a capacidade será de 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano. Além disso, a unidade irá gerar mais de 3 mil empregos.

Deputados não sabiam do adiamento

Sem tomar conhecimento do adiamento, o deputado e 1º secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Paulo Corrêa (PSDB), havia anunciado nesta manhã, durante a sessão plenária, o início do funcionamento da fábrica da Suzano.

“De hoje até o dia 10 de outubro, a fábrica irá atuar em operação experimentalmente. Mesmo não sendo oficial, já começou a funcionar. E pelo tamanho do projeto, a gente passa e verifica que, aparentemente, Ribas do Rio Pardo parece menor que a fábrica da Suzano”, ressaltou.

O tema dominou parte da sessão da Assembleia, sendo abordado por outros parlamentares, como por exemplo o deputado Pedro Kemp (PT).

“Foi um grande desafio a construção da indústria Suzano para a gestão do município de pequeno porte, devido a demanda que muitos trabalhadores trazem em todas as áreas. A população aumentou de um dia para outro, e houve um esforço enorme para dar conta disso, já que a prefeitura deve atender os direitos de cidadania. Anuncio também uma conquista importante para o município, que está implantando a "Tarifa Zero" do transporte no município”

Como irá funcionar a fábrica

A Suzano, que já tem uma unidade em Três Lagoas, tem em torno de 600 mil hectares próprios de florestas plantadas no Estado. Somente no viveiro de Ribas do Rio Pardo são produzidas em torno de 35 milhões de mudas por ano.

E para abastecer esta megaestrutura, a Suzano vai utilizar os chamados hexatrens, que são carretas com seis semirreboques. Elas vão circular somente em estradas secundários, pois a velocidade é baixa para trafegar em pistas asfaltadas. 

Pelo menos 16 hexatrens já estão operando, o que colabora com a retirada de pelo menos 50 caminhões das rodovias estaduais, uma vez que esses veículos circulam somente dentro de áreas da própria empresa. 

Praticamente toda a produção será destinada à exportação. Quando estiver operando com a capacidade máxima, serão em torno de 140 carretas que deixarão diariamente a indústria, cada uma levando em torno 50 toneladas de celulose. 

Elas vão percorrer a BR-262 até Água Clara e depois trafegar pela MS-377 até Inocência, onde está sendo concluído um terminal intermodal às margens da ferronorte para fazer o embarque desta material rumo ao Porto de Santos. 

Às margens da MS-240, o terminal contará com uma área construída de 24,2 mil metros quadrados, dos quais 21,5 mil metros quadrados correspondem à área de armazéns. O empreendimento contempla ainda 8,8 mil quilômetros de linha ferroviária interna e externa, que incluem ramais para vagões em reserva.

Calotes

Empresa terceirizada da Suzano está sendo acusada de calotes em Ribas do Rio Pardo. Conforme noticiado anteriormente, mais uma empresa foi à Justiça contra a VBX Transportes, que promoveu um calote em massa no município de Ribas do Rio Pardo, distante 98 quilômetros de Campo Grande.

Desta vez foi a Pousada LME Ltda., localizada no Centro de Ribas do Rio Pardo, que não teve outra alternativa senão recorrer à Justiça contra a parceira da Suzano na construção da maior planta processadora de celulose do mundo, cuja entrada em operação está marcada para os próximos dias.

No mês passado, o Correio do Estado antecipou o calote em massa da terceirizada da Suzano, ao revelar que três empresários que alugaram máquinas para a VBX cobravam R$ 752 mil da VBX, empresa com sede no interior de Minas Gerais, que abriu filial em Mato Grosso do Sul para se aproveitar de incentivos fiscais e atuar como parceira direta da Suzano na construção da fábrica de Ribas do Rio Pardo, destino de investimento de R$ 22 bilhões.

Com mais este novo processo ajuizado pela pousada, chega a R$ 1,083 milhão o valor cobrado à VBX na Justiça pelas empresas que sofreram calote. Na Justiça de Minas Gerais, o Correio do Estado apurou que há um inadimplemento no valor de R$ 1,5 milhão, também ajuizado.

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