Em Mato Grosso do Sul a força-tarefa que busca controlar os incêndios no bioma pantaneiro conta com agentes em campo; pela água e pelo céu, de onde também vem um apoio mínimo, mas aliviador para os profissionais brigadistas no Pantanal: a garoa e queda da temperatura.
Já no domingo, como bem abordado pelo Correio do Estado, a frente fria do fim de semana "deu uma mão" para reduzir os focos de calor no bioma, porém, conforme balanço recente da Operação Pantanal, ainda que tenha chovido em alguns pontos, o acumulado não foi significativo se tratando de incêndio florestal.
Da madrugada de domingo até os primeiros horários da manhã de ontem (1º de julho), os pontos que mais viram parte dessa garoa foi a região da Nhecolândia e ao sul de Porto Murtinho, onde a precipitação acumulada ficou em torno de 1 a 3 milímetros.
Cabe apontar que ainda ontem (1º de julho), ainda que os ventos tenham se mantido estáveis, com rajadas de 8 km/h as temperaturas voltaram a subir durante o dia, e - como bem frisa a Diretoria de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros - não há uma previsão de chuvas que aconteçam em um volume considerável para trazer alívio ao trabalho de combate às chamas.
"Chuva artificial"
Enquanto São Pedro não colabora com pancadas significativas no Pantanal, através do cargueiro KC390 da Força Aérea Brasileira (FAB), um avião tem "feito chover" cerca de 12 mil litros de água por vez a cada novo sobrevoo, como mostram imagens divulgadas pelo Corpo de Bombeiros em ação no último sábado.
Considerado o "cargueiro mais rápido e moderno do mundo", esse avião chegou ao bioma pantaneiro ainda na sexta-feira (28), vindo da base aérea de Anápolis (GO), trazendo 19 tripulantes FAB e outros 13 militares.
Cabe apontar que, o total da capacidade de água dessa aeronave é quatro vezes o que compreende um avião modelo "air tractor", empregados desde o começos das ações de combate aos incêndios florestais.
Sendo uma aeronave multimissão, o KC-390 foi projetado pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) como substituto do avião norte-americano que era usado na frota brasileira, com o representante nacional tendo capacidade de transportar um total de 26 toneladas.
Nas mais diversas configurações, como de evacuação aeromédica, por exemplo, ele comporta um total de 74 macas, servindo também para o transporte de 80 soldados plenamente equipados, 66 paraquedistas, aponta o Governo do Estado.
Investigações
Para além do trabalho dos brigadistas em campo, os representantes que ficam atrás das mesas dos espaços de poder, como Ministério Público e Polícia Federal (MPF e PF), monitoram a fiscalização e investigam uma parte desses focos que surgem no bioma.
Isso porque, como confirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva - segundo matéria da Agência Brasil - a PF apura cerca de 19 focos, indicando que 85% dos incêndios estão acontecendo em propriedades particulares.
O MPF aponta que o Pantanal até então já registrou mais de três mil focos, com cerca de 600 mil hectares de terra destruídos até então.
Ações de combate
Conforme balanço da Operação Pantanal, o trabalho dos brigadistas é incessante no bioma, já que não basta apagar as chamas, uma vez que até mesmo as condições climáticas, como os fortes ventos, tem o poder de reiniciar um incêndio já combatido.
Não só a flora e fauna são afetadas, como também as edificações humanas (pontes e rodovias) estão vulneráveis no Pantanal, mobilizando equipes até mesmo da Polícia Rodoviária Federal para sinalizada de estradas com a intenção de prevenir acidentes, por exemplo.
É o caso da região do Buraco das Piranhas, onde um foco de incêndio surgiu ao sul da BR 262, sudeste de Corumbá, o que levou a uma redefinição das estratégias e reposicionamento das equipes brigadistas a partir da MS 325.
Imagens aéreas feitas durante o fim de semana pelos bombeiros mostram vários focos e a fumaça produto das chamas no Pantanal.