Mato Grosso do Sul voltou a observar ritmo crescente dos incêndios no Pantanal, após a evolução da área queimada - que bateu pico diário de 41.050 hectares - registrar uma queda brusca de 4.373 ha de avanço no último sábado (29), devido à frente fria.
Com base nos dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia (Lasa da UFRJ), é possível verificar que o índice mais baixo do último sábado (29 de junho) já chega a um avanço diário de 13.150 hectares de área queimada anotados ontem (03).
Ainda na manhã de hoje, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul apontou o aumento de 157,6% dos incêndios entre os anos de 2020 e 2024, sendo que, enquanto 2023 registrou 17.700 hectares de área queimada, este ano já soma 566.500 ha consumidos (3100,6% a mais).
Considerando a parcela do bioma (65%) que está presente em território sul-mato-grossense, esses 566 mil hectares queimados representam 5% do Pantanal de MS, que possui 9 milhões de ha do ecossistema compartilhado com o Mato Grosso.
Na manhã dessa quinta-feira (04), através do secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o Governo de MS detalhou a situação das queimadas no Pantanal
"Essa é a grande preocupação e a nossa grande ação, não permitir essa evolução. Se olharmos em relação aos últimos sete dias, durante esse período tivemos um avanço 'bastante positivo', praticamente só 6 mil hectares, isso é exatamente em função das ações das forças públicas", expõe Jaime Verruck.
Como bem apontado pelo Correio do Estado, até antes do dia 29, essa área queimada do Pantanal de MS avançava num ritmo de mais de 61 mil hectares consumidos no período de quatro dias.
Previsão
O próprio titular da Semadesc aponta também que não há previsibilidade de curto prazo que tenhamos chuva no Pantanal, como, por exemplo, o volume previsto para 10 de julho, que tende a ser pouco significativo e manter as temperaturas elevadas, aliada também à baixa umidade.
Cabe apontar que, ainda para esse final de semana, está prevista uma entrada da frente fria em Mato Grosso do Sul, porém a Coronel Tatiane, da Diretoria de Proteção Ambiental (DPA), inclusive frisa que esse fenômeno não colabora tanto quanto parece.
"[Quando cai a temperatura durante a noite, mas não há chuva], entre 12h e 15 a umidade relativa é extremamente baixa, o que dificulta o combate", expõe a coronel.
'Mão de obra'
Esse trabalho no Pantanal de Mato Grosso do Sul é feito com apoio de:
- 39 veículos
- 11 aeronaves
- 82 militares da Força Nacional
- 415 bombeiros atuando desde janeiro.
Há também o emprego de 233 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, além disso, o Governo de MS encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de "bombeiro voluntário", com a intenção de que 187 novos militares entrem em ação a partir de 2025.
Nesse sentido de "mão de obra futura", está previsto também uma espécie de processo de contratação de até 200 homens adicionais, bombeiros esses que só vão contribuir no próximo ano em atividades de prevenção e combate a incêndio.
Conforme o Governo do Estado, no Projeto de Lei (PL 146), fica permitida a formação de quadro de bombeiros temporários, através da contratação de oficiais e praças no CBMMS.