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FARRA DAS DIÁRIAS MPE vê outra "farra das diárias" no interior de MS Quatro dias após abrir uma investigação em Bataguassu, órgão também identificou irregularidades na Câmara Municipal de Vereadores em Bonito (MS) 23 JUL 2024 • POR Alexandra Cavalcanti • 11h00
Câmara Municipal de Bonito, Mato Grosso do Sul   Foto: Retirada da Internet / Facebook

Após investigações, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) identificou, nesta terça-feira (23), um suposto esquema de rachadinhas entre servidores públicos na Câmara Municipal de Vereadores de Bonito (MS).

De acordo com o relatório, foi constatado que os servidores da câmara estariam recebendo um “pagamento descontrolado” quase que mensal de diárias, com valores acima a um salário mínimo. Segundo o MPE, estas diárias estariam sendo utilizadas como forma de complementação salarial dos servidores. 

Conforme a legislação vigente, as diárias são autorizadas pela Câmara Municipal para despesas relacionadas à participação em eventos como congressos, seminários ou cursos de capacitação. Contudo, para justificar o recebimento dessas diárias, vereadores e servidores são obrigados a apresentar relatórios detalhados sobre os eventos aos quais compareceram ao término das viagens.

Segundo o MPMS, além da concessão ilimitada de diárias sem justificativa para participação de cursos de capacitação dentro e fora do Estado, o valor de cada diária da Câmara de Vereadores de Bonito seriam de  R$.912,40 para deslocamento dentro do Estado e de R$.1.423,50 para viagens fora do estado. Este valor, no entanto, seria superior aos valores destinados aos Ministros do Estado.

Ainda segundo o relatório, no último ano, o valor total gasto com diárias foi de aproximadamente R$.281.835,40. Este valor, considerando a média mensal (o valor total dividido por 12 meses), ultrapassa a quantia de um salário mínimo mensal. 

Devido a apuração de irregularidades, em publicação no Diário Oficial, o órgão estabeleceu um conjunto de exigências direcionadas à Câmara Municipal de Vereadores de Bonito (MS), entre elas:

Bataguassu

Na última semana, o órgão também havia aberto outra investigação para apurar um semelhante suposto esquema de lavagem de dinheiro, fraude e rachadinha na Câmara Municipal de Bataguassu (MS).

Segundo o relatório, a investigação teve início devido a uma denúncia anônima recebida no final do ano passado. Conforme a denúncia, a Câmara Municipal da cidade estaria envolvida em uma “farra das diárias”, onde vereadores e servidores públicos estariam desviando dinheiro público para complementarem seus próprios salários.

Conforme a denúncia, as diárias destinadas à Câmara Municipal de Bataguassu, além de não apresentarem comprovação adequada, estariam contemplando os servidores com valores muito acima da média, chegando a R$ 79.200,00 por vereador.

Em justificativa, o denunciante reforçou a necessidade de anonimato devido a “temores reais de perseguição e abuso de poder de autoridade e político por parte dos vereadores e servidores denunciados”.