A apreensão de aproximadamente 600kg de cocaína, em Brasilândia, durante fiscalização de rotina da Polícia Federal (PF), no domingo (28), caso chegasse a ser comercializada fora do país, renderia mais de 3 milhões de dólares.
Levando em conta que a cotação do dólar, nesta segunda-feira (29) está avaliado em R$ 5,62. Enquanto que em reais a carga renderia mais de R$ 17 milhões ao crime.
Os agentes em ação para inibir o tráfico de drogas abordaram um caminhão cegonha, parado às margens da rodovia dentro do perímetro do município.
Em conversa o condutor demonstrou nervosismo e não conseguiu explicar o percurso que deveria seguir. Com isso, os agentes iniciaram a vistoria e no semirreboque.
Conforme divulgado pela PF, os tabletes de 613,6 kg de cocaína estavam escondidos em um compartimento escondido na estrutura.
Disparidade nos valores
O valor do entorpecente conforme noticiado pelo Correio do Estado apresenta variações, entre os órgãos de segurança que passaram a divulgar o preço e com isso é possível estimar a perda para o crime em cada ação efetuada.
Segundo levantamento realizado com base nos valores das apreensões, a Polícia Federal, é o órgão de segurança que avalia o quilo da cocaína mais com menor valor em comparação com as outras forças, tendo o valor aproximado de R$ 29 mil.
Enquanto o quilo da cocaína apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) representa uma variação de 520% se comparado ao preço estimado pela PF.
Para ter noção da disparidade dos valores, a apreensão de 248 kg de cocaína, localizada no tanque de combustível de caminhão que transportava sucata, apreendida em Campo Grande, na última sexta-feira (26) pela PRF, causou o prejuízo de mais de R$ 44 milhões de reais.
Média dos preços
- PRF - de R$ 29 mil por quilo
- PF - R$ 180 mil
- Polícia Civil - R$ 75 mil
Valor fora do país
E não são só as policiais locais que não conseguem chegar num acordo sobre os preços dos entorpecentes. Conforme o Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE), que no final de 2022 publicou o estudo “Dinâmicas do mercado de drogas ilícitas no Brasil”, é normal que os preços dos entorpecentes tenham grande variação e nem mesmo a ONU tem avaliação precisa sobre esse mercado.
De acordo com esse estudo, o quilo da cocaína na Europa ao longo do ano passado variou entre R$ 140 mil, na cotação mínima, a R$ 270 mil, na máxima. E esses foram os preços no atacado. Ou seja, até mesmo o preço divulgado pela PRF pode estar subestimado, já que ele faz o cálculo sevando em consideração aquilo que os traficantes poderiam faturar caso a droga chegasse à Europa.
O mesmo estudo também tentou fazer a cotação dos preços da cocaína no Brasil, mas levou em consideração somente os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pernambuco. E, de acordo com esse estudo, o valor máximo no preço por atacado chegou a R$ 25 mil o quilo da cloridrato de cocaína, em Mato Grosso.
** Colaborou Neri Kaspary