Crime perde mais de R$ 17 milhões com apreensão de cocaína em MS
Durante vistoria de rotina, agentes da Polícia Federal, encontraram os tabletes de cocaína escondido em semirreboque em Brasilândia
29 JUL 2024 • POR Laura Brasil • 18h35A apreensão de aproximadamente 600kg de cocaína, em Brasilândia, durante fiscalização de rotina da Polícia Federal (PF), no domingo (28), caso chegasse a ser comercializada fora do país, renderia mais de 3 milhões de dólares.
Levando em conta que a cotação do dólar, nesta segunda-feira (29) está avaliado em R$ 5,62. Enquanto que em reais a carga renderia mais de R$ 17 milhões ao crime.
Os agentes em ação para inibir o tráfico de drogas abordaram um caminhão cegonha, parado às margens da rodovia dentro do perímetro do município.
Em conversa o condutor demonstrou nervosismo e não conseguiu explicar o percurso que deveria seguir. Com isso, os agentes iniciaram a vistoria e no semirreboque.
Conforme divulgado pela PF, os tabletes de 613,6 kg de cocaína estavam escondidos em um compartimento escondido na estrutura.
Disparidade nos valoresO valor do entorpecente conforme noticiado pelo Correio do Estado apresenta variações, entre os órgãos de segurança que passaram a divulgar o preço e com isso é possível estimar a perda para o crime em cada ação efetuada.
Segundo levantamento realizado com base nos valores das apreensões, a Polícia Federal, é o órgão de segurança que avalia o quilo da cocaína mais com menor valor em comparação com as outras forças, tendo o valor aproximado de R$ 29 mil.
Enquanto o quilo da cocaína apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) representa uma variação de 520% se comparado ao preço estimado pela PF.
Para ter noção da disparidade dos valores, a apreensão de 248 kg de cocaína, localizada no tanque de combustível de caminhão que transportava sucata, apreendida em Campo Grande, na última sexta-feira (26) pela PRF, causou o prejuízo de mais de R$ 44 milhões de reais.
E não são só as policiais locais que não conseguem chegar num acordo sobre os preços dos entorpecentes. Conforme o Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE), que no final de 2022 publicou o estudo “Dinâmicas do mercado de drogas ilícitas no Brasil”, é normal que os preços dos entorpecentes tenham grande variação e nem mesmo a ONU tem avaliação precisa sobre esse mercado.
De acordo com esse estudo, o quilo da cocaína na Europa ao longo do ano passado variou entre R$ 140 mil, na cotação mínima, a R$ 270 mil, na máxima. E esses foram os preços no atacado. Ou seja, até mesmo o preço divulgado pela PRF pode estar subestimado, já que ele faz o cálculo sevando em consideração aquilo que os traficantes poderiam faturar caso a droga chegasse à Europa.
O mesmo estudo também tentou fazer a cotação dos preços da cocaína no Brasil, mas levou em consideração somente os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pernambuco. E, de acordo com esse estudo, o valor máximo no preço por atacado chegou a R$ 25 mil o quilo da cloridrato de cocaína, em Mato Grosso.
** Colaborou Neri Kaspary