Logo Correio do Estado

Preocupação

Ministra visita MS para discutir demarcação de terras em meio a conflitos

A visita de Sonia Guajajara em Mato Grosso do Sul tem como objetivo entrar soluções para diminuir a tensão entre indígenas e fazendeiros

5 AGO 2024 • POR João Gabriel Vilalba • 17h00
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indigenas   Marcelo Camargo/ Agência Brasil

O conflito entre produtores rurais e indígenas pela demarcação de terras na região de Douradina, a 191 quilômetros de Campo Grande, tem gerado grande preocupação no governo federal. Recentemente, 11 indígenas ficaram feridos em mais um confronto. Em resposta, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, viaja a Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (6) para tentar mediar um diálogo e acalmar ambas as partes envolvidas. 

Até o momento, não há informações detalhadas sobre a agenda da ministra, mas ela confirmou a viagem nesta segunda-feira, após o debate sobre o marco temporal para a demarcação de terras na região.

Segundo informações da reunião realizada na tarde de hoje (5) no Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) propôs a demarcação de 12,1 mil hectares no território Panambi Lagoa Rica, em Douradina.

Os confrontos entre indígenas e produtores rurais têm se tornado uma área de grande preocupação para o governo federal. Neste fim de semana, 11 indígenas ficaram feridos, alguns com tiros de borracha e munição letal, durante um confronto com seguranças privados que permanecem acampados no local para impedir novas ocupações nas propriedades rurais. 

Equipes da Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e Departamento de Operações de Fronteira (DOF), permanecem no local para garantir a segurança tanto dos indígenas quanto dos produtores rurais.

Confronto entre indígenas deixou 11 feridos 

Neste final de semana, indígenas e fazendeiros entraram em conflito, deixando 11 indígenas feridos no município de Douradina, a 191 quilômetros de Campo Grande.  

Ruralistas enfrentaram povos Guarani-Kaiowá com balas de borracha. Algumas pessoas saíram feridas, machucadas e sangrando.

Conforme apurado pela reportagem, fazendeiros divulgaram em suas redes sociais que os indígenas invadiram mais áreas em Douradina, além das sete retomadas que já se encontram dentro dos limites da Terra Indígena Lagoa Panambi.

Este é o segundo conflito entre indígenas X fazendeiros deste fim de semana. No sábado (3), outro ataque armado deixou dez indígenas guarani-kaiowás feridos em Douradina.

Dois indígenas ficaram em estado grave e foram levados para o Hospital da Vida, em Dourados. Um levou um tiro na cabeça e outro no pescoço.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) emitiu nota à imprensa sobre a escalada de violência e ataques a comunidades indígenas Guarani-Kaiowá em Mato Grosso do Sul.

Segundo o MDHC, o coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) chegou ao estado de Mato Grosso do Sul, neste domingo (4), para se juntar à equipe coordenada pelo Ministério dos Povos Indígenas na resposta do Governo Federal aos ataques.

“Desde julho, o Ministério dos Direitos Humanos atua em coordenação com o Ministério dos Povos Indígenas, com a Fundação dos Povos Indígenas (FUNAI), com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e demais Órgãos na Sala de Situação instalada pelo Governo Federal, para prevenir e reprimir os ataques que as comunidades indígenas estão sofrendo nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. O MDHC segue em tratativas com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para o aprimoramento do emprego da Força Nacional de Segurança Pública no controle de conflitos, proteção e defesa da vida de pessoas atingidas e respeito aos direitos humanos dos povos indígenas”, informou o MDHC por meio de nota.vos indígenas”, informou o MDHC por meio de nota.

Assine o Correio do Estado