As tendências de uma ‘Cidade do Futuro’ foi tema de debate durante o evento "Campo Grande que Queremos" em alusão aos 70 anos do Correio do Estado, Durante o evento que ocorreu nesta terça-feira (07), especialistas debateram estratégias de planejamento do Plano Diretor para uma possível capital com 1 milhão de habitantes.
De acordo com Berenice Maria Jacob Domingues, diretora-presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (PLANURB), para melhorar a mobilidade urbana na capital é preciso olhar para o Plano Diretor com objetivos prioritários para a cidade. Entre eles, a movimentação de áreas com maior disponibilidade de infraestrutura.
“Isso traz uma economia pra cidade. Essa possibilidade de um cidadão morar e ter uma qualidade de vida melhor pois já tem toda a infraestrutura disponível na região onde ele vai morar”, comentou a diretora.
Ainda segundo Berenice, o Plano Diretor tem um papel fundamental no futuro da capital pois atua como um instrumento importante de desenvolvimento urbano para organizar a política básica de desenvolvimento e expansão urbana
“Nós acabamos 5 anos de vigência do Plano Diretor, ele apresenta diretrizes de políticas setoriais como educação, saúde, segurança e assistência, bem definidos. Até então, isso não existia. Nós trouxemos esse conceito para dentro do plano diretor.”, afirmou.
1 milhão de Habitantes
Nos últimos 12 anos, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campo Grande foi a 3ºa capital a ter maior crescimento dentre 20 outras cidades do Brasil. A cidade tem 898.100 pessoas residentes de acordo com o Censo de 2022 e deve continuar a crescer em ritmo acelerado.
Para o especialista, Ângelo Arruda, responsável técnico pela FAPEC na revisão da lei de uso do solo e código de obras de Campo Grande e premiado pela UNESCO IAB pela revisão do Plano Diretor da capital, Campo Grande tem tempo para planejar seus próximos 10 anos.
“Daqui a 10 anos o IBGE vai dizer que Campo Grande chegou a 1 milhão de habitantes. A capital fará parte de um grupo seleto de cidades com 1 milhão de habitantes, e aí começam as tendências de uma cidade de futuro”, disse o especialista em obras.
Para o técnico, o crescimento acelerado da capital precisa ser analisado e pensado além do centro da cidade. Isto é, descentralizar as unidades regionais e ocupar a cidade da periferia para o centro, com a criação de planos diretores para os bairros.
Segundo Ângelo, a capital deve repensar a quantidade de veículos em circulação na cidade. “A circulação de Campo Grande piorou pois a cidade é campeã de relação nacional de veículos por habitantes”, comentou.
O técnico ainda discutiu a possibilidade de utilizar inteligência artificial e drones na fiscalização das vias da cidade. Além disso, sugeriu que as ações de mobilidade urbana também contemplasse os transporte coletivos e universidades, com gratuidade do transporte em bairros e inclusão das universidades nos planejamentos urbanos da capital
Do mesmo modo, Andréa Luiza Torres de Figueiredo da Silva, especializada em em Planejamento e Gestão de Trânsito, concordou com a ideia de releitura do que está sendo entregue para as vias da cidade, com foco na regionalização
“Morar e trabalhar no mesmo local reduz o trânsito. Sem isso, a gente não consegue reduzir o fluxo viário em determinadas áreas porque cruzamos quilômetros de um local pro outro para se deslocar para trabalhar, isso tem um custo muito alto”, comentou a especialista