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acréscimo de 10% Obra que liga as Moreninhas a "lugar nenhum" sofre novo reajuste Valor inicial da primeira etapa do novo acesso às Moreninhas era de R$ 41,33 milhões e após os reajustes, passou para R$ 45,45 milhões 16 AGO 2024 • POR Neri Kaspary • 09h54

Bancado pelo governo estadual, o projeto para criação de um novo acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas sofreu mais um reajuste, e agora o aumento com relação ao contrato inicial chega a quase 10%, passando dos R$ 41,33 milhões iniciais para R$ 45,45 milhões. 

A primeira etapa desta obra, iniciada em dezembro de 2022, está praticamente concluída. O problema é que a segunda fase ainda não tem data para sair do papel e sem esta sequência, a nova avenida está ligando as Moreninhas a “lugar nenhum”, já que o novo asfalto acaba em meio a uma pastagem. 

O projeto já havia sofrido um reajuste e havia passado para R$ 43,47 milhões. Desta vez, conforme publicação do diário oficial do Estado desta sexta-feira (16), a empreiteira Anfer passou a ter direito a um novo acréscimo, de R$ 1.985.418,50.

Além de conceder reajuste de mais 4,5% sobre o valor pactuado até então, a Agesul também ampliou o prazo para conclusão dos trabalhos, que deveriam ter sido concluídos na semana passada (06 de agosto), para primeiro de fevereiro do próximo ano. 
O asfalto está praticamente todo pronto e o tráfego está liberado. Em alguns trechos até o passeio público já está instalado.

Faltam ainda a ciclovia, que já está iniciada em alguns trechos, e a conclusão dos trevos de acesso na Avenida Guri Marques. Até o recapeamento de cerca de 800 metros desta avenida já foi concluído. 

Além de beneficiar os moradores da região, já que a avenida Alto da Serra foi toda recapeada e outras vias do bairro receberam asfalto novo, a obra tem o objetivo principal de oferecer uma nova via de acesso às Moreninhas e desafogar o trânsito das avenidas Costa e Silva e Guri Marques.

Isso será possível com a segunda etapa do projeto, que vai ligar o final da Avenida Alto da Serra à Rua Salomão Abdala, criando conexão com as avenidas Guaicurus, Rita Vieira de Andrade e Eduardo Elias Zahran. 

O investimento previsto nesta segunda esta é de R$ 32 milhões em pavimentação, drenagem, construção de ponte e instalação de ciclovia.

DEMORA

Mas, esta segunda etapa está longe de sair do papel. Em janeiro do ano passado a Agesul chegou a abrir licitação para contratação de uma empreiteira. Mas, os trâmites foram interrompidos e a promessa feita no final de julho é de que uma nova licitação está prestes a ser divulgada. 

Também em janeiro do ano passado a prefeitura de Campo Grande desapropriou 52 imóveis para permitir a instalação da nova avenida. As indenizações, porém, não foram feitas e tem proprietário que já recorreu à Justiça para conseguir o pagamento. Juntas, elas somam pouco mais de R$ 10,5 milhões e até este valor a administração estadual prometeu bancar.

O secretário municipal de obras, Marcelo Miglioli, garante que os pagamentos estão ocorrendo e que a demora para o início dos trabalhos da segunda etapa não é de responsabilidade da administração municipal. Ao mesmo tempo, revela que parte das indenizações está em processo de revisão.

FIM DA LINHA

Por enquanto, a nova e imponente avenida está ligando a região das Moreninhas a uma pastagem protegida por uma cerca de arame na qual está afixada uma placa informando que na região é proibido caçar, pescar, nadar, desmatar, jogar lixo e fazer fogo, por ser uma Área de Preservação Permanente (APP).

Embora ainda falte a sinalização horizontal e vertical, o tráfego na nova avenida está liberado. Porém, motoristas que utilizam a via são obrigados a retornar assim que chegam à pastagem. Em alguns locais, as marcas de pneu no asfalto mostram que a pista está sendo utilizada por motociclistas para fazerem manobras radicais.

Esta nova avenida termina logo depois do córrego Lageado, que recebeu uma grande ponte e para o qual foi direcionada a gigantesca estrutura de drenagem da água da chuva instalada na região.