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Rompimento de barragem

CCR MSVia não consegue antecipar conclusão de obra na BR-163 por falta de matéria prima

Restauração de parte da rodovia que cedeu após o rompimento da barragem no Nasa Park exige pedras,

22 AGO 2024 • POR Alanis Netto, Naiara Camargo • 10h45
Mais de 100 pessoas trabalham em turnos estendidos para a recuperação da via   Marcelo Victor/Correio do Estado

Desde a manhã de quarta-feira (20), um dia após a enxurrada causada pelo rompimento da barragem do loteamento Nasa Park ter atingido o trecho próximo ao km 500 da BR-163, centenas de funcionários da CCR MSVia, empresa responsável pela rodovia, trabalham para recuperar a pista, que cedeu com a força da água.

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a concessionária deu um prazo de 15 dias para a conclusão do reparo, e 60 dias para o fim das obras, que incluem serviços de drenagem, segurança viária, plantação de grama, entre outros.

À reportagem, o gerente de engenharia da CCR MSVia, Marcos Vinícius Pereira, informou que as equipes estão atuando em turnos estendidos, de quase 24 horas, para que os trabalhos sejam concluídos dentro do prazo, mas que não é possível acelerar tanto o processo porque dependem de matéria-prima, entregue por empresas externas, para realizar o trabalho.

"É muito pouco provável [terminar antes], a não ser que a gente consiga muito volume de pedra. A gente depende do fornecimento de pedra externa, tem mais de uma pedreira já fornecendo pedra para a gente, mas obviamente depende da produção deles, da explosão dentro da pedreira, para produzir esse volume (...) Então a gente não consegue um volume tão grande tão rapidamente", explicou.

Nesta quinta-feira (22), o gerente de engenharia explicou que está sendo feito justamente o processo de colocar as pedras no maciço do talude, a fundação da rodovia.

Marcelo Victor/Correio do Estado

"Hoje a gente está com mais de 30 caminhões e carretas, transportando esse material (...) o trabalho hoje é esse: trazer essa pedra e garantir a estabilidade 100% da rodovia", acrescentou Marcos Vinícius Pereira.

Somando todas as equipes, mais de 100 funcionários trabalham na recuperação do trecho. Estão sendo empenhados mais de 50 equipamentos.

"É um mutirão, uma força-tarefa enorme para a gente conseguir reestabelecer a rodovia em um prazo máximo de 15 dias, podendo chegar a 20", completou.

Relembre

Na manhã de terça-feira (20), uma barragem privada, da empresa Nasa Park Empreendimentos Ltda, rompeu, causando estragos ainda inestimáveis. Ela estava inserida no loteamento do condomínio de luxo da empresa, localizado em Jaraguari, próximo ao km 500 da BR-163, e a cerca de 31 km de Campo Grande.

A rodovia federal mais importante do Estado, que fica a cerca de 8 km de onde a barragem rompeu, foi rapidamente alcançada pela água e passou quatro horas interditada. Uma parte do trecho cedeu, e a CCR MSVia, responsável pela BR-163 no estado, ainda vai investigar se há mais danos estruturais.

Por mais que ninguém tenha ficado ferido, famílias que viviam nos arredores do loteamento, que eram em sua maioria pequenas produtoras, tiveram a casa invadida pela lama.

Equipes do Correio do Estado acompanharam os trabalhos daqueles que tentavam recuperar móveis, animais que foram arrastados pela lama, e limpar, pelo menos um pouco, os estragos causados.

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