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Energisa trocou 600 transformadores após quedas de energia no calorão

Previsão é de até 43 graus na próxima semana, chegando próximo aos picos de calor de setembro e outubro do ano passado, quando milhares de consumidores ficaram sem abastecimento

3 SET 2024 • POR Neri Kaspary e Naiara Camargo • 12h15
No ano passado, milhares de campo-grandenses ficaram sem energia em meio às seguidas ondas de calor que atingiram MS  

Para tentar evitar as constantes quedas de energia registradas durante as fortes ondas de calor em setembro, outubro e novembro do ano passado, a direção da Energia informou na manhã desta terça-feira (3), às vésperas da chegada de uma forte onda de calor, que substituiu mais 600 transformadores nas regiões onde ocorreram as sobrecargas e as interrupções no fornecimento no ano passado..

As quedas no fornecimento ocorreram principalmente nos períodos noturnos, por causa da grande quantidade de aparelhos de ar condicionado ligados ao mesmo tempo. Durante o dia a sobrecarga não ocorria, na maior parte das cidades, por conta dos sistemas de energia solar que ajudavam a suprir a alta na demanda. 

Conforme a previsão dos institutos de meteorologia, a partir do próximo sábado (7) os termômetros em boa parte do Estado deve superar os 40 graus. Além disso, a umidade do ar tende a ficar em níveis de emergência. Nesta segunda-feira, a umidade mínima na Capital chegou aos 12%. No interior, ao menos cidades tiveram umidade inferior a isso. Em Costa Rica, foi de apenas 9%.

Para os dias 13 e 14 existe previsão de que as temperaturas cheguem aos 43 graus, principalmente na região oeste. Em Campo Grande, conforme previsão o Climatempo, devem marcar até 40 graus. A máxima do ano passado na Capital foi de 39,4 graus, em 23 d outubro. Em Porto Murtinho, a máxima chegou a 43,4, no dia 17 de outubro.

Mas, apesar da troca de centenas de transformadores, cujos custos acabam sendo bancados pelos próprios consumidores, a empresa que atende 74 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul volta a atribuir parte da responsabilidade pelas quedas de energia aos próprios clientes. Segundo a Energia, os consumidores precisam informar os aumentos de carga. 

Quando um consumidor instala um novo aparelho de ar condicionado, por exemplo, ele precisa informar a Energisa. Com esta informação, a distribuidora consegue acompanhar um provável aumento no consumo em determinadas regiões e assim fazer as adequações antes que ocorram as quedas de fornecimento, explica Marcelo Santana, coordenador do Centro de Operações Integradas da Energisa. 

INSATISFAÇÃO

Nos últimos dias de setembro e começo de outubro do ano passado a Energisa registrou recordes sucessivos de aumento no consumo de energia, chegando ao pico 1.395 MW (Megawatts) por volta das 22 horas do dia 26 de setembro.  

O aumento repentino na demanda foi o equivalmetente ao consumo de uma Dourados e meia (a segunda maior cidade do Estado), informou a Energisa à época. Em Campo Grande, quedas de energia ocorreram em pelo menos doze bairros, principalmente naqueles com grande número de novas residências, como Rita Vieira, Vilas Boas, TV Morena, Los Ângeles e Carandá Bosque. 

A situação poderia ser pior se não fosse a energia solar. Durantre periodo em que existe sol, 115 mil consumidores retiram energia das placas fotovoltaicas, o que significa pouco mais de 10% dos 1,1 milhões de cliente da energisa nos 74 municipios do estado. 

À noite, quando a energia solar não funciona, essa demanda passa a consumir energia distribuída pela rede e, por isso, há sobrecarga no período noturno. 

Quedas no fornecimento também foram registradas em cidades do sul do Estado, como Dourados e Itaporã. E, conforme informações repassadas pela Energisa nesta terça-feira, as trocas de transformador ocorreram em todas as localidades onde foi constatada sobre carga no ano passado.