Um foco de calor que estava sendo combatido há uma semana na região da Barra do São Lourenço, a 240 km ao norte de Corumbá, próximo à divisa com Mato Grosso, se propagou rapidamente com a força do vento por uma linha estimada em 40 km.
Ontem, o fogo ameaçava a comunidade local de ribeirinhos, formada por cerca de 20 famílias, na beira do Rio Paraguai. A região compreende o entorno da Serra do Amolar.
Um grupo de 28 brigadistas do Prevfogo está no local combatendo as chamas com água, abafadores e sopradores, além de criar proteção por meio de aceiros para impedir que o fogo chegue à comunidade, onde funciona uma escola rural do município. Uma das casas que recebeu atenção especial dos brigadistas foi a do indígena Vicente Guató, que vive isolado na margem do Rio Cuiabá, próximo à sua foz, no Rio Paraguai.
Fogo pulou a margem
A coordenação do Ibama na Operação Pantanal, que está há 195 dias combatendo e monitorando os focos de incêndio no bioma sul-mato-grossense, informou que, na noite de segunda-feira, o fogo iniciado na região do Paraguai-Mirim pulou o Rio Cuiabá e se estende por uma linha de 4 km no Parque Nacional do Pantanal, que começa na margem direita do afluente, em Poconé (MT). Na outra margem fica Corumbá.
No dia 12 de outubro, o avião Air Tractor do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul realizou dois lançamentos de água no fogo que se alastrou no Paraguai-Mirim. A corporação está mobilizada para o envio de tropa por via fluvial, caso necessário, em apoio aos brigadistas. Devido às dificuldades logísticas e às condições climáticas, foi descartada a possibilidade de envio de bombeiros por aeronave do Exército.