O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no Senado nesta terça-feira (29) para negociar o apoio do PL às candidaturas de Davi Alcolumbre (União Brasil) e Hugo Motta (Republicanos-PB) às presidências do Senado e da Câmara, respectivamente.
Ao deixar a reunião, Bolsonaro destacou que várias negociações estão em andamento e defendeu a anistia para os golpistas de 8 de janeiro de 2023, além de sua própria anistia, já que está inelegível por decisões da Justiça Eleitoral.
O PL possui a maior bancada na Câmara, com 92 dos 513 deputados, e 14 dos 81 senadores. Bolsonaro também revelou ter conversado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e apoiou sua decisão de retirar o projeto de anistia da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e colocá-lo em uma comissão especial.
O ex-presidente afirmou que a anistia para os condenados e aqueles que respondem a processos pela invasão das sedes dos três Poderes em janeiro de 2023 é uma prioridade. A anistia para ele, visando as eleições presidenciais de 2026, seria o próximo ponto a ser discutido. As eleições para a liderança da Câmara e do Senado devem ocorrer em fevereiro, com Alcolumbre e Motta como favoritos.
Relembre
De acordo com o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos do Dia 8 de janeiro de 2023, 5,5 mil pessoas estavam no acampamento no sábado, dia 7 de janeiro - quantidade muito superior aos 300 manifestantes que ocupavam o local dois dias antes, 5 de janeiro.
O acampamento ficava no Setor Militar Urbano (SMU) em uma área proibida para ocupações por lei (Decreto-Lei nº 3.437/1941, ainda em vigência). Aquele território (de 1.320 metros) em torno de fortificações é considerado área de “servidão militar”.
O SMU está a uma distância de nove quilômetros em linha reta, pelo Eixo Monumental, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto, e do Supremo Tribunal Federal. Dali, os bolsonaristas partiram por volta das 13h. Duas horas depois, iniciava um inédito atentado terrorista no Brasil contra os Três Poderes e a destruição parcial de suas sedes na capital do país.
Todos os passos foram identificados e constam no relatório da CPMI do 8 de janeiro.
Condenados do 8/1 de MS
Fábio Jatchuk Bullman foi condenado a 14 anos de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, ocorridos em Brasília. Ele é o sexto sul-mato-grossense condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes.
Diego Eduardo de Assis Medina, morador de Dourados, condenado a 17 anos de prisão em regime fechado. Além disso, ele deverá pagar R$ 30 milhões, para suprir parte do prejuízo causado durante a invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto.
Já foram condenados pelos atos golpistas os sul-mato-grossenses de Maracaju; o campo-grandense Eric Prates Kobayashi; Ilson César Almeida de Oliveira, de Sidrolândia e Djalma Salvino dos Reis, de Itaporã.
***Colaborou Valesca Consolaro e Glaucea Vaccari***