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Aedes aegypti MS usará biolarvicidas e o próprio mosquito no combate à dengue Projeto-piloto acontece em parceria do Estado com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), longe cerca de 326 km da Capital 17 MAR 2025 • POR Leo Ribeiro • 10h47
Estação trata-se de um pote transparente e tecido preto impregnado com larvicida biológico.
Estação trata-se de um pote transparente e tecido preto impregnado com larvicida biológico.   Reprodução/Ministério da Saúde

Distante pouco mais de 326 km da Capital, o Governo do Estado prepara um projeto-piloto em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para usar larvicida biológico e o próprio mosquito como uma das estratégias de combate à dengue.

Essa estratégia da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) foi anunciada hoje (17) e deve ser executada no município de Três Lagoas, iniciativa que consiste no uso de tecnologia que aproveita do próprio mosquito para espalhar o larvicida em criadouros de difícil acesso.

O coordenador estadual de controle de vetores, Mauro Lúcio Rosário, explica que essa estação trata-se de um pote transparente e tecido preto impregnado com biolarvicida. 

Mauro e a Pasta da Saúde de MS deixam claro que, uma possível expansão dessa estratégia para demais municípios fica condicionada ao sucesso dos resultados a serem obtidos em Três Lagoas.

Combate

Ao pousar no pote transparente e tecido preto impregnado com biolarvicida, o contato da fêmea do mosquito com o produto é suficiente para que ela carregue as partículas para os lugares de reprodução, principalmente os que não podem ser localizados nas visitas domiciliares. 

Rosário esclarece que a estação segue o ciclo natural do Aedes aegypti e, na busca de locais para colocar ovos, a fêmea poderá levar o biolarvicida para recipientes num alcance de até 300 metros. 

É importante destacar que essa iniciativa trata-se de um complemento às demais estratégias de combate à dengue, aumentando a cobertura e consequentemente o controle vetorial. 

Enfermeira Especialista em Serviços de Saúde e técnica da Gerência de Doenças Endêmicas da Vigilância Epidemiológica Estadual da SES, Bianca Modafari Godoy aponta o importante avanço no combate à dengue que essas estações representam. 

"Essa tecnologia inovadora permite que o próprio mosquito espalhe o larvicida, atingindo criadouros de difícil acesso e ampliando significativamente a cobertura do controle vetorial.

Espera-se uma experiência positiva, pois potencializa as ações já existentes no estado de Mato Grosso do Sul, pioneiro em muitas estratégias de combate às Arboviroses, reduzindo a população do Aedes aegypti de forma eficiente e sustentável", cita ela. 

Ela complementa que eliminar essas primeiras fases do mosquito, mais imaturas, contribui diretamente para a diminuição da doença e lembrando da possibilidade de expansão para mais municípios. 

Dengue

Em 2025 o primeiro óbito por dengue foi registrado já no começo de fevereiro, após a doença vitimar outras 32 pessoas em 2024, dos 16.229 casos confirmados de dengue em Mato Grosso do Sul no ano passado.

Sendo que, segundo o Ministério da Saúde, a dengue em casos graves se caracteriza por extravasamento de plasma, disfunções de órgãos ou sangramentos, é preciso estar atento aos seguintes sinais mais alarmantes da doença, que podem variar entre: 

Esses são os sinais que podem levar a choque grave e/ou óbito, mas a doença se apresenta através dos seguintes sintomas:  

Pelo último boletim epidemiológico divulgado pela SES, a dengue já vitimou três pessoas em Mato Grosso do Sul, todas mulheres, sendo que a última morte por ordem cronológica foi registrada em 20 de fevereiro. 

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